No dicionário, a palavra celebridade aparece com significações como notável, digno de atenção e de nota, extraordinário, ilustre, famoso. Bom, além do dicionário, nas páginas das revistas, jornais, telas de TV e na Internet, o negócio é bem diferente. Hoje, o que se define como celebridade está longe de refletir essas significações tão pomposas. O termo caiu, definitivamente, no lugar comum. Me arrisco até a sugerir que seja redefinido.
Para ser ilustre, receber a atenção de milhões de pessoas, estar na lista de notícias mais acessadas dos sites e de programas mais vistos na TV, enfim, ser chamado de “celebridade”, não é preciso fazer muito. Só para se ter uma idéia, em portais de notícias como G1, UOL e Terra, é comum que notícias que falam sobre as supostas celebridades estejam entre as mais acessadas. Elas estão ali, no páreo com as notícias sobre catástrofes, violência e fatos bizarros.
Na rua, no trabalho, na sala de espera do médico, é tampouco raro ouvir comentários sobre fulano de tal que ganhou a “Fazenda”, do cicrano que ganhou o enésimo Big Brother, do beltrano que participou das competições entre famosos comuns em programas de auditório do tipo Faustão e Gugu . Para virar celebridade, embora “instantânea”, basta conhecer a pessoa certa, estar no lugar certo e na hora certa. Pronto, uma fórmula nada extraordinária.
Os reality shows, que se multiplicam na televisão brasileira, sob as mais diversas formas e temas, são, atualmente, os espaços ideais para quem sonha em virar celebridade e para aqueles que precisam de um empurrãozinho na carreira digamos “decadente”. Não conseguiu emplacar pelo talento? Fácil, participe de um reality show e consiga pelo menos os velhos 15 minutos de fama. Que o diga - só para citar exemplos mais recentes – Dado Dolabella, Danni Carlos e o tal Carlinhos.
Este último, cuja profissão é “humorista”, é um exemplo clássico: virou “celebridade” da noite para o dia, participando de um reality show e expondo sua vida pregressa (menor abandonado, morador de rua) para milhões de pessoas. Espaços enormes na programação da emissora foram destinados a mostrar o reencontro do Carlinhos com a mãe, com o pai, com os irmãos, tudo isto incrementado por detalhes que chegam a ser grotescos: textos emotivos (pra não dizer piegas), fundo musical e imagens tristes, além de lágrimas, muitas lágrimas. Para mim, chega a ser constrangedor. Resultado: o humorista virou, em poucos meses, “celebridade”, com direito a cachê para participar de festas badaladas, que precisam desse tipo de estratégia para emplacar na mídia de massa.
Ainda sou daqueles que acreditam que, para ser célebre, ilustre e notável, conforme a definição do dicionário, é preciso muito mais do que conhecer a pessoa e estar no lugar certo, na hora certa. É necessário ter, no mínimo, talento. Que o digam as verdadeiras celebridades!
Benedito Teixeira é jornalista, trabalha como assessor de imprensa, mas gostaria mesmo era de ganhar a vida escrevendo contos. Não pretende ser celebridade.
Para ser ilustre, receber a atenção de milhões de pessoas, estar na lista de notícias mais acessadas dos sites e de programas mais vistos na TV, enfim, ser chamado de “celebridade”, não é preciso fazer muito. Só para se ter uma idéia, em portais de notícias como G1, UOL e Terra, é comum que notícias que falam sobre as supostas celebridades estejam entre as mais acessadas. Elas estão ali, no páreo com as notícias sobre catástrofes, violência e fatos bizarros.
Na rua, no trabalho, na sala de espera do médico, é tampouco raro ouvir comentários sobre fulano de tal que ganhou a “Fazenda”, do cicrano que ganhou o enésimo Big Brother, do beltrano que participou das competições entre famosos comuns em programas de auditório do tipo Faustão e Gugu . Para virar celebridade, embora “instantânea”, basta conhecer a pessoa certa, estar no lugar certo e na hora certa. Pronto, uma fórmula nada extraordinária.
Os reality shows, que se multiplicam na televisão brasileira, sob as mais diversas formas e temas, são, atualmente, os espaços ideais para quem sonha em virar celebridade e para aqueles que precisam de um empurrãozinho na carreira digamos “decadente”. Não conseguiu emplacar pelo talento? Fácil, participe de um reality show e consiga pelo menos os velhos 15 minutos de fama. Que o diga - só para citar exemplos mais recentes – Dado Dolabella, Danni Carlos e o tal Carlinhos.
Este último, cuja profissão é “humorista”, é um exemplo clássico: virou “celebridade” da noite para o dia, participando de um reality show e expondo sua vida pregressa (menor abandonado, morador de rua) para milhões de pessoas. Espaços enormes na programação da emissora foram destinados a mostrar o reencontro do Carlinhos com a mãe, com o pai, com os irmãos, tudo isto incrementado por detalhes que chegam a ser grotescos: textos emotivos (pra não dizer piegas), fundo musical e imagens tristes, além de lágrimas, muitas lágrimas. Para mim, chega a ser constrangedor. Resultado: o humorista virou, em poucos meses, “celebridade”, com direito a cachê para participar de festas badaladas, que precisam desse tipo de estratégia para emplacar na mídia de massa.
Ainda sou daqueles que acreditam que, para ser célebre, ilustre e notável, conforme a definição do dicionário, é preciso muito mais do que conhecer a pessoa e estar no lugar certo, na hora certa. É necessário ter, no mínimo, talento. Que o digam as verdadeiras celebridades!
Benedito Teixeira é jornalista, trabalha como assessor de imprensa, mas gostaria mesmo era de ganhar a vida escrevendo contos. Não pretende ser celebridade.
Entendo e respeito a visão de celebridade ligada ao fato de se ter "verdadeiros talentos", mas a pergunta hoje é: o que é ter talentos no mundo de muitas segmentações, diversidade e globalização ao mesmo tempo? Na minha opinião muitos conceitos ainda serão quebrados e reconstruídos.
ResponderExcluirAda