Há o risco de que este artigo desperte interesse em apenas uma parcela de leitores: mulheres, executivas e com filhos, já que o assunto é a complexa conciliação entre trabalho e maternidade. Como ainda tem muita água para rolar, afinal meu filho, Eduardo, tem um ano de vida apenas, sei que preciso reservar muita habilidade para continuar a equilibrar os pratos. Com este oceano pela frente, resta então falar da minha experiência e percepções vividas até aqui.
O retorno ao trabalho é, sem dúvida, o mais complicado. O temido fim da licença-maternidade, assunto que frequentemente marca presença nas revistas femininas com dicas de especialistas e depoimentos de mães, tem mesmo razão de ser. A explicação está na lógica feminina, me acompanhem: os bebês nascem, mas não acompanham manual de instrução, fato que por si só é suficiente para desesperar qualquer mulher (sim, somos obcecadas por termos sempre o controle da situação). Com o tempo a mãe começa a sentir um pouco mais de segurança, descobre que a rotina é sua melhor aliada e que os bebês precisam dela. Até que, justamente quando ela acredita que está se adaptando àquele pequeno ser, precisa voltar a uma realidade difícil e competitiva que é o mercado de trabalho.
Foi uma fase em que equilibrei um turbilhão de sentimentos, sendo o principal deles a culpa por delegar a outra pessoa a tarefa de cuidar do meu filho. Mas houve também um receio de que a minha imagem profissional fosse prejudicada, que achassem que eu não seria mais tão dedicada quanto antes ou que não daria conta das responsabilidades por dispersão de foco. Segui duas estratégias, a primeira foi retomar conversas com a equipe para uma reintegração gradual dos processos de trabalho, e a segunda era a de evitar boletins diários sobre o meu filho. Confesso que é difícil não compartilhar deliberadamente sobre a evolução dele, não contar propositadamente sobre o que a “coisa mais linda da mamãe” tem feito de novo, mas segurei a onda e só enchia os ouvidos de quem pedisse notícias dele, juro!
O cansaço físico também é outro agravante desta fase de volta ao trabalho pós maternidade. No meu caso, que ainda amamentava, tive que ouvir do meu médico que eu tivesse consciência que havia virado mãe, apenas, e não a mulher biônica. “O corpo não aguenta a dupla jornada intensa e você precisa ir com calma, cobrar menos de si e pedir ajuda”. Este conselho foi fundamental para que as coisas se acalmassem. Do lado pessoal, contei com o apoio imprescindível do marido e de uma estrutura doméstica mais organizada, e do lado profissional com a compreensão e ajuda da equipe, que respeitou a minha retomada gradual ao ritmo de trabalho e logo souberam que podiam contar novamente comigo.
Caso tenha ficado alguma percepção que a experiência desta conciliação de tarefas e de papeis é ruim ou que eu a desaconselharia, sinto desapontar. É desafiador e difícil, mas o que não tem sido exatamente assim para a grande parcela de mulheres no mercado de trabalho? E como qualquer outro desafio pede equilíbrio como canta Leila Pinheiro na Serra do Luar: “...tudo é uma questão de manter, a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo...”.
Edna Lira, também conhecida por Dinha, é formada em Relações Públicas e gerente de atendimento na LVBA. Com 1,57m de altura, está conformada que não tem porte para ser mulher biônica.
O retorno ao trabalho é, sem dúvida, o mais complicado. O temido fim da licença-maternidade, assunto que frequentemente marca presença nas revistas femininas com dicas de especialistas e depoimentos de mães, tem mesmo razão de ser. A explicação está na lógica feminina, me acompanhem: os bebês nascem, mas não acompanham manual de instrução, fato que por si só é suficiente para desesperar qualquer mulher (sim, somos obcecadas por termos sempre o controle da situação). Com o tempo a mãe começa a sentir um pouco mais de segurança, descobre que a rotina é sua melhor aliada e que os bebês precisam dela. Até que, justamente quando ela acredita que está se adaptando àquele pequeno ser, precisa voltar a uma realidade difícil e competitiva que é o mercado de trabalho.
Foi uma fase em que equilibrei um turbilhão de sentimentos, sendo o principal deles a culpa por delegar a outra pessoa a tarefa de cuidar do meu filho. Mas houve também um receio de que a minha imagem profissional fosse prejudicada, que achassem que eu não seria mais tão dedicada quanto antes ou que não daria conta das responsabilidades por dispersão de foco. Segui duas estratégias, a primeira foi retomar conversas com a equipe para uma reintegração gradual dos processos de trabalho, e a segunda era a de evitar boletins diários sobre o meu filho. Confesso que é difícil não compartilhar deliberadamente sobre a evolução dele, não contar propositadamente sobre o que a “coisa mais linda da mamãe” tem feito de novo, mas segurei a onda e só enchia os ouvidos de quem pedisse notícias dele, juro!
O cansaço físico também é outro agravante desta fase de volta ao trabalho pós maternidade. No meu caso, que ainda amamentava, tive que ouvir do meu médico que eu tivesse consciência que havia virado mãe, apenas, e não a mulher biônica. “O corpo não aguenta a dupla jornada intensa e você precisa ir com calma, cobrar menos de si e pedir ajuda”. Este conselho foi fundamental para que as coisas se acalmassem. Do lado pessoal, contei com o apoio imprescindível do marido e de uma estrutura doméstica mais organizada, e do lado profissional com a compreensão e ajuda da equipe, que respeitou a minha retomada gradual ao ritmo de trabalho e logo souberam que podiam contar novamente comigo.
Caso tenha ficado alguma percepção que a experiência desta conciliação de tarefas e de papeis é ruim ou que eu a desaconselharia, sinto desapontar. É desafiador e difícil, mas o que não tem sido exatamente assim para a grande parcela de mulheres no mercado de trabalho? E como qualquer outro desafio pede equilíbrio como canta Leila Pinheiro na Serra do Luar: “...tudo é uma questão de manter, a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo...”.
Edna Lira, também conhecida por Dinha, é formada em Relações Públicas e gerente de atendimento na LVBA. Com 1,57m de altura, está conformada que não tem porte para ser mulher biônica.
Dinha querida, amei seu texto! Voce pode nao ser a mulher bionica mas e uma grande mulher, mesmo com 1,57m!!! O Dudu tera sempre muito orgulho da mae batalhadora que tem! Bjs com saudades, Desa
ResponderExcluirDinha querida, vc É a mulher biônica! :D
ResponderExcluirAmei o texto. Como disse, está a sua cara. Muito orgulho dessa grande mulher que é vc. E seu filho é lindo. Não me culpe por não dizer nada de novo... :] Bjos
Amei seu texto, Dinha! :)
ResponderExcluirDaqui uns (bons) anos quero ter habilidade para equilibrar os pratos como você fez...
PARABÉNS, pelo seu filho lindo!
Bjos
... Que saudade de você, continuo sua fã! Fiquei muito feliz com seu depoimento e vou guarda-lo em meu coração para quando chegar minha hora de "equilibrar os pratos"...
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