quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Acredito em Lavoisier, não em coincidências

Não acredito em coincidências, mas coincidência ou não, um dia antes de ver no Yammer o link para o post “O papel da Assessoria no mundo da web – Se cada um pode comunicar na web, por quê eu preciso de um assessor de imprensa?”, enviado pela Natalia, meu irmão, que é médico e não é lá muito interado do mundo de comunicação vira e me fala: Olha, com essa história de Twitter você vai acabar sem emprego!

Como assim? De onde ele tirou isso? Ele sequer tem Twitter. Foi quando argumentei sobre diversos fatores que o fizeram, teoricamente, mudar de ideia.

O universo da web é um mundo com novas possibilidades e diversas ferramentas de disseminação de conteúdo. O Twitter e outras tecnologias afins, como Orkut, Facebook, blogs etc ajudam a compartilhar conhecimento, comunicar ideias, fazer contatos e até mesmo vender produtos. Por meio desses é possível trocar informações de maneira rápida e abrangente, o que consequentemente pode melhorar, até mesmo, o desempenho dos negócios.

Com certeza a web é um mundo em constante expansão e que trará novos desafios dia após dia. Passamos por um momento de transição dentro da cultura da comunicação, e como diria o pai da química, Antoine Lavoisier, na sua lei da conservação da matéria: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".

Sob o olhar da transformação, tenho a opinião de que o caminhar das nossas atividades não deixou de existir, ele está, na verdade, passando por um processo de adaptação, pois fatores essenciais para a manutenção e construção da imagem de uma companhia continuam fazendo parte do cenário.

Annia Vuolo é Assistente de Atendimento da LVBA Comunicação. Depois de fazer dois anos de Relações Internacionais, finalmente se formará em Relações Públicas, ama viajar e acredita piamente que o Facebook é muito melhor que o Orkut. Falando nisso, o dela é esse aqui.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A internet, em vez da TV

Padron[1] Recentemente, tive uma experiência bem interessante, que comprova algo que já havia constatado. Meu sobrinho, de um pouco mais de dois anos, trocou uma grande TV de LCD por um computador, de 15’. Nas duas telas, o conteúdo era infantil. Mas então qual foi o diferencial? Na web, o menino acessou o conteúdo que melhor lhe convinha, na hora desejada. A internet ofereceu a ele algo customizado e isso justificou a preferência. Ele e todos nós não dependemos mais das programações engessadas da televisão.

Para entender a influência da internet, sobretudo, nos jovens é preciso reconhecer dois fatos, apontados por Pierre Lévy, um dos mais lúcidos filósofos e professores de nossa atualidade. Diz ele: “o crescimento do ciberespaço resulta de um movimento internacional de jovens ávidos para experimentar, coletivamente, formas de comunicação diferentes daquelas que as mídias clássicas nos propõem. Em segundo lugar, que estamos vivendo a abertura de um novo espaço de comunicação, e cabe apenas a nós explorar as potencialidades mais positivas deste espaço nos planos econômico, político, cultural e humano”.

Em minhas pesquisas sobre cibercultura, levantei algumas características sobre esta tal de geração “C”, a que nasceu conectada à internet. A saber,

  • Não diferem real e virtual;
  • Facilidade para atuar em rede, grupo, explorar o conceito de coletivo;
  • Dominam amplamente a nova linguagem, resultante da web;
  • Se baseiam em informação digital e customizada;
  • Necessidade de compartilhamento de idéias e opiniões;
  • Relacionamentos e vínculos criados e desfeitos mais facilmente;
  • Entendem a web como uma extensão de suas personalidades reais;
  • Vivem a cultura de uma informação “sem dono”;
  • Confiam mais em seus pares.

Para entendermos melhor o significado do comportamento desta nova geração, vamos destacar alguns traços de gerações anteriores – a minha e a de meus pares,

  • A vida, de verdade, é só o real;
  • Preconceito de diferentes níveis contra novos nichos e tendências;
  • Relacionamentos baseados nas práticas tradicionais;
  • Conhecimento nos meios de informação tradicionais;
  • Inabilidade para lidar com novas tecnologias;
  • Vínculos estáveis;
  • Mistura de velhos com novos valores culturais;
  • Respeitam fontes e formadores de opinião;
  • Resistência para mudanças.

Analisando um pouco a história, constatamos que os novos meios não anularam os anteriores. A escrita não morreu tampouco o rádio e o cinema. A internet não decreta o fim da TV, apenas a estimula a mudar: tornar-se mais interativa, colaborativa e com conteúdos customizados e muito mais diversificados.

Rodrigo Padron é jornalista e especialista em mídias sociais. Tem pós-graduações em Marketing e Comunicação Empresarial. Gerencia os projetos da Nokia do Brasil na LVBA e edita o blog Ponto de Desequilíbrio.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Como virar celebridade

No dicionário, a palavra celebridade aparece com significações como notável, digno de atenção e de nota, extraordinário, ilustre, famoso. Bom, além do dicionário, nas páginas das revistas, jornais, telas de TV e na Internet, o negócio é bem diferente. Hoje, o que se define como celebridade está longe de refletir essas significações tão pomposas. O termo caiu, definitivamente, no lugar comum. Me arrisco até a sugerir que seja redefinido.

Para ser ilustre, receber a atenção de milhões de pessoas, estar na lista de notícias mais acessadas dos sites e de programas mais vistos na TV, enfim, ser chamado de “celebridade”, não é preciso fazer muito. Só para se ter uma idéia, em portais de notícias como G1, UOL e Terra, é comum que notícias que falam sobre as supostas celebridades estejam entre as mais acessadas. Elas estão ali, no páreo com as notícias sobre catástrofes, violência e fatos bizarros.

Na rua, no trabalho, na sala de espera do médico, é tampouco raro ouvir comentários sobre fulano de tal que ganhou a “Fazenda”, do cicrano que ganhou o enésimo Big Brother, do beltrano que participou das competições entre famosos comuns em programas de auditório do tipo Faustão e Gugu . Para virar celebridade, embora “instantânea”, basta conhecer a pessoa certa, estar no lugar certo e na hora certa. Pronto, uma fórmula nada extraordinária.

Os reality shows, que se multiplicam na televisão brasileira, sob as mais diversas formas e temas, são, atualmente, os espaços ideais para quem sonha em virar celebridade e para aqueles que precisam de um empurrãozinho na carreira digamos “decadente”. Não conseguiu emplacar pelo talento? Fácil, participe de um reality show e consiga pelo menos os velhos 15 minutos de fama. Que o diga - só para citar exemplos mais recentes – Dado Dolabella, Danni Carlos e o tal Carlinhos.

Este último, cuja profissão é “humorista”, é um exemplo clássico: virou “celebridade” da noite para o dia, participando de um reality show e expondo sua vida pregressa (menor abandonado, morador de rua) para milhões de pessoas. Espaços enormes na programação da emissora foram destinados a mostrar o reencontro do Carlinhos com a mãe, com o pai, com os irmãos, tudo isto incrementado por detalhes que chegam a ser grotescos: textos emotivos (pra não dizer piegas), fundo musical e imagens tristes, além de lágrimas, muitas lágrimas. Para mim, chega a ser constrangedor. Resultado: o humorista virou, em poucos meses, “celebridade”, com direito a cachê para participar de festas badaladas, que precisam desse tipo de estratégia para emplacar na mídia de massa.

Ainda sou daqueles que acreditam que, para ser célebre, ilustre e notável, conforme a definição do dicionário, é preciso muito mais do que conhecer a pessoa e estar no lugar certo, na hora certa. É necessário ter, no mínimo, talento. Que o digam as verdadeiras celebridades!

Benedito Teixeira é jornalista, trabalha como assessor de imprensa, mas gostaria mesmo era de ganhar a vida escrevendo contos. Não pretende ser celebridade.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Professor, pode copiar e colar?

Sou pai de uma menina que cursa o 8º ano do ensino fundamental, antiga 7ª série, e me preocupo como a escola encara o uso da internet nos trabalhos escolares, dentro e fora da sala de aula.

Apesar de trabalhar com tecnologia, tenho sempre a sensação de que usar a internet para trabalhos escolares é o mesmo que “colar” o trabalho de algum colega. Afinal, existem tantos sites com trabalhos prontos que basta você copiar e colar, tomando o cuidado de mudar o nome, que sua nota está garantida. Isto aterroriza qualquer pai que se preocupa com a educação do filho.

A escola onde ela estuda também tem o mesmo receio, mas, ao invés de fechar os olhos, proibindo o uso, ou mesmo, ignorando a existência da internet, ela incentiva e orienta os alunos como usar melhor esta ferramenta.

Isto gerou mais trabalho para os professores, porque antes eles detinham e transmitiam o conhecimento, e hoje eles sabem onde o conhecimento pode ser encontrado e cabe a eles orientar os alunos em como chegar lá.

Vou citar um exemplo para ilustrar melhor o que acontece: ela estava estudando sobre o Egito antigo, e o professor de história pediu para a classe um trabalho sobre o Egito atual. Puf! Não existia este trabalho pronto na internet. Não tinha como “colar”. Mas, ela encontrou um monte de material sobre o Egito atual. Foi só juntar as informações e montar o trabalho solicitado. Mas para isto teve que pesquisar, ler, interpretar, entender... Tudo o que o professor queria.

Outro caso aconteceu recentemente, durante “extensão” de férias por causa da gripe A H1N1 (mais parece batalha-naval do que nome de gripe). Os professores passaram diversas lições de casa via o portal do colégio. A professora de português passou um link de um vídeo no Youtube que era uma animação de uma música do Titãs e um link para a letra desta música. Era um simples exercício de interpretação de texto, mas como a “não-presença” do professor poderia ser um problema para a interpretação, ela utilizou o vídeo como um recurso auxiliar para o aluno. Fantástico!

São alguns exemplos de como a internet pode ajudar na educação. Sei que nem tudo o que está postado são verdades ou são boas, mas, antes de proibir, o melhor é ensinar a usar direito.

Valnei Lorenzetti é analista de sistemas, apaixonado por tecnologia e adora sua filha.