As críticas à nova bola da Copa do Mundo da África do Sul têm dominado os debates do mundo da bola a poucos dias do início do evento. Fora isso, ainda há uma polêmica ou outra sobre a escalação das seleções e a respeito da ausência de alguns atletas no mundial. Casos do brasileiro Ronaldinho Gaúcho, do francês Benzema, do alemão Ballack e do argentino Cambiasso.
Mas neste artigo não vamos tratar dos mesmos temas levantados por todos aqueles envolvidos ou interessados em futebol. Nossa proposta é trazer as técnicas de comunicação para avaliar algo que tem passado despercebido neste contexto: a forte presença da FIFA nesta Copa e a valorização da cultura e da política sul-africana.
Recorremos a Charles Pierce, a principal referência da Semiótica, para analisar o logotipo da Copa do Mundo. A presença institucional da FIFA está representada pela forte cor azul e da estrutura da fonte – mesmo tamanho de South Africa 2010. Ou seja, tão importante quanto. Em nenhuma outra Copa, a interferência da autoridade do futebol foi tão marcante. Funciona como um selo de garantia, diante de todas as desconfianças do mundo sobre a capacidade da África do Sul de realizar uma competição deste nível. É a base da sustentação do evento.
O logotipo está baseado nas seis cores da bandeira sul-africana: preta, amarela, verde, branca, vermelha e azul. O vermelho simboliza o sangue; a cor azul representa o céu; o verde a terra coberta por rica vegetação e o amarelo o ouro.
As cores também podem ser relacionadas à união dos povos que fizeram parte da história da África do Sul. As cores preta, verde e amarela faziam parte da bandeira do Congresso Nacional Africano (partido que representava a maioria negra na época do Apartheid). Já o vermelho, o azul e o branco estão nas bandeiras do Reino Unido e Holanda, países que colonizaram a região no passado.
O homem negro ensaiando uma bicicleta, uma das jogadas mais bonitas deste esporte, simboliza o belo e a maior parte da população africana. Representa também a alegria e a fantasia. Na forma rupestre e tribal, reforça a tradição cultural da região.
O continente também aparece ao fundo da imagem, de onde surgem setas que apontam para o sul, o local do evento. A falta de moldura no logotipo significa um novo momento da região e, em especial, a África do Sul. A Copa do Mundo da FIFA de 2010 passa a ideia de que o evento é do continente e não apenas de um país.
As formas circulares que aparecem no desenho simbolizam a circularidade, dão dinamicidade e contemporaneidade. E a bola, elemento fundamental para a realização do jogo e alvo de tantas críticas, é o símbolo que remete à tradição. E neste mundial, nem tão tradicional assim.
Antes de qualquer coisa, Rodrigo Padron adora futebol, é corintiano e torcerá para Brasil e Espanha na Copa da África do Sul. Mas também é jornalista com pós-graduações em marketing e comunicação corporativa. Atualmente, pesquisa comunicação digital na ECA-USP. É editor do blog Ponto de Desequilíbrio.
Mas neste artigo não vamos tratar dos mesmos temas levantados por todos aqueles envolvidos ou interessados em futebol. Nossa proposta é trazer as técnicas de comunicação para avaliar algo que tem passado despercebido neste contexto: a forte presença da FIFA nesta Copa e a valorização da cultura e da política sul-africana.
Recorremos a Charles Pierce, a principal referência da Semiótica, para analisar o logotipo da Copa do Mundo. A presença institucional da FIFA está representada pela forte cor azul e da estrutura da fonte – mesmo tamanho de South Africa 2010. Ou seja, tão importante quanto. Em nenhuma outra Copa, a interferência da autoridade do futebol foi tão marcante. Funciona como um selo de garantia, diante de todas as desconfianças do mundo sobre a capacidade da África do Sul de realizar uma competição deste nível. É a base da sustentação do evento.
O logotipo está baseado nas seis cores da bandeira sul-africana: preta, amarela, verde, branca, vermelha e azul. O vermelho simboliza o sangue; a cor azul representa o céu; o verde a terra coberta por rica vegetação e o amarelo o ouro.
As cores também podem ser relacionadas à união dos povos que fizeram parte da história da África do Sul. As cores preta, verde e amarela faziam parte da bandeira do Congresso Nacional Africano (partido que representava a maioria negra na época do Apartheid). Já o vermelho, o azul e o branco estão nas bandeiras do Reino Unido e Holanda, países que colonizaram a região no passado.
O homem negro ensaiando uma bicicleta, uma das jogadas mais bonitas deste esporte, simboliza o belo e a maior parte da população africana. Representa também a alegria e a fantasia. Na forma rupestre e tribal, reforça a tradição cultural da região.
O continente também aparece ao fundo da imagem, de onde surgem setas que apontam para o sul, o local do evento. A falta de moldura no logotipo significa um novo momento da região e, em especial, a África do Sul. A Copa do Mundo da FIFA de 2010 passa a ideia de que o evento é do continente e não apenas de um país.
As formas circulares que aparecem no desenho simbolizam a circularidade, dão dinamicidade e contemporaneidade. E a bola, elemento fundamental para a realização do jogo e alvo de tantas críticas, é o símbolo que remete à tradição. E neste mundial, nem tão tradicional assim.
Antes de qualquer coisa, Rodrigo Padron adora futebol, é corintiano e torcerá para Brasil e Espanha na Copa da África do Sul. Mas também é jornalista com pós-graduações em marketing e comunicação corporativa. Atualmente, pesquisa comunicação digital na ECA-USP. É editor do blog Ponto de Desequilíbrio.
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