quinta-feira, 15 de março de 2012

Ainda querem fazer uma Copa do Mundo aqui...

Na maratona diária para sobreviver ao transporte público, passamos por cenas engraçadas, chocantes e até de muita indignação. Mas o que tem me chamado atenção ultimamente são os tipos de pessoas que usam o transporte público. Que fique claro, caro leitor, que não estou aqui para julgar ninguém, apenas para despertar seus olhares curiosos para um novo tipo: os “Ainda querem fazer uma Copa aqui...”.

Os “Ainda querem fazer uma Copa aqui...” vivem em locais desconhecidos, mas saem para caçar em horários de pico – há relatos de que algumas espécies saem a qualquer hora do dia – e se alimentam de pequenos a grandes tumultos para se manifestar. Sejam esses acontecimentos de ordem real ou acidental, como uma grande pane de sistema até um tombo de uma velhinha, que impede a passagem de outras pessoas. Para estimular a caça e garantir mais tempo de alimentação, eles gritam em alto e bom som: “Ainda querem fazer uma Copa aqui...” e começam a comentar sobre os problemas de infraestrutura, economia, política e pobreza do nosso País. Neste momento, se tornam os mais engajados e revolucionários seres humanos do planeta e, como uma infecção zumbi, criam novas espécies ali mesmo.

Mais uma vez chamo sua atenção, caro leitor! Não acredito que tenhamos condições para receber com maestria um evento tão grande como a Copa do Mundo, o problema aqui é um novo tipo de pessoas, os “Ainda querem... blá blá...” Eles estão fazendo a alegria do meus dias de ônibus e metrô, chegam a ser mais engraçados que os funkeiros que dançam sentados, os velhinhos que brigam por lugar e por ficarem em pé, os usuários de Nextel que desconhecem a função privada e apresentam seus amigos do outro lado da linha para nós, as crianças que insistem em chorar muito porque a mãe não quer deixá-los subir no banco etc...

E para quê eu escrevi tudo isso? Para mostrar a vocês uma nova espécie cômica e para verificar daqui alguns meses se esses movimentos em transporte público se tornaram uma reclamação/manifestação legítima de pedido de ordem e condições de infraestrutura ou se são formados apenas mais alguns reclamões.

Luciana Rodrigues Não aguenta mais usar o metrô todos dos dias, mas ainda consegue se divertir com o que vê. Talvez um dia escreva um livro sobre as mil histórias que já viu no “coletivo” e dedique um capítulo inteiro às espécies que nele existem.

Um comentário:

  1. Ai amiga... sei bem o que é isso!!!
    Força na peruca!!! O importante é rir para não chorar...rs.

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