quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Apenas Natal

Este é o último 806 do ano e fiquei na dúvida sobre o que escrever. Talvez algo mais reflexivo, mas isso já foi feito recentemente por outros colaboradores deste blog, Alan Araújo e Andrea Almeida. Pensei em discorrer sobre um acontecimento mais recente como a conquista do quinto título do Corinthians no Campeonato Brasileiro, mas seria muita sacanagem tomar partido. Embora eu seja torcedora do timão, não poderia argumentar com os fanáticos de plantão dos outros times, pois não entendo muito de futebol – mas de vitória eu entendo. E fomos campeões! Pensei em abordar algo relacionado aos fatos que marcaram o ano como a trajetória do governo Dilma Rousseff - que, entre outras coisas, coloca em cheque a capacidade da presidenta de ser mais enérgica em casos de corrupção. Em seu discurso de posse este ano – ela diz “Serei rígida na defesa do interesse público. Não haverá compromisso como o desvio e o malfeito. A corrupção será combatida permanentemente”. Well, passados 11 meses, teve seis chances para mostrar isso, mas desperdiçou-as. Vou deixar a cargo do Globo Repórter a Retrospectiva 2011, pois posso me perder no caminho ou cometer alguma injustiça devido à tamanha indignação com situações que poderiam ser evitadas, mas não foram. Portanto, o assunto será Natal, especificamente do que pode agradar os olhos e os ouvidos em plena Sampa nesse período.

Se alguém pretende se aventurar e acompanhar o roteiro do Natal Iluminado, minha dica é visitar a Avenida Paulista. Lá há vários pontos que poderão ser apreciados por adultos e crianças como a tradicional decoração do Itaú Personnalité, Bradesco Prime, Shopping Center 3 e a imperdível praça de Natal do Banco do Brasil (entre as ruas Padre João Manoel e Ministro Rocha Azevedo), que é transformada em uma passarela com cenografia e músicas natalinas. Neste ano, a decoração apresenta um belo teatro de marionetes e conta com Papai Noel de 7m, uma Árvore de Natal de 8m, 14 bonecos infláveis e 10 bolas de Natal.

A atração é gratuita, dispõe de acesso para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, e fica aberta das 12h às 24h, nos finais de semana, e das 12h às 22h, de segunda a sexta. Na mesma região, não deixem de ir ao Parque Trianon à noite. Não se preocupe, o local está com esquema de segurança. Lá foram instaladas mais de dois milhões de lâmpadas de led que permitem uma vista única. Aberto até às 22h.
Que tal ir a exposições de Presépios? Há dois deles bem interessantes em São Paulo. O Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, apresenta até o dia 8 de janeiro 30 presépios de 13 países ( Itália, países do Oriente Médio, Alemanha, França, Espanha, Bolívia, entre outros). Uma das peças expostas foi feita por um ex-morador de rua e retrata o nascimento de Jesus em uma favela. A entrada é gratuita e pode ser feita de terça a domingo, das 10h às 17h. Mais informações pelo telefone 110 2193-8282. No Museu de Arte Sacra, na região central, a exposição também vai até 8 de janeiro e conta com 37 presépios. Eles foram cedidos por colecionadores e consulados. O que veio do Uruguai – o telhado é feito de pau de canela, os personagens de palha de milho e folhas e flores secas cercam a majedoura. O local funciona de terça a domingo, das 10h às 18h. Os ingressos custam R$ 6 para adultos e R$ 3 para estudantes.
Para quem pretende assistir aos corais é necessário programação. Em frente à decoração do Bradesco da Avenida Paulista há apresentações nos dias 16, 19, 20, 21 e 22 de dezembro, sempre às 12h30 e 19h30. Para os baixinhos, a opção é assistir a apresentação da Cia de Circo Fractais – até 23/12,de segunda a sexta, às 13h e 20h, ou sábados e domingos às 16h, 20h e 21.
Já o Festival de Corais do Shopping Center 3, também na avenida Paulista, traz 23 corais. As canções natalinas clássicas vêm acompanhadas de clássicos da MPB ou são interpretadas por influência do blues, rock e ritmos brasileiros.
Quinta (15)
- 18h - Coral AACD
Sexta (16)
- 14h - Coral Jubilate
- 19h - Coral da Igreja Presbiteriana de Pinheiros
Segunda (19)
- 12h - Coral Guarda Civil Metropolitana
- 19h – Coral Igreja Batista Esperança
20 de dezembro
- 19h30 - Corais Hípica / Madrigal Nós por Voz
21 de dezembro
- 12h - Meninos e Meninas Cantores da 3ª idade de Campinas
- 18h – Banda Musical da Guarda Civil Metropolitana
22 de dezembro
- 18h - Coral Carpe Diem
No Parque do Povo, no Itaim Bibi, é válido assistir ao Coral do Banco Santander. No sábado (17) e domingo (18) – às 18h40.
Mais detalhes:
Quem sabe ainda dá tempo de você aproveitar a cidade nesses dias. Excelente Natal para todos!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ação: o melhor protesto

Motiva-me escrever esse texto uma autoindignação. É isso mesmo! Faço aqui um autoprotesto autogerido, apartidário e apolítico contra... mim! Tenho adentrado discussões absolutamente vazias nesses espaços virtuais socialoides sobre a legitimidade dos protestos, sobre a defesa de valores antigos e quadrados, a banalização da violência, o ataque gratuito às diferenças, o preconceito desmedido e uma série de coisas que antigamente se discutia ao vivo, ou talvez ainda se faça por aí nas mesas de bares cheios de filhos da classe AB ou da nova classe C, que transformam tudo numa bela ressaca pela manhã, e nada mais.

Questiono-me: o que pretendo? Convencer alguém de algo? Fazer do mundo um lugar cheio de eus, que pensam e falam como eu? Que propósito tem essa vã batalha nas arenas digitais, essa disputa por quem tem mais razão acerca dos problemas cotidianos (e raramente a solução para eles)? Será que não percebo que a luta já não é mais para ser ouvido? Eu sou ouvido, à exaustão, e ouço também, na internet, as causas mais nobres e o mais ignóbil lixo, que por alguns é chamado de humor. Todos falam, todos ouvem, mas quem faz? Tem alguém fazendo alguma coisa? Será que espero que alguém me diga: "Ah, está bem, deixa eu fazer o mundo melhor pra você, então!"?

Pois bem, se ninguém faz, é melhor que eu faça. Agir é o protesto mais eficaz contra qualquer coisa que se considere errada, qualquer coisa que se queira mudar de fato, que incomoda, que paralisa, escraviza, maltrata, entristece, irrita. Há quem se contente em apenas mostrar que está indignado com alguma coisa, pensando que isso vai conquistar o respeito das pessoas, de seu grupinho ou tribo, ou arrancar aquele aceno de cabeça positivo de quem também só fala e não age. De que me importa o respeito? É com minha imagem que estou preocupado, ou com fazer o bem para mim e para todos, independentemente de quem me vê, aplaude, critica ou "curte" (ganhei mais um joinha, uhú!)?

O que nos petrifica é a dificuldade de mudar. Ora, mas o que você quer mudar? Toda mudança deve ser feita, por acaso, no seu vizinho, no seu amigo, no seu inimigo? Não há nada intrinsecamente humano, porém que mereça ser mudado, para a melhor, em você mesmo? Pois, afinal, os nossos nobilíssimos protestos não estão sendo feitos contra as árvores, a terra, os animais... são contra... pessoas, não? E contra que pessoas você é contra? Quem você quer que ouça seu brado? É melhor apurar os ouvidos, pois você está esperneando contra si mesmo, e já é mais do que hora de começar a escutar seu próprio clamor por mudança, dentro de si.

Se está insatisfeito com os desmandos de seu chefe, mude suas condições de trabalho, ou mude de emprego, ou faça algo que lhe agrade ou agrade outros nas horas livres em vez de assistir televisão ou ver as bobagens que seu círculo de pseudoamigos posta no "face". É fácil encontrar coragem para se reunir num feriado ou sábado de sol para protestar, e pode ser até legal, mesmo, qual o problema em se reunir e caminhar? Mas onde está a coragem para mudar algo no seu íntimo que não condiz com o que você anda pregando? O medo nos motiva apenas à estagnação, à defesa desse próprio medo, mas a vontade de mudar implica muita coragem, coragem boa e vigorosa, de se mexer!

O movimento do que você faz já é, essencialmente, a mudança, pois o status quo, apesar do que falam sobre progresso, é basicamente a manutenção da inércia, passiva e parada. O grande erro desses pobres jovens de hoje é ainda apreciar a enganosa beleza estática das ideologias, dessa coisa emperrada, empoeirada, e o culto à imobilidade disfarçado, embrenhado, camuflado no "dinamismo" das redes sociais. Acompanhe os ataques de direitaesquerda no twitter ou facebook e comprove: nenhum desses críticos está movendo uma palha para mudar o que os desagrada. E o que os desagrada, ó céus, senão seus próprios defeitos? A violência, o temor, a injustiça, tudo o que apontamos fora, está dentro, também.

Consuma menos tralha e está mais do que feito seu protesto contra as odiosas estratégias de marketing e o caramba a quatro. Você deixa de ser o target, para de ser alvejado pelo chumbo grosso do mercado, que se sustenta no insustentável, na produção desenfreada e acéfala, que é, justamente, parte do motivo pelo que protestam os ocupadores lá de Nova Iorque, por exemplo. Deixe de frequentar lugares que desperdiçam recursos, abra mão do fast-food, vire vegetariano, ande de bicicleta, sei lá, dane-se, e "voilá!": taí sua sustentabilidade! É tudo uma questão de mover o traseiro, e os protestos começam a virar mudança, atitude, verdade.

Olha aqui, você não é perfeito, tampouco o são nossos "representantes" na política. Você não é totalmente justo, você comete erros, portanto não espere que ninguém seja por você! Se quem está lá no poder não te representa, mas ainda assim está no poder, é porque o poder que eles têm é justamente o de te enquadrar em um perfil, e te tratar como tal: a classe isso ou aquilo, o estudante, o paulistano, o aposentado, o desempregado... Se a carapuça lhe serve para qualquer desses grupos, suas reivindicações serão sempre previsíveis, e facilmente ignoradas. Quando você muda em você aquilo que quer mudar nos outros, o rótulo se descola da sua testa, e você se liberta.

Importe-se menos, ou nada, com o que estão falando a seu respeito e em seu redor, não se preocupe em ficar criticando o comportamento do cara que senta ao seu lado no ônibus, e sinta um pouco o que é estar vivo, descubra o que realmente importa. Ao mesmo tempo, identificando dentro de si o que há de ruim no ser humano, será mais fácil reconhecer nos seus "algozes" aquilo pelo que você protesta e se enfurece, aquelas coisas horrorosas que o levam a tuitar loucamente o seu descontentamento por aí. Perceba todos os sentimentos ruins que poderiam levá-lo a fazer coisas ruins, e entenda, finalmente, que tudo o que acontece se deve a esses sentimentos.

Agindo, não só você mostra sua indignação como faz dela força transformadora, e com seu exemplo inspira a ação de outros. Revolucione-se e impressione-se com o estrondo que isso causa! Só podemos gritar "às armas" se as tais forem o olhar; e se os alvos forem todos esses nossos monstros interiores. Isso é uma rebeldia pela qual só você pode se autocongratular, perceber, e aí sim, propagar. De outra forma, será só mais uma revoluçãozinha ordeira, dessas que saem no jornal. Mas quando você tem a humildade de agir de dentro para fora, o mundo muda com você, tenha certeza.

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Allan Araújo revolta-se pacificamente com suas músicas e textos há algum tempo, aguarda com muita alegria a chegada de seu primeiro filho com a amada esposa Thaís, e promete educá-lo com muito amor para que ele se torne um revoltadinho do bem, também.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

2011, teu nome é emoção!

Nossa, dezembro já chegou! Todo ano é a mesma coisa: “como passou rápido”. Rápido ou não, esse é sempre o momento dos famosos balanços. Para mim, sem dúvida, 2011 ficará marcado na história da minha vida como o ano da emoção. Um ano de picos de alegria e de tristeza, que traduzem muito bem essa montanha-russa que é a vida da gente.

Na hora de colocar na balança as coisas positivas e negativas, alguns fatos desequilibram. A dor da perda do Renato, sobrinho de coração, aos 21 anos, deixou todos os acontecimentos do ano com uma moldura de saudade. Mas, ao mesmo tempo, estreitou laços entre muitos que o conheceram e, longe de fazer a vida perder o sentido, deu um novo sentido à vida de muita gente. Eu, especialmente, passei a admirar ainda mais minha grande amiga Célia, que enfrenta sua dor de mãe sem se fazer de vítima e mostrando que a vida continua. Aliás, como algumas frases feitas ganham força e propriedade em alguns momentos. Acho que se perpetuam e se tornam clichês justamente porque são verdadeiras.

Voltando ao balanço, vamos aos picos de alegria. Quer coisa mais feliz do que ver o nome do filho caçula na lista de aprovados da faculdade que ele tanto queria ou o abraço dos pais queridos na comemoração dos 50 anos de casamento? Por falar em casamento, que coisa boa ter a chance de acompanhar de perto a celebração de tantas lindas histórias de amor. Allan e Thaís, Luciana e Gustavo, e, por último (apenas cronologicamente), Camila e Wagner, mostrando que, realmente, love is in the air.

E a alegria e a esperança só aumentam quando a gente vê de perto a felicidade dos papais que vão ganhar seus bebês em 2012. Afinal, a LVBA se mostrou muito fértil este ano, não é Allan, Edna e Daniela? Temperados por pequenas alegrias do dia a dia – como colocar quadros novos numa parede branca ou organizar mais um álbum de fotos –, todos esses belos momentos nos animam a planejar, sonhar e acreditar sempre.

O resultado do balanço? Ah, essa é uma conta que não fecha. E que venha 2012!

Silvia Braido é jornalista, comemorou (de verdade!) a chegada aos 50 anos em 2011 e continua chorando e sorrindo com a mesma facilidade.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Das lições importantes que passamos a vida esquecendo

Por Mariana Lins


Eu entrei no mural do Facebook de uma colega de escola pra falar “feliz aniversário” e, claro, dei aquela espiadinha nas fotos: um monte de beijinhos e abraços com o namorado, festas à fantasia, viagens, bichinhos de estimação e tal. Não é difícil de imaginar. Mas havia ali também uma foto de uma página de livro que tinha uma ilustração (que remete à infância de muita gente nos seus vinte e poucos anos) e uma frase (daquelas de impacto, que se tornam parte de todo um universo de adoradores e depois as pessoas na internet ficam achando que foi a Clarice Lispector ou o Arnaldo Jabor quem escreveram). Tô falando de O Pequeno Príncipe.




Esse não é exatamente um livro que te fazem ler na escola, mas, em algum momento, as pessoas entram em contato com ele. É impressionante como ele se infiltra na vida da galera – e deixa um monte de marcas. E é o típico livro que, cada vez que é lido, revela uma face nova. Não uma face nova do livro, quero dizer, mas uma face nova do leitor. Quando se é criança, acho que o mais comum é se encantar com as aventuras interestelares do principezinho. Depois, a gente vai vendo as mensagens bonitinhas que estavam o tempo todo nas páginas e a gente não percebeu – e vai percebendo também as pessoas incríveis que estavam ali, na nossa vida, o tempo todo, e não percebeu… Cara, tô apenas dizendo que seria legal se as crianças aprendessem algumas lições desse livro desde cedo. Economizaria algumas centenas de reais em terapia depois.

Eu tive a sorte de interpretar o Pequeno Príncipe no grupo de teatro na escola. Nessa época, ouvi o que acho ter sido uma das coisas mais bacanas que já me disseram sobre mim: na hora de distribuir os papéis, eu fiquei com o principal não pelo meu excepcional talento nas artes dramáticas ou porque hey! todas as crianças merecem uma chance – mas sim porque o diretor achou que eu era a única lunática e romântica o suficiente pra interpretar o personagem. Rá! :) Isso foi legal sim ou sim?

E eu me lembro muito bem da Bruna ser a Raposa, do Stéfano ser o Aviador, da Carol ser a Rosa. E ok, não me lembro tão bem assim de quem fez o Bêbado, o Homem de Negócios, o Rei, o Vaidoso… Mas percebeu? Vários tipos humanos (e seus vícios e virtudes, mas principalmente os vícios) estão retratados nesse livro – o Antoine de Saint-Exupéry era um homem muito esperto. Quando vemos um alcoólatra, é difícil pensar nele como alguém que já foi uma criança com tanto direito de sonhar quanto qualquer um de nós. E quando estamos no trabalho, preocupados com as contas pra pagar, também…

… mas é bom lembrar de vez em quando.




Texto publicado originalmente em Os Sem Biblioteca.

Mariana Lins continua lunática e não seguiu carreira no teatro. É uma estudante prestes a por as mãos no diploma que jornalismo, um item legalmente supérfluo que ela ama muito.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

As voltas que o mundo dá…

Quando terminei a faculdade de Jornalismo, em 1999, tinha duas certezas: não queria trabalhar com Política ou Economia, mas, sim, com Esporte ou Cultura. Nenhum dos meus desejos foi atendido. Meu primeiro emprego como jornalista “de fato” foi com política, numa agência onde fiquei durante quase 10 anos. Saí de lá para trabalhar com nada menos do que Economia. Pois é… a vida nos prepara cada uma, né?!

Posso dizer, entretanto, que a jornada de quase 12 anos de profissão tem sido de muitos desafios e aprendizado, justamente com o que eu não pretendia trabalhar, mas que passei a gostar. Apesar disso, acho que o desafio maior foi escolher um curso de pós-graduação – o que só consegui este ano.

Foi a familiaridade com o universo digital que me levou, enfim, a optar por uma pós-graduação em Mídias Digitais. E com ela veio, finalmente, a concretização de um dos meus desejos: trabalhar com mídias online, principalmente as sociais, como Facebook, Twitter, YouTube, Orkut etc.

Hoje, posso dizer que, depois de muitas dúvidas e, principalmente, questionamentos, encontrei o caminho. Não é fácil passar dos 30 anos e ainda não ter certeza do que se quer para a vida profissional. Mas, mais do que saber o que se quer, é importante optar por aquilo que a gente realmente gosta. Por isso, sei que fiz a escolha certa, o que me deixa muito feliz e me impulsiona a buscar sempre fazer o melhor e a me especializar cada vez mais.

Aqui estou eu, encarando mais um desafio e muito animada, é claro. E em pensar que eu queria fazer história nos campos de futebol ou espalhando por aí minhas impressões sobre artes e cultura, enquanto meus amigos diziam que eu tinha o perfil perfeito para trabalhar em uma publicação de fofocas. Mas acabei passando pela política, pela economia e vim, enfim, parar no mundo digital. Posso dizer que, depois de tantas voltas, achei meu lugar e estou descobrindo a cada dia uma novidade nesse universo completamente novo, mas muito instigante para mim.

Já os sonhos da juventude… ah, estes ficaram para o meu blog, o espaço que encontrei para falar sobre tudo aquilo que eu queria quando saí da universidade.

Lilian Ambar é formada em Jornalismo, virou assessora de imprensa e agora se arrisca pelo mundo das mídias digitais. Praticamente uma viciada em mídias sociais, encontrou na LVBA, e na pós-graduação, uma oportunidade para descobrir mais sobre este universo tão instigante e para usá-lo como ferramenta de trabalho.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

“Hoje o tempo voa... escorre pelas mãos”

Entre tantos temas que eu poderia abordar neste espaço, só me vem um à mente nesse momento: o tempo. Aliás, esse assunto vem ocupando meus pensamentos há alguns anos. A temática vem me cobrando uma reflexão sobre a necessidade de produzir, conquistar, crescer e desenvolver. Mas, tudo passa tão rápido que às vezes a sensação de não estar cumprindo com o planejado é eminente.

Estava em um shopping Center em um dia desses e me deparei com a decoração de Natal. Fiquei muito espantada com o cenário, mas logo me dei conta que estamos em meados de novembro, em plena época de começarem os apelos comerciais para comemorar a data mais linda, em minha opinião. Mas, “no meu tempo”, deve ser mais ou menos junho, no máximo julho...

O ano de 2011 praticamente acabou e me assusta pensar que eu não “vi” ele passar. Quando eu era criança, lembro-me do quanto demorava para chegar meu aniversário, Dia das Crianças, Natal, Carnaval e férias então?! E eu tinha tantas atividades como hoje. A diferença é que na atualidade eu passo ao menos nove horas no mesmo lugar e naquela época meu tempo era dividido entre escola, cursos, natação, estudos, etc. Então, a teoria de ter muita coisa para fazer e não ver o tempo passar, definitivamente, cai por água abaixo. Eu via o tempo passar, ou melhor, sentia.

Certa vez, li em uma reportagem, não me recordo onde porque já faz muito tempo, que a Terra estava girando um pouco mais rápido e que os dias não tinham mais 24 horas. Talvez, isso explique a sensação que eu tenho do tempo escorrendo pelas mãos. E enquanto eu descrevo sobre este senhor, ele continua passando rápido...

Assim como ele nos ajuda a esquecer o que deve ser esquecido e a lembrar sempre de tudo que merece ser lembrado com muito carinho e uma saudade gostosa de sentir, também nos chama a atenção com bastante sutileza de que o momento é agora, que não se deve deixar para amanhã o que é possível fazer hoje. É tempo de aprender, compartilhar e, principalmente, evoluir. É sempre tempo de ser feliz!

“O tempo não para, não para, não, não para...”

Andréa Sampaio de Almeida é jornalista, apaixonada por assessoria de imprensa e muito interessada por temas que envolvam o tempo. Acredita que ele é um presente e um desafio em busca da evolução e, por isso, está constantemente buscando utilizá-lo bem.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Itacaré ou Itacarágua: encantadora de qualquer forma

Se em São Paulo nós temos Ubachuva, a Bahia não fica atrás. Os baianos têm Itacaré, que eu resolvi apelidar de Itacarágua ou Aguacaré, se você preferir. Pois então, esse foi o destino escolhido para as minhas tão esperadas férias (esperei durante quatro anos). No período de indecisão para onde ir todos me diziam: vá para o Chile, aproveite que está barato. Mas eu não aguentava mais o frio de São Paulo, queria mesmo um lugar quente com um sol de rachar.

Quando saí de São Paulo, chovia e quando o avião chegou a Ilhéus também chovia. Caso eu pegasse um voo após o meu, nem conseguiria pousar em Ilhéus por conta do mau tempo. Fiquei oito dias na cidade baiana, sendo sete e meio deles de chuva na cabeça. O sol resolveu aparecer na metade do último dia. Essas coisas parecem ser de propósito, não? Quem acha que na Bahia faz sol nos 365 dias do ano não está errado, mas é bom lembrar que às vezes as nuvens encobrem o sol e o vento bate forte.

Bem, o mau tempo não foi problema porque aproveitei meus dias de descanso ao máximo e as praias são lindas de qualquer forma. Como houve mudança de planos, o tempo foi gasto para apreciar a culinária da região (uma delícia, dá água na boca só de lembrar), conhecer o artesanato, a música e fazer alguns passeios diferentes. Até encarei um rafting, que debaixo de chuva é muito mais divertido, e também pulei de uma pedra de dez metros de altura. Meus dias foram muito bem aproveitados.

Itacaré, que fica entre Ilhéus e a Baía de Camamu (lindíssima), passou a ter esse nome em 1931, antes se chamava São Miguel da Barra do Rio de Contas. A região conta com praias paradisíacas que são enfeitadas com coqueirais, cachoeiras, manguezais e cercadas pela mata atlântica. Lembra muito o litoral norte de São Paulo. Devido a geografia acidentada, a maioria dos passeios devem ser feitos por veículos off-road. Entre as atividades, além dos internacionais campeonatos de surf, também dá para aproveitar o rapel, arborismo, tracking e passeios de canoa.

Faça sol, chuva, calor ou frio a cidade continua sempre apaixonante e encantadora. O lugar é cheio de turistas de todos os lugares do mundo e alguns resolvem permanecer por lá. Não é à toa que o restaurante é do espanhol, a padaria do português, a pizzaria do italiano e do paulista, a guia turística de Minas Gerais, a recepcionista de Manaus... Ah, no hotel em que me hospedei tem vagas no quadro administrativo, quase que eu também fiquei por lá.

Priscila Cunha é formada em Relações Públicas e trabalha como Executiva de Atendimento na LVBA. É apaixonada por pessoas, pela natureza, por comida e adora dividir alegrias. Depois de quatro anos sem tirar férias, tirou alguns dias de descanso que foram simplesmente maravilhosos.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O Cinema do Mundo

Como cinéfila que sou, não poderia deixar de expressar a minha tristeza pela morte do Leon Cakoff, no último dia 14, em São Paulo. Ele foi um grande realizador. Ele criou a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que é impossível de ser avaliada.

Foi por meio do contato com filmes vindos dos mais longínquos lugares que o público teve a oportunidade de conhecer produções de países desconhecidos, mas que se revelam abertamente nas salas de cinema da capital paulista. Uma sensação inacreditável poder desvendar outras culturas nas imagens e sons da telona. Cakoff possibilitou que uma janela para o mundo fosse aberta através das lentes de desconhecidos e conhecidos diretores. Foram nessas exibições que assisti às obras de Win Wenders, Nanni Moretti e Tarantino pela primeira vez e, lá também, me apaixonei pelo cinema argentino com temáticas voltadas à família e aos dramas pessoais e outros temas. Um exemplo recente do que estou falando pode ser encontrado no Segredo de Seus Olhos. O longa-metragem reúne vários gêneros, como mistério de suspense, humor, policial, drama e romance. É arrebatador. A história se passa entre o presente e o passado, tudo muito bem costurado por José Campanella – o mesmo de o Filho da Noiva.

Embora a Mostra não tenha mais o idealizador Cakoff, o seu legado deverá sobreviver. Por isso, faço um convite aos leitores deste blog para que retirem o preconceito, caso exista, e se programem para assistir produções de países que jamais teriam contato de outra forma. São mais oito dias de Mostra e ainda dá tempo. Ah, este ano vale destacar a homenagem dedicada a Elia Kazan, que terá nove filmes exibidos, entre eles “A Luz é para todos” e “Sindicato dos Ladrões”. Vale o esforço para fazer uma maratona também.

Procure seu filme no link abaixo e vá ao cinema!

http://35.mostra.org/filmes/

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Lá em Porangaba

Há mais ou menos duas semanas, fui passar um fim de semana na casa da minha tia, que mora em Porangaba, interior de São Paulo. Antes da viagem, minha mãe já havia me adiantado que lá era bastante calmo. Aparentemente, tudo normal. Pensei: “que bom, poderei descansar”.

Fomos eu, minha mãe, minha filha e meu namorado. A viagem durou em torno de uma hora e meia. “Sem problemas, eu levo duas horas do trabalho até a minha casa”, então foi bem rápido. Chegamos à noite na cidade, minha tia já nos esperava com seu atual marido. Realmente, as ruas estavam desertas!

Sabe como é... Na primeira noite ninguém dorme, muitas novidades, conversas sobre a família, sobre a vida, e assim fomos madrugada afora. Nem minha filha dormiu. Eu ainda não conhecia meu "tio" postiço, e o mais divertido é que descobrimos que a risada dele é idêntica à do Bob Esponja! Olha, tinha horas que realmente era impossível conter o riso!

No dia seguinte, pude conhecer a cidade inteira em menos de 45 minutos: realmente bem tranquila, e o mais legal é que todo mundo se cumprimenta, homens e mulheres. Já em São Paulo, se um homem fala oi para uma mulher desconhecida, ela já se assusta... Notei que as diferenças de um lugar para outro são grandes!

Além da hospitalidade dos moradores de Porangaba e a beleza da cidade, notei que uma paz imensa reina lá, e reina mesmo. Fiquei dois dias sem conseguir dormir - um baita silêncio - e ao fundo de toda esta paz fiquei escutando o barulho das galinhas. Eu não tenho nada contra elas, mas bem que elas poderiam estar um pouquinho mais longe da janela do meu quarto...

Mesmo sem dormir, foi bastante divertido, pois estava com as pessoas que mais amo ao meu lado, curtindo tudo isso. E família para mim é tudo! Não importa o lugar onde está e sim as pessoas com quem está... Você faz o lugar. Foram dias descontraídos e com almoços bastante engraçados, com a contribuição do meu tio, e a hora de ir embora acabou sendo difícil, como sempre é. Fica aquela saudade.

Mas com essa viagem, passei a dar valor a algumas coisas que antes me incomodavam: sons de carros, motos, pessoas na rua, entre outras coisas (não galinhas!)... Isso me faz sentir que existe vida ao meu redor, e assim consigo dormir meu soninho de quatro horas por dia tranquilamente!

Mônica Assis tem 26 anos, é técnica em informática e cursa TI na faculdade. Gosta de viver a vida intensamente, ama sua família e derrete-se pela sua filha Sabrina, de 4 anos. Adora ler e é viciada em chocolate. É louca por praia e, para ela, o melhor som do mundo é o do mar

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Cordas ou flores?

Vocês já conhecem as novas cordas de salto eletrônicas? Eu não conhecia até receber um exemplar de presente do meu namorado. Confesso que foi engraçado, ao invés de flores, que aliás não seriam definitivamente o estilo dele, receber uma corda de presente.

A surpresa foi seguida por pura curiosidade. As cordas interagem com o “pulador”, querem saber o seu peso e calculam tempo, calorias gastas e velocidade. São ajustáveis à sua altura, bonitinhas e, claro, remetem à infância.

Acho que esta foi a melhor parte, me lembrar de como era divertido naquela época e muito mais simples. Hoje não vou cantar musiquinhas e nem interagir com um monte de amiguinhos na brincadeira. Exatamente, não é mais brincadeira! Agora é a neurose pela busca do corpo perfeito que nos impulsiona a sair por aí pulando corda. Os benefícios são inquestionáveis para a saúde e a diversão acaba fazendo parte do exercício, mas confesso que meu coração iria bater mais forte pelas flores. Corrigindo, meu coração bateu bem mais forte depois de pular 1 minuto de corda! Será que era esta a intenção?

A verdade é que tive que aprender a valorizar os pequenos gestos das pessoas que eu amo. Se as flores morreriam após 1 semana, as cordas serão eternas... basta trocar a bateria.

“O homem bateu em minha porta e eu abri...” quem nasceu na década de 80 sabe do que estou falando!

Luciana Braga

Filha de Suely e João, irmã da Mariana e namorada do Henrique. Já morou em BH, Aracaju e Salvador, hoje mora em São Paulo e pula corda.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Suportando escolhas

Escolhi abrir um precedente aqui, pois será um post na linha da autoajuda, isso mesmo, mas do tipo legal. Tenho lido com assiduidade alguns blogs, especialmente o zenhabits e o theminimalists, e isso tem mudado a minha vida. Diferentemente dessa literatura que (só) se vê nas vitrines de grandes redes livreiras e anúncios internéticos afins, é um tipo de texto sobre o qual, depois de lido, não se pode falar "tá tudo errado", ou "eu nunca vou fazer isso".

Não vou mandar ninguém seguir 10 passos para ficar rico ou ser um chefe fantástico, ou conquistar o seu grande amor (dica do meu grande amor, que acabou de cantar isso no meu ouvido), etc... São coisas que a gente sente estarem certas, pois fazem um sentido natural, ancestral, corporal e espiritual. E aquilo que a gente sente, como vamos descobrindo ao longo da vida, tem muito mais valor do que aquilo que a gente pensa. A intuição, inclusive, tem muito a ver com o que quero falar, e é melhor que eu comece logo.

Temos que apoiar nossas próprias escolhas. Nada vai mudar se ficarmos criticando o que nós mesmos escolhemos para nossas vidas, não importa se são decisões minúsculas ou profundas, se inócuas ou se revolucionaram alguma coisa, ou atingiram outras pessoas. Você vai se sentir muito melhor se apenas aceitar que fez essa ou aquela opção, e pronto. Além de ser muito fina e quebradiça essa linha entre o certo e o errado, que não vamos discutir aqui, o desfecho da sua escolha será sempre positivo: algo mudou a partir dela e isso fez com que sua vida avançasse.

Uma associação curiosa que podemos fazer é com a palavra usada para dizer "apoio" ou "sustentação" em inglês: support. E sim, nós temos que suportar, aturar, mesmo, tudo o que decorreu de nossas decisões. Mas assim como isso pode remeter à ideia de dever ou responsabilidade, esse negócio de suporte pode também vir carregado de coisas boas, como um desafio interessante que você colocou para si mesmo e que te motiva a seguir em frente. Pense numa coisa que você queria ter feito diferente. Pensou? Esqueça; você já fez desse jeito. E agora está aí uma solução esperando que você a escolha para agir e melhorar tudo o que quiser.

Você pode querer não ter escolhido morar no bairro onde mora, trabalhar no lugar em que trabalha, namorar ou casar com quem você está junto agora. Mas é preciso entender que algo lhe motivou a fazer todas essas escolhas; foi você quem as fez, então, por que não dar suporte a elas? Você pode escolher fazer escolhas diferentes no futuro, mas estas, você já fez.

Hoje, assim como em tantos outros dias, descobrimos mais uma maluquice de nosso cachorro, eu e minha esposa: ele gosta de tomar banho no chuveiro. O beagle mais lindo do mundo, indo tomar banho sozinho... uma coisa incrível. E a gente quase se arrependeu da escolha de ter mais um cachorro além da nossa outra linda beagle. Mas foi a melhor escolha do mundo! (Ah, o nome dele é Marley, mas antes que nos critiquem pela falta de criatividade, adotamos ele já desse tamanho, de outra família, então é mais fácil manter o nome do bichinho para ele não se sentir perdido.)

Por último, mas não menos importante: a gente também deve "bancar" as escolhas que faz em conjunto ou aceita de outra parte. Seus pais, seu cônjuge, seus colegas de trabalho... Não adianta depois pensar que foi "ideia dele"! Sou muito feliz com as escolhas que fiz, mesmo que não sejam todas muitíssimo acertadas ou planejadas à exaustão. Nossa cabeça pode ficar confusa, porque lida com o que pensamos. Nosso coração sempre vai saber o que fazer, pois sabe o que sentimos.

P.S.: O cara da imagem é Atlas, aquele homem da mitologia grega que fica carregando (suportando) o mundo a vida toda... É mais ou menos o que a gente faz, não?

Allan Araújo no trabalho, AllanZi na música, Zi em casa, virou cachorreiro por influência de sua amada esposa Thaís (homenageada em outro post deste mesmo blog) e adora ter que passear com um beagle o puxando e o outro sendo arrastado, proporcionando uma cena cômica aos felizes moradores de seu bairro. Gosta de escrever. No twitter: @allanzi.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Três séries de quinze – minha tortura na academia

Quem me conhece, sabe. Até já fiz alguns exercícios. Era de correr na infância, joguei muito futebol na adolescência, corri de kart provavelmente umas 50 vezes na vida, mas ultimamente, o sedentarismo anda forte. Meus exercícios se limitam a parcas voltas na praça do lado de casa e esporádicas caminhadas com a cachorra. Minha ainda esbelta forma só se deve a uma afortunada condição genética e alguns sacrifícios durante a semana.
Não procuro por exercícios. Admito que cheguei ao fundo do poço do ócio físico - e estou bem assim.

Não obstante, fui "raptado" por dois amigos-da-onça na última noite de segunda-feira. O objetivo: fazer com que eu me integrasse ao "Projeto Verão 2012". Os dois também são sedentários, mas mais preocupados que eu.

E uma noite que tinha tudo para ser regada a episódios já vistos de "Friends" e "Two and a Half Men" tornou-se um martírio fransciscano. Ganhamos uma semana grátis na academia perto de casa. Francamente, quem quer ganhar algo assim?! Presente de gosto duvidoso.

Fato resumido, tive que passar por todas aquelas máquinas infernais que faziam parte de um passado distante (sim, eu frequentei academias nos loucos anos 1990). O cheiro de suor nos colchões comidos, o calor do corroído metal nas mãos, o típico ambiente formado pelos ratos de pesos e moças que acham que são cobiçadas por todo mundo no local não se comparam ao infeliz sentimento de seus músculos queimando de dor em cada uma das intermináveis e já clássicas "3 séries de 15".

Três - com todo o respeito - o cacete! Elas mais pareciam uma progressão geométrica do inferno. Sádico, o bombado instrutor não fez questão alguma de diminuir as cargas. Pegou pesado mesmo, e enquanto eu cumpria o longo ritual, meus músculos pareciam se perguntar entre eles o por quê d'eu fazer aquilo. "Sério, estamos quietos no nosso canto. Por que mexer conosco?"

Ainda não sei a resposta. Ou seria o tal do "Projeto Verão 2012"? Não importa, pois a tréplica virá: esses mesmos músculos darão suas respostas no dia seguinte. E não será nada legal.

Não fizemos o alongamento no fim. Segundo o amável instrutor, há uma recente pesquisa na USP que mostrou que, em musculação, nada deve ser alongado, pois é "melhor assim." Fiz uma rápida pesquisa na web agora pouco e encontrei justamente o contrário. Como agora já é tarde para alongar, que me desculpem de novo: instrutor filho da mãe!

Cansados, suados, destruídos, saímos de lá. Em nossas mentes, a sensação de dever cumprido. A endorfina começava agir, elevando nosso espírito. Fortes como nunca, deixamos o recinto certos de que o projeto começou da maneira apropriada. No pain, no gain, diriam os gringos. O prazer de realizar um exercício conseguiu compensar toda a dor que passamos? Não sei.

Mas o chopinho no boteco que paramos do lado de casa nunca esteve tão gelado.

Luis Joly (http://jacksenna.blogspot.com) é um recorrente deste blog. Sem criatividade no momento, não sabe muito o que dizer dele, a não ser que está fazendo um curso de teatro para executivos na FAAP que está mudando muito na vida dele. Odiou “Árvore da Vida” e, desde hoje, passou a gostar de cenouras cozidas (antes, ele só as comia cruas).

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Hora de ser mais além daquilo que já conheceu

Sei que muita gente acha uma tremenda babaquice, mas eu sempre, sempre fui muito fã de astrologia. Essa tal mania de saber o signo de fulano é uma das tantas que eu carrego desde a pré-adolescência. Outra delas é saber de cor o aniversário de todos os membros da minha família (e não estou falando apenas de irmão, pai e mãe) e dos amigos da escola, desde a época do primário. E isso é algo que me caracteriza como uma pessoa estranha, segundo eles próprios quando escutam minha voz ao telefone com um sonoro “FELIZ ANIVERSÁRIO!” na data (certa) querida, desejando felicidades e muitos anos de vida.

Sou filha da minha mãe mesmo; cresci ouvindo-a pensar alto o aniversário de muitos e parabenizá-los em incontáveis ligações especiais que ela fazia questão de realizar. Com o adendo de que sou ainda mais apaixonada por datas, guardo tantas especiais e os aniversários são para mim, de fato, o maior significado do celebrar. Sinto que os astros e toda a energia propagada por eles naquele dia específico em que nascemos dizem muito sobre nós. Afinal, aniversários são o completar de um ciclo e a comemoração de um novo que está por vir.

E a tal astrologia que gosto tanto é mestre em avaliar os tais ciclos, além dos trânsitos astrológicos, percursos dos planetas e a influência dos astros e estrelas sobre os signos que nos regem pela passagem na Terra. Ufa! Tanta filosofia de bar para dizer que estou comemorando um aniversário. Em 31 de agosto de 2009, Melissa Rossi começava o seu ciclo como uma LVBAna, e hoje, completados dois anos e um dia, neste 1º de setembro de 2011, é hora de dizer “até breve”.

Foi um ciclo, e talvez o mais importante de todos eles. Foram nestes dois anos de LVBA que eu vivi também o auge do meu retorno de Saturno, um dos ciclos planetários mais famosos e estudados pela astrologia e que acontece pela primeira vez quando estamos próximos a completar os 29 anos – tempo este que Saturno leva para completar uma volta inteira em torno do Sol. Eu entrei aqui aos 28 anos, e foi durante o meu percurso profissional na LVBA que eu percorri a jornada mais complexa e intensa da minha vida pessoal.

Por definição, podemos compreender o retorno de Saturno como sendo aquele momento em que tomamos consciência de nossas limitações, daquilo que podemos ou não podemos fazer. Mas, como o momento dura cerca de dois ou três anos, eu ainda não tenho as minhas limitações definidas. Hoje, aos 30, continuo vivendo e descobrindo as diferentes faces e possibilidades de ser Melissa, pois, como já escrevi neste 806 sou várias em uma só e sempre terei a curiosidade de descobrir quantas mais ainda existem e poderão vir a ser; ou ainda: quantas já foram e não mais serão.

Apenas para concluir o texto, já que prefiro vírgulas a pontos finais, seja pela inquietude ou pela vontade de descobrir novos jeitos de ser e de fazer Melissa que eu optei por começar um novo ciclo noutro lugar. Mas faço isso do jeito que mais gosto: celebrando um aniversariar de dois anos de LVBA. Não é uma despedida, é uma festa!

Melissa Rossi é jornalista e muito mais. Na LVBA foi assessora de imprensa no primeiro ano e no segundo foi analista de mídias sociais. Foi também blogueira, repórter, pauteira. Foi aluna, tutora, artista e foi autora. Fez da experiência uma conquista e foi assim que percebeu: tá na hora, Melissa, de ser mais além daquilo que já conheceu.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Os dois lados de Buenos Aires

Nos últimos tempos o principal roteiro de férias dos brasileiros tem sido, sem dúvida, Buenos Aires. Com o Real bastante valorizado em relação ao Peso, os brasileiros literalmente invadiram a capital argentina para aproveitar os prazeres que ela oferece: bons vinhos, carne deliciosa, passeios agradáveis e um pouquinho do charme tipicamente europeu. E foi esse o destino escolhido por mim para passar as minhas recentes, e já saudosas, férias.

Foram seis dias em Buenos Aires, ao lado de ótimas companhias. Período em que pude estar em contato com o que cidade oferece de bom, e também de ruim.

Com arquitetura belíssima, BsAs impressiona quando se caminha a pé, de táxi ou de ônibus turístico. Angariamos boas dicas e recomendações de passeios de amigos, entre elas o Filo, um pizza bar com ambiente bastante descontraído, e o Gran Bar Danzon, um restaurante, bar e lounge bem aconchegante.

Mas sempre vale a pena fazer os tradicionais: Casa Rosada, Praça de Maio, Puerto Madero, Recoleta (onde está o túmulo de Evita Perón), os três bairros de Palermo, Caminito, Feirinha de San Telmo (acontece todos os domingos), Calle Florida, Avenida Santa Fé e por aí vai...

Trouxe da cidade boas recordações. Mas não posso deixar de dizer que notei um quê de decadência na cidade. Como toda cidade grande, Buenos Aires sofre com a degradação. Difícil não se entristecer ao ver monumentos históricos depredados pela população (pintados, pichados ou com adesivos colados), a sujeira e o mau cheiro no metrô e nas ruas também incomodam. Se, por um lado, a cidade proporciona inesquecíveis paisagens, por outro, choca em alguns momentos.

Já no meu primeiro dia em Buenos Aires, um descuido e, pronto, fiquei sem celular – furtado dentro do metrô. Foram pelo menos quatro as vezes em que algum hermano pediu que tomássemos cuidado com a bolsa, a carteira ou a câmera. Claro que em São Paulo não seria diferente, mas confesso que fiquei assustada.

Passado o susto, consegui aproveitar intensamente a viagem que, das andanças pela cidade às comidas saborosas e aos divinos e baratos vinhos, foi deliciosa. E não posso deixar de compartilhar talvez a melhor dica para se fazer o que cidade oferece de melhor: comer bem. O restaurante Las Cholas, no bairro de Las Cañitas, reserva a mais saborosa e macia carne que comi em BsAs, sem contar o bom preço e a generosa porção. Se for a Buenos Aires, não deixe de passar por lá. Esta foi a melhor sugestão, ever, dada pela queridíssima Rubia, uma ex-lvbana que se mudou de mala e cuia para terras portenhas.

E se, assim como eu, você adora vinhos, aproveite para degustá-los durante sua estada pela cidade. Os preços são ótimos, assim como a qualidade. A minha sugestão é o Saint Felicien, Cabernet Sauvignon, Reserva. De todos o que tomei, considero este o mais gostoso.

Para finalizar, se tiver um tempo livre dê um pulinho na cidade de Colonia Del Sacramento, no Uruguai. A viagem de barco dura apenas uma hora e você vai encontrar um lugar incrível, repleto de ruínas e reconhecido como patrimônio histórico pela Unesco. Mas, #ficadica, pegue o primeiro barco e volte depois do almoço, pois a cidade oferece pouquíssimas coisas para fazer. Eu e meu companheiro de viagem, Paco, ficamos entediados e frustrados por termos passado um dia inteiro de ociosidade por lá.

Ressalvas feitas, dicas dadas e histórias contadas, não deixe de aproveitar a época das “vacas gordas” para nós, brasileiros, e arriscar um belo passeio por Buenos Aires.

Lilian Ambar acaba de voltar de Buenos Aires, onde passou parte das férias que acabaram recentemente. Como boa observadora, captou os principais detalhes da cidade. E, apaixonada por vinhos, aproveitou para provar as mais variadas uvas, produtores e safras. Pretende voltar a BsAs, mas na próxima vez terá mais cuidado ao andar pelas ruas e, principalmente, no metrô.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Eu, Forrest Gump

Bem, eu moro em São Caetano do Sul desde que nasci. Sim, tenho planos de sair de lá. Não, isso não vai acontecer tão rápido assim. E não, não tem muita coisa pra fazer por lá. Fãs de São Caetano, admitam, atualmente o point mais popular que vende açaí simplesmente não funciona nas noites de sextas-feiras.

A questão é que meus três primeiros empregos foram por lá, nesse pacato lugar – quer dizer, eu poderia ir à pé, se tivesse paciência para tanto. (Eu tinha.) Mas logo no segundo ano da faculdade comuniquei ao pessoal:

- Mãe, vó, arrumei um trabalho em Moema.

- Meeeu Deeus do céu, é longe! Você vai ter que tomar não sei quantos ônibus e... – bom, imaginem que essa fala se estendeu por minutos que eu jamais serei capaz de mensurar. Mas Moema, lá fui eu! (E eram necessários dois ônibus e uma hora e meia, pra quem ficou curioso.)

Meses depois, fui para o Itaim Bibi. “Mariaaana! Você não sossega?!”. Bom, a resposta foi não, não sossego. Agora o percurso exigia ônibus, metrô e depois ônibus de novo, o que somava duas horas de viagem. Ir para a praia leva menos tempo que isso – e não vou nem mencionar a situação da minha volta para a faculdade no fim do dia porque esse é um período da minha vida que eu prefiro esquecer. *Essa é a deixa para quem quer se comover e compartilhar um depoimento*

E, quase um ano depois, adivinhem? Fui para o Butantã. Sim, cheguei na LVBA! As pessoas acharam que eu tinha perdido o pouco juízo que me restava. “Você quer passar quantas horas por dia no metrô, menina?! Você não consegue nem abrir um livro sem passar mal no ônibus!”. Sim, sim, sim, verdade! Mas, para a minha enorme surpresa, eu levo apenas cinquenta minutos da minha casa até a Alvarenga 806. Dá vontade de abraçar quem trouxe o metrô até aqui mas uh, políticos, melhor não abraçar.

O legal é que essas aventuras por agências de comunicação nessa São-Paulo-de-meu-Deus não renderam apenas experiências profissionais – mas também um conhecimento razoável (e ainda pequeno) das linhas de trem, metrô e ônibus dessa cidade... E algumas histórias pra contar!

Outro dia, estava eu com um exemplar mau humor matinal num trem quando um velhinho de boina entra no vagão e começa a encarar a moça que estava na minha frente:

- Moça, me dá um sorriso? - e sorri pra ela. Não vi a expressão no rosto dela, claro, mas posso imaginar aquela cara tipicamente paulistana de “oh, não! Um estranho falando comigo! Deve ser louco ou quer me assaltar”. Mas ele insiste:

- Vamos, não vai doer! - e, com a ponta dos dedos, puxa os cantos dos próprios lábios para cima, como que encorajando a assustada pessoa metropolitana. Eu não resisti e, sem ter nada a ver com a história, já estava sorrindo antes mesmo dessa segunda investida do velhinho. Mas já começava a ficar tensa com a reação da moça. O que ela iria fazer? Foi então que...

- Iiiisso! Viu, garota, um sorriso pode salvar seu dia!

- Obrigada! - a moça à minha frente, embora eu não pudesse ver, obviamente sorria e se mexia como que aliviada, livre da fobia de estranhos que é natural a quem vive por muito tempo na selva de pedra.

O velhinho desceu na próxima estação, se despedindo da tal moça com uma reverência com sua boininha cinza.

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Mariana Lins não gosta de dissertar sobre a moral das histórias que conta. Faz parte do time de formandos enlouquecidos com TCC no quadro da LVBA e também do time de adoradores (sic) do transporte público – mas acredita em soluções simples para problemas compl... que problemas?

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Já ouviu falar de Esquel?

Até meados deste ano, honestamente, eu nem sequer saberia dizer sua localização. Mas, como muitos outros brasileiros, chilenos, argentinos e uruguaios, meu destino turístico deste ano mudou de rumo em função do vulcão Puyehue. O primeiro pensamento foi: que azar! Será que depois de 50 anos quieto, tinha que entrar em erupção agora?

O estresse de buscar alternativas, mudanças infinitas de voos, uma vez que nosso roteiro inicial – fazer a nova travessia dos Lagos Andinos, via Pucón até San Martin de Los Andes - ficou impossível com todos os aeroportos fechados, nada foi se comparado àqueles que de fato estavam e estão vivenciando as consequências do vulcão.

Finalmente, um dia antes de embarcarmos, surgiu uma rota alternativa: São Paulo – Buenos Aires – Esquel. Vamos ou não? Minha irmã e eu pesquisamos durante meia hora e decidimos arriscar e tentar algo novo, ou melhor, não planejado. A começar pela hospedagem – liguei para três lugares e em cinco minutos optamos pela Hosteria El Coirón, que recomendo.

E qual não foi nossa grata surpresa com a cidade e seus habitantes! Esquel está localizada no noroeste da província de Chubut, na Patagônia Argentina, em Futaleufú. É a maior e mais importante cidade da região, e suas principais atrações turísticas são o Parque Nacional Los Alerces e a estação de esqui La Hoya. Lindos!

Sua fundação está diretamente ligada à chegada dos galeses a Chubut que – após muitas tentativas de outros colonizadores – sobreviveram às condições locais e iniciaram a povoação perto dali, 25 Km ao sul de Esquel, na cidade de Trevelin (seu nome em galês significa “povo do moinho”, em função do moinho Los Andes, que lá existia).

Em Trevelin, por sinal, não deixe de tomar um chá na Casa de Té Nain Maggi, a mais tradicional do lugarejo, onde provará a famosa Torta Negra, receita criada pelas galesas - incluindo a própria Nain Maggi - que, durante o período de imigração e diante da falta de alimentos, criaram essa maravilha com poucos ingredientes como nozes, frutas secas e licor. O resultado dos tempos difícies é uma verdadeira iguaria, que só de lembrar dá água na boca!

Mas voltando a Esquel, a cidade conta com muitos lagos glaciais existentes em suas imediações, sendo o mais próximo e famoso o lago La Zeta. É também uma ótima opção no verão, pois oferece muitas atrações de turismo de aventura como trekking, cavalgadas, mountain bike, rapel, os exóticos e coloridos túneis de gelo (que se formam no verão), caiaques e a escalada na Pedra Parada. Uma boa opção é conhecer os pacotes das agências locais, como os da Limits Adventure.

Em relação à culinária, Esquel oferece diferentes opções para todos os gostos. Vale a pena desfrutar das trutas e carnes do Las Cumbres Blancas, La Montana, La Barra e Las Bayas e do simpático e delicoso restaurante italiano Don Chiquino. E para comprar alguns “regalos”, além de chás, vinhos orgânicos e diversos produtos regionais, visite a “Mil Sabores” (na Rivadavia, 1054). Não vai querer sair desta tão simpática loja, tanto quanto terá que provar os sorvetes regionais da região, como o de frutas do bosque. Viajar também é um festival de sabores. E se for como eu, um dos primeiros lugares que desejará conhecer é um supermercado para comprar queijos, vinhos e defumados!

Mas, o que mais chamou a nossa atenção, ou mellhor, a atenção dos esquelenses, foi o pequeno grupo de brasileiros que andava prá lá e pra cá, perguntando sobre tudo e que havia optado por permanecer em Esquel. Não sabiam o que fazer por nós! Tivemos, inclusive, o prazer de almoçar em uma cabana típica dos guardas florestais dentro do Parque Nacional Los Alerces. Uma experiência única, que jamais vamos esquecer.

E também recordar das histórias e ensinamentos de pessoas queridas de Esquel e região, que estabeleceram um código de ética para não promover o turismo em suas cidades, e ajudarem na recuperação de Bariloche, que vivia novamente uma calamidade pública e que ainda levará muito tempo para se recuperar. Esquel, em 2008, passou por situação idêntica devido à erupção do também vulcão chileno Chaitén.

E no fim, nós só mudamos um pouco a rota e conhecemos um lugar diferente com pessoas muito amáveis! Se tiver uma oportunidade, não deixe de conhecer Esquel.

Valéria Allegrini já está planejando suas próximas viagens e ainda quer conhecer muitas regiões da Cordilheira, mesmo com a ameaça iminente de novas erupções vulcânicas. Mas já aprendeu a consultar com frequência o Sernageomin - El Servicio Nacional de Geología y Minería.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A felicidade de ser “Mãe”drinha

Desde sempre gosto de criança. Na verdade tenho uma teoria de que filho dos outros é melhor que filho da gente, já que é possível devolvê-lo para os pais quando começam a chorar ou quando você está com a paciência esgotada. Sei que esta teoria será quebrada quando eu tiver um filho, mas até lá...

Minha paixão por criança me rendeu dois filhos postiços, ou afilhados. E eles são tudo na minha vida! O melhor de ser madrinha é que eu pude entender mais de perto o que é a tal felicidade de ser mãe, já que, de uma forma ou de outra, eles são meus filhos.

A primeira alegria foi a chegada do Leonardo em 2006. Ainda na barriga da mãe, ele pulava feito cabrito quando ouvia a minha voz ou quando eu cutucava a pança da minha comadre. Eu falava para ele: “moleque, a prima Dani chegou”. E ele começava a se mexer! Nesta época eu nem sonhava em ser madrinha do Léleo. O presente me foi dado um pouco antes de ele nascer, pois a mãe e o pai dele entenderam que o moleque havia escolhido a própria madrinha.

E foi com o Leonardo que aprendi o que é ser madrinha. Não é fácil exercer este papel e também não é fácil aceitá-lo, já que a responsabilidade é tremenda: ser madrinha é ser mãe, é assumir responsabilidades com relação à vida e a segurança de uma criança, que nem foi você quem gerou. Com o Leonardo aprendi a sentir coisas que só as mães sentem: um amor infindável misturado com pitadas de medo, responsabilidade, insegurança, felicidade e vontade de ser eterno, para poder acompanhar tudo o que acontecerá na vida deste serzinho sem perder nadinha.

Além de todas as responsabilidades que envolvem o papel de ser madrinha, existem também muitas coisas boas, como a cumplicidade, o companheirismo, as descobertas e a possibilidade de fazermos muitas coisas juntos. Minha comadre sempre me deu a liberdade de agir com o Leonardo da forma como eu quisesse. Diante desse passe livre, instituí uma única regra na minha relação com o meu “porqueira”: ele não pode me chamar de qualquer outra forma que não madrinha. E ele obedece. É como se ele me chamasse de mãe. E isso enche meu coração de alegria.

Foi comigo que o meu filho torto comeu chocolate pela primeira vez. Lembro da carinha dele até hoje; sua face apresentava traços de repulsa – gerados pela textura do chocolate – e de realização, pois estava sentindo um gosto que nunca havia sentido antes. O primeiro kit de pintura com o dedo foi um presente da madrinha: serviu para pintar um carrinho de madeira, o chão da sala, a parede do quarto e também para saber que gosto tinha. Sorte que o guache era atóxico! O primeiro dedo na cobertura do bolo foi uma cena incrível. Ele gostou tanto de fazer, que nunca mais abandonou a prática e sempre se refere a mim quando meleca o dedo em algum bolo. As primeiras massinhas de modelar, os primeiros desenhos de colorir, os primeiros segredos de amor... Uma infinidade de “primeiras vezes” marcam nossa relação.

Toda vez que penso em ter um filho, peço a Deus que ele seja minimamente parecido com o Leonardo, e que nossa relação seja permeada pelo amor e pela cumplicidade que existe entre nós. Ah, vale ressaltar que o Leléo me ensinará tudo que preciso saber sobre como cuidar de uma criança, já que ele possuí larga experiência no ramo por conta do seu irmão mais novo.
Deixando o meu primeiro filho de lado, só um pouco, mais recentemente tive novamente a alegria de me sentir “mãe”. O presente veio da minha amiga de infância e se chama Henrique. Com ele ainda não tive a chance de realizar algumas primeiras coisas, pois faz tempo que não encontro meu reizinho. Culpa toda minha, mas em breve vou me desculpar com ele e começar a fazer tudo aquilo a que temos direito!

Apesar de não serem meus filhos de sangue, estes dois pequenos seres mudaram a minha vida, a minha forma de amar e trouxeram para os meus dias muita alegria e vontade de continuar a seguir em frente. Não gerei nenhum dos dois, mas o amor que sinto por eles é incondicional e me deixa provar um pouquinho do gosto bom de ser mãe.


Dani Mesquita é apaixonada por seus afilhados e se sente mãe de cada um deles. Enquanto não gera seus filhos, curte os rebentos alheios e aproveita para devolvê-los aos pais, já que não poderá fazer isso com os dela.


quinta-feira, 28 de julho de 2011

O Segredo de Alline

Parece que foi ontem que eu escrevi o meu primeiro texto para o 806 como assistente de eventos. Aliás, foi no extinto departamento de eventos que a minha carreira começou aqui. Foram milhares de desafios, um ano que definitivamente mudou a minha vida. Foi aqui na LVBA que consegui deixar para trás muitos medos e, sem dúvida nenhuma, me tornei mulher e uma Relações Públicas de verdade.

Tenho muito orgulho de dizer que fui uma das poucas pessoas dessa agência que fez um processo de Trainee, passei por eventos, redação, atendimento até chegar ao cargo de executiva de atendimento exclusivo da empresa Mars Brasil. A cada desafio eram noites mal dormidas e aquele friozinho na barriga, mas sempre encontrei aqui segurança e uma confiança absurda no meu trabalho.

Bom, deixei para escrever nesse último post um segredo que poucas pessoas sabem e que resume a paixão pelo o que faço. Os que me conhecem bem sabem a fobia que eu tinha por cachorros. Então, veio o convite para atender a conta de PEDIGREE®. Foi um conflito interno, confesso, mas foi mais uma prova que tudo é possível. Depois de pouco tempo atendendo a conta e tendo que ir a feiras, pegar os cachorrinhos no colo e os entendendo... o medo foi indo embora e a vontade de ajudar na campanha PEDIGREE® Adotar é tudo bom foi tomando conta do meu coraçãozinho. Pois é, até mesmo o meu medo por cachorros eu perdi.

Depois de tanto crescimento e mudanças percebi que a minha história aqui estava chegando ao fim ou pelo menos, dando uma pausa. Os receios foram ficando de lado e um grande sonho que sempre tive foi se tornando realidade. Foi então que decidi, enfim, fazer a tão desejada viagem para o Canadá. Depois do velho e bom ritual de ansiedade (noites mal dormidas e o friozinho na barriga), a decisão foi tomada. E não tenho dúvida que essa coragem foi consequência de tanto aprendizado. Só tenho que agradecer a ótima faculdade e todos os seus integrantes (professores), a LVBA Comunicação. Levo em meu coração e na minha memória todos os momentos vividos e os amigos que fiz aqui, vocês ficarão conhecidos no Canadá.

Alline Roble, a mais nova apaixonada por cães, acaba de completar 25 anos e é literalmente uma mulher de fases. A Relações Públicas, além de baixinha, é leonina... De fato, o Canadá não será o mesmo.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Detalhes sobre Diagnóstico de Presença Digital

Sabem aqueles clientes que têm um insight e resolvem entrar nas Mídias Sociais da noite para o dia?

Não! Existem algumas etapas para esse processo. Vou falar aqui sobre aquelas que em minha opinião são as realmente necessárias para uma empresa entrar e agir com inteligência nas mídias sociais. Começo então falando de diagnóstico digital, e falarei na visão de uma agência.

O primeiro passo é o levantamento de informações com os gestores da empresa. Devem ser realizadas reuniões com os mesmos, onde serão levantadas as impressões deles sobre a situação atual da presença digital do cliente; também serão levantados dados e pesquisas julgadas relevantes pelos gestores para o processo.

Para o segundo passo, deve-se fazer a elaboração do briefing. Após o levantamento de informações, é imprescindível que o briefing aconteça para incorporar e registrar os elementos prestados pelos gestores. Esse briefing será destinado à aprovação da empresa e alterado conforme solicitações, para servir de linha-mestra para o projeto.

No terceiro passo fica a análise de métricas, na qual será efetuado um diagnóstico de todas as métricas, adequando-as de acordo com sua aderência e performance. Também serão identificadas métricas faltantes contra um conjunto de boas práticas de mercado.

Para finalizar, dentro da análise de métricas, deve-se realizar o benchmark de mercado. O Benchmark é o levantamento das melhores práticas e destaques nos principais sites, blogs, comunidades e veículos de informação voltados ao segmento da marca. O objetivo do benchmark é encontrar oportunidades e modelos de atendimento ainda não utilizados pela empresa, ou os executando com mais qualidade.

A cereja do bolo fica na apresentação dos resultados. Todo o processo de Diagnóstico de Presença Digital é encerrado com uma apresentação dos resultados. Feito isso, todos os envolvidos terão a oportunidade de contribuir com críticas e sugestões para ajustes no documento final de diagnóstico, que servirá de base para o Planejamento de Presença Digital.

Depois de toda essa receita, tudo pronto para o próximo passo, que é efetivamente o Planejamento Digital. Tema que abordarei no próximo post.

Estudante de Relações Públicas da Universidade Metodista de São Paulo. Ingressou na LBVA em Junho de 2011, onde, atualmente, desempenha a função de Assistente de Relações Públicas.

Cibele Silvia é editora do blog e Revista A Bordo da Comunicação, também escreve para o blog Mídia Boom e o blog Relações. Também é editora de dois livros do #InovadoresESPM: Livro colaborativo de Redes Sociais e Inovação Digital – volumes I e II. Co-organizadora dos eventos: Café com Blogueiros, ERERP 2011 e TEDxUSP.