quinta-feira, 13 de agosto de 2009

100% Jornalismo!

A minha chegada ao mundo corporativo aconteceu em grande estilo. Não estou exagerando, não! E logo vocês vão entender.

Depois de passar por grandes veículos de comunicação – como O Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde, Nova (Ed. Abril), Crescer e Pequenas Empresas & Grandes Negócios (ambas da Ed. Globo), e IstoÉ Gente (Ed. Três) –, fui convidada em 2003 para ser assessora de Comunicação Interna da maior empresa brasileira naquela época. Tenho razão quando falo em estreia em grande estilo, não acham?

Devo confessar, entretanto, que não entendia nada do assunto. Nunca tinha trabalhado com comunicação empresarial! E sequer tinha estudado o assunto na faculdade. Mesmo assim aceitei o desafio porque queria fazer algo diferente profissionalmente e aquela era uma ótima oportunidade. Foi, inclusive, a certeza de estar diante de uma oportunidade única que aplacou a minha tristeza de estar abandonando o jornalismo.

Encantado com a minha vasta experiência profissional, o gerente de Comunicação me recebeu muito bem. A animação dele contrastava com o meu desespero. Juro que nos primeiros dias eu só conseguia pensar “o que vim fazer aqui?!”

Uma angústia que piorava à medida que eu tomava conhecimento da qualidade das ferramentas de comunicação interna, que era extremamente inferior quando comparada ao padrão impecável do material de divulgação externa da companhia.

Um bom exemplo: ao ligar o computador, o colaborador recebia em sua tela um PowerPoint com informações atualizadas diariamente. Em vez de ter notícias relevantes e ser usada como uma agenda, a ferramenta era editada com frases ao estilo “pensamentos do dia”. Algo que não combina, de forma alguma, com veículos corporativos.

Minha saga, entretanto, começou pelo boletim interno. Sem saber direito o que fazer, resolvi usar meus anos de aprendizado jornalístico para dar uma melhorada no jornal. A cada entrevista, fazia a fonte decodificar as informações e, principalmente, as inúmeras siglas da empresa, que antes apareciam aos montes nas páginas do jornal.

Muitos entrevistados tentavam fugir das explicações com o argumento: “fique tranqüila, os colaboradores estão acostumados, eles vão entender o que estou falando”. Candidamente, eu respondia: “sou eu quem precisa entender, senão como vou escrever um bom texto?”.

Em pouco tempo, o jornal circulava com novo projeto editorial e gráfico. Uma das grandes mudanças foi dar mais espaço e visibilidade aos colaboradores. Com isso, o boletim ganhou credibilidade. Se antes faltavam pautas para preencher as páginas, pouco tempo depois faltavam páginas para tantos assuntos.

Enfim, na prática, descobri que ao deixar a redação rumo ao mundo empresarial não tinha deixado de ser jornalista. Muito pelo contrário: continuava jornalista mais do que nunca! Hoje, aqui na LVBA, ao finalizar a edição de um veículo corporativo, fico feliz de ter cumprido o meu papel de informar. Continuo jornalista em 100% do meu tempo!

Silvia Lenzi é diretora de Redação da LVBA. Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Cásper Líbero, adora viajar e não perde a oportunidade de conhecer novidades e de se lançar em novos desafios. Tanto que sua primeira reportagem remunerada foi sobre adubo verde – lógico que, na época, não tinha noção do que isso significava, mas hoje consegue dar uma aula sobre o assunto.

4 comentários:

  1. Confesso que depois da nossa conversa sobre a dificuldade de contar a própria história, de virar personagem da própria matéria, estava bem ansioso pelo post. Adorei o texto como LVBAno e, ainda mais, como jornalista .
    Beijo

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  2. Sil, além de uma excelente jornalista você é uma incrível colega* de trabalho.

    * colega não, uma grande amiga e um grande exemplo pra mim.

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  3. Mesmo longe, estou perto. Tá vendo! Te acompanho sempre, viu só! Competente em tudo, sempre. Te adoro. Bruno Gerlin

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  4. Sensacional sua história! Não é a toa que faz um trabalho incrível! Bjos

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