quinta-feira, 28 de julho de 2011

O Segredo de Alline

Parece que foi ontem que eu escrevi o meu primeiro texto para o 806 como assistente de eventos. Aliás, foi no extinto departamento de eventos que a minha carreira começou aqui. Foram milhares de desafios, um ano que definitivamente mudou a minha vida. Foi aqui na LVBA que consegui deixar para trás muitos medos e, sem dúvida nenhuma, me tornei mulher e uma Relações Públicas de verdade.

Tenho muito orgulho de dizer que fui uma das poucas pessoas dessa agência que fez um processo de Trainee, passei por eventos, redação, atendimento até chegar ao cargo de executiva de atendimento exclusivo da empresa Mars Brasil. A cada desafio eram noites mal dormidas e aquele friozinho na barriga, mas sempre encontrei aqui segurança e uma confiança absurda no meu trabalho.

Bom, deixei para escrever nesse último post um segredo que poucas pessoas sabem e que resume a paixão pelo o que faço. Os que me conhecem bem sabem a fobia que eu tinha por cachorros. Então, veio o convite para atender a conta de PEDIGREE®. Foi um conflito interno, confesso, mas foi mais uma prova que tudo é possível. Depois de pouco tempo atendendo a conta e tendo que ir a feiras, pegar os cachorrinhos no colo e os entendendo... o medo foi indo embora e a vontade de ajudar na campanha PEDIGREE® Adotar é tudo bom foi tomando conta do meu coraçãozinho. Pois é, até mesmo o meu medo por cachorros eu perdi.

Depois de tanto crescimento e mudanças percebi que a minha história aqui estava chegando ao fim ou pelo menos, dando uma pausa. Os receios foram ficando de lado e um grande sonho que sempre tive foi se tornando realidade. Foi então que decidi, enfim, fazer a tão desejada viagem para o Canadá. Depois do velho e bom ritual de ansiedade (noites mal dormidas e o friozinho na barriga), a decisão foi tomada. E não tenho dúvida que essa coragem foi consequência de tanto aprendizado. Só tenho que agradecer a ótima faculdade e todos os seus integrantes (professores), a LVBA Comunicação. Levo em meu coração e na minha memória todos os momentos vividos e os amigos que fiz aqui, vocês ficarão conhecidos no Canadá.

Alline Roble, a mais nova apaixonada por cães, acaba de completar 25 anos e é literalmente uma mulher de fases. A Relações Públicas, além de baixinha, é leonina... De fato, o Canadá não será o mesmo.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Detalhes sobre Diagnóstico de Presença Digital

Sabem aqueles clientes que têm um insight e resolvem entrar nas Mídias Sociais da noite para o dia?

Não! Existem algumas etapas para esse processo. Vou falar aqui sobre aquelas que em minha opinião são as realmente necessárias para uma empresa entrar e agir com inteligência nas mídias sociais. Começo então falando de diagnóstico digital, e falarei na visão de uma agência.

O primeiro passo é o levantamento de informações com os gestores da empresa. Devem ser realizadas reuniões com os mesmos, onde serão levantadas as impressões deles sobre a situação atual da presença digital do cliente; também serão levantados dados e pesquisas julgadas relevantes pelos gestores para o processo.

Para o segundo passo, deve-se fazer a elaboração do briefing. Após o levantamento de informações, é imprescindível que o briefing aconteça para incorporar e registrar os elementos prestados pelos gestores. Esse briefing será destinado à aprovação da empresa e alterado conforme solicitações, para servir de linha-mestra para o projeto.

No terceiro passo fica a análise de métricas, na qual será efetuado um diagnóstico de todas as métricas, adequando-as de acordo com sua aderência e performance. Também serão identificadas métricas faltantes contra um conjunto de boas práticas de mercado.

Para finalizar, dentro da análise de métricas, deve-se realizar o benchmark de mercado. O Benchmark é o levantamento das melhores práticas e destaques nos principais sites, blogs, comunidades e veículos de informação voltados ao segmento da marca. O objetivo do benchmark é encontrar oportunidades e modelos de atendimento ainda não utilizados pela empresa, ou os executando com mais qualidade.

A cereja do bolo fica na apresentação dos resultados. Todo o processo de Diagnóstico de Presença Digital é encerrado com uma apresentação dos resultados. Feito isso, todos os envolvidos terão a oportunidade de contribuir com críticas e sugestões para ajustes no documento final de diagnóstico, que servirá de base para o Planejamento de Presença Digital.

Depois de toda essa receita, tudo pronto para o próximo passo, que é efetivamente o Planejamento Digital. Tema que abordarei no próximo post.

Estudante de Relações Públicas da Universidade Metodista de São Paulo. Ingressou na LBVA em Junho de 2011, onde, atualmente, desempenha a função de Assistente de Relações Públicas.

Cibele Silvia é editora do blog e Revista A Bordo da Comunicação, também escreve para o blog Mídia Boom e o blog Relações. Também é editora de dois livros do #InovadoresESPM: Livro colaborativo de Redes Sociais e Inovação Digital – volumes I e II. Co-organizadora dos eventos: Café com Blogueiros, ERERP 2011 e TEDxUSP.



quinta-feira, 14 de julho de 2011

O Insustentável Peso do Ser

Muito se fala de algo que só citarei uma vez nesse texto, para não cair na mesma banalidade que pretendo criticar: sustentabilidade (e tudo que é ‘sustentável’, por consequência). Fala-se demais! E ainda que entendamos o conceito e apliquemos algumas das ideias encapsuladas no termo, nessa muleta apoia-se uma infinidade de programas, projetos e prêmios que forçam a barra para se adequar à tendência. E, por enquanto, falamos apenas do microcosmo corporativo, pois se estendermos o assunto ao plano pessoal, familiar, cotidiano, o emprego desse pensamento é ainda mais nebuloso e fugaz.

Minha sensação é que se tem falado pouco do oposto – sobre tudo o que não se pode mais sustentar em uma sociedade que clama caminhar no sentido da conscientização global. E tudo começa pela relação que estabelecemos uns com os outros. É irônico que em cidades como São Paulo, berço de complexos planos de responsabilidade corporativa e afins, as pessoas mal se olhem ou troquem uma palavra sequer em espaços públicos. É claro que não se pode generalizar, mas o que acontece em grande escala é um processo de cultivo do temor e desprezo pelo próximo, nas grosserias trocadas no trânsito, nos gritos em balcões das lojas, nos suspiros tensos nas filas dos bancos. A intolerância é insustentável. O ódio também.

Insustentável é o esgotamento físico e mental a que são submetidos trabalhadores do mundo todo para o farto sustento de um punhado de ricos proprietários, que figuram, cheios de si e sorridentes, na capa da Forbes ou veículo de exaltação do dinheiro que o valha. São vitoriosos, estão no topo da cadeia, a cereja do bolo de um mecanismo que depende da discriminação e da exclusão para se manter. Pior: eles aparecem como responsáveis por empreender, em seus megalomaníacos impérios, aquela tal palavrinha inominável. A empresa mais @(#*#()!#*& do mundo! Será mesmo? A ganância não tem lugar em um "mundo melhor".

Assim como não há jeito de suportar todo esse luxo, materializado em carros, aparelhos eletrônicos de grife e tantas outras tranqueiras caras para o bolso e o planeta, que alimentam a indústria do fetiche. É fácil desejar o bem e abundância para todos quando não se quer abrir mão de absolutamente nada, nenhum supérfluo, para gerar menos lixo, menos cobiça, menos produtos que, em vez de garantir conforto a todos, são feitos para alguns à custa do árduo trabalho de muitos, que nem vão usufruir disso. Para que vivamos em um mundo mais igual, não é possível que todos desfrutem ao mesmo tempo de artigos da mais alta e vazia tecnologia, ou que todo mundo viva em favelas: a gente precisa se encontrar em algum lugar no meio do caminho, e será só quando abdicarmos do que não é necessário e não se sustenta.

É cômodo aguardar que projetos de ONGs e corporações buscando lucros astronômicos deem jeito em problemas seculares, sem que precisemos mover uma palha, mudar uma vírgula em nossa maneira de conduzir a vida simples, a existência individual comum e subestimada. Sistematizar a assistência e o cuidado aos que carecem de tudo, apenas como mais um trabalho delegado a escravoides em cubículos, que entra no automático e é executado e cobrado de forma robótica, não vai tratar a raiz disso, que é o desinteresse, a falta de empatia pelas próprias causas que queremos abordar, em um louco empenho para sustentar o que não se sustenta – a indiferença.

Assim acontece também com o que é público e depende de complexos jogos políticos e decisões pouquíssimo democráticas, apesar do que se fala, para funcionar. O discurso da democracia, portanto, já está perdendo suas estribeiras. Está à mercê de interesses bastante insustentáveis a maneira como se legisla a respeito de lugares para morar, o que plantar para comer, o que comer, e formas de ir e vir – discute-se tudo menos os interesses dos mais interessados. Como sustentar, por exemplo, essa sanha por ir cada vez mais longe com automóveis, trens, aviões, foguetes, se não passeamos a pé por nosso bairro, ou se não temos maneira fácil de chegar ao trabalho, à escola, ao hospital? A dependência dessa politicagem, a falta de envolvimento com os assuntos de nossa própria comunidade, e a falta de luta por alguns direitos básicos por parte da classe mais munida de conhecimento também são difíceis de sustentar.

Não sabemos até quando essa tremenda massa insustentável será contida, e se é mais válido gastar energia para evitar um colapso ou simplesmente abrir espaço para que ele venha: quem sabe não acontecem mudanças boas. O fato é que uma revolução profunda em nosso íntimo já se mostra muito mais do que necessária, é urgente! Se não temos força para mudar a nós mesmos, quem dirá para virar o mundo de cabeça para baixo por meio do neologismo mais usado e menos usado da história. Para termos uma percepção mais cristalina de quem somos e o que queremos, temos que identificar e admitir os erros e seguir em frente, e parar de tentar sustentar, de forma orgulhosa, o que há de pior e mais mesquinho em nós.

Meu querido avô, Octávio Araújo, hoje com 85 anos, gozava de certa fama nos anos 70/80, quando sua pintura estava em alta. A TV Cultura foi lá em casa falar com ele, em 83, pois era um dos personagens de um pequeno documentário sobre pintores. A última cena, em que apareço com mais ou menos 1 ano de idade, sempre me causou impressões diferentes a cada vez que assistia à fita, ao longo da vida. O vô, com voz de locutor, narra o meu caminho até seus braços, a passos desengonçados: "Lá vem o Allan, está chegando, está chegando! Veio anunciar uma nova era! Nós, as crianças, seremos os donos do futuro!" – é assim que me lembro da fala, mais ou menos, e hoje eu a acho mais profética e frustrante do que nunca.

O que se sustenta é o que se cultiva com amor. E só. Somos donos do futuro, sim, já o somos, e o futuro já chegou, está aqui em nossas mãos, como meu avô bem previu. Mas essa geração XYZ (pouco importam os rótulos) ainda guarda a noção de que as coisas devem ser controladas, estar sob o poder de alguém, e não se trata disso. É uma visão atrasada, um ato falho de nossos pais e meu avô, que exprime o desejo de posse sobre tudo, em uma sociedade que se orienta pela hierarquia – uns que podem mais e ficam com mais mandando nos outros, que apenas repartem as migalhas. Não basta sermos donos do futuro, do passado, do presente, do mundo: temos de amá-lo. E temos que fazê-lo juntos! Em vez de possuidores do futuro, com o perdão de corrigir meu avozinho, prefiro que sejamos amigos do presente.

Allan Araújo Zaarour é jornalista, assessor de imprensa, marido apaixonado da Thaís, blogueiro, musicompositor em diferentes bandas e pede desculpas por não proporcionar uma leitura lá muito rápida para o dinamismo dos tempos modernos.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Versão 4.4

Nas escrituras o número quatro representa a totalidade: os pontos cardeais, os elementos do universo, as estações do ano, as divisões do dia... Enfim, as partes que unidas formam o todo.

Mas, por que falar do número quatro e de seu significado? Porque comecei a escrever sobre este momento especial que estou vivendo - não apenas o de resgatar pessoas importantes que fizeram parte da minha história, mas o de ser resgatada por todas elas – e , calculando o tempo, relembrando datas, me dei conta que estou prestes a completar 44 anos.

Eis que surge o número quatro duplamente e pensei: isso deve ter um significado! De verdade, sou cética à numerologia, mas achei as explicações interessantes e sinérgicas com a Adriane 4.4. E esta nada mais é do que a soma, a totalidade, das várias experiências e das pessoas com quem dividi poucos ou muitos momentos.

Para entender quem sou hoje, usei a teoria do “SE” para indagar quem poderia ser se minhas escolhas fossem diferentes e se a vida não tivesse imposto tantas experiências alheias à minha vontade. Neste exercício, me questionei como chegaria aos 44 anos se não tivesse tido a família que tive; se não tivesse optado por deixar o interior e vir para São Paulo; se não tivesse terminado um noivado; se não tivesse entrado na LVBA; se minha mãe não tivesse morrido; se não tivesse me casado e tido a Bruna; se não tivesse perdido a Alice, minha outra filha; se não tivesse me separado; se não tivesse permanecido na agência por 20 anos...Se, se, se.

A resposta é muito simples: esse ser humano, desse outro universo, não seria a Adriane que escreve agora, que se permite reavaliar fatos, mudar de opinião e trazer de volta à sua vida pessoas que contribuíram - às vezes com alegria, às vezes com tristeza – para que se tornasse alguém flexível e com um olhar multifacetado diante dos acontecimentos. Mais do que isso, aceitar que nada é imutável ou definitivo e que o segredo de se sentir “total” é exatamente entender que nunca estaremos completamente prontos, pois somos como um mosaico que vai se formando ao longo dos anos – e só se acaba com a morte.

Comecei a refletir sobre essas questões, quando me deparei com novos desafios no trabalho e a constante presença de “novas velhas” pessoas em minha vida, no último ano: meu primo, que se afastou da família por “n” motivos; minha melhor amiga de adolescência que perdi o contato; ex-colegas da LVBA que retomaram contato; um amor dos meus 20 anos que voltou sem nunca ter ido e, por fim, o convite para participar de um grupo do Facebook formado por ex-alunos do Instituto Santa Úrsula de Ribeirão Preto, colégio em que estudei por quase uma década.

Voltando à questão do significado do número quatro, toda essa análise reafirma minha crença de que só podemos nos sentir plenos – mesmo com as infelicidades recorrentes – se SEMPRE tivermos a consciência de que há algo a ser somado ao nosso crescimento e de que é preciso ter um novo olhar, mesmo para o que já é conhecido, ou supostamente conhecido.

Hoje, às vésperas de completar 44 anos, eu me sinto assim.

Adriane Froldi é uma pessoa intensa, em todos os sentidos. Chega aos seus 44 anos com uma bagagem de vida que pode ser vista como uma lição para quem tem a chance de conviver com ela. Se a Adriane não existisse, teria que ser inventada. Se fosse inventada, não seria a Adriane que todos conhecem.