Ausências, presenças, esperanças, angústias, erros e acertos são acontecimentos e sentimentos comuns na vida de qualquer ser humano. Mas nos últimos oito meses eles foram protagonistas na minha rotina. A ausência, hoje em dia, é frequente quando em agosto do ano passado perdi a mais importante figura masculina do meu dia a dia. Caçula de quatro mulheres, mais minha mãe, o meu pai era energia do sexo oposto que equilibrava a nossa família. Entretanto, ele resolveu sair de cena e deixar este posto para o Arthur Gastão Novaes, nome do meio em homenagem ao avô Gastão Novaes Filho.
E Arthur chegou não deixando o feminino dominar totalmente. Pelo contrário, ele chegou para representar a parte masculina do Novaes e deixar todas as pessoas caindo a seus pés. É incrível como um serzinho que tem um pouco mais de cinco quilos e meros dois meses de vida já tem o poder de colocar todas as mulheres da família a sua disposição. A mãozinha, o cheirinho, o pezinho, tudo nele é atraente para querermos cuidar.
Eu penso como a natureza é sábia, pois não fosse o encanto, o amor e o zelo sentidos por ele, teríamos a ideia de jogá-lo pela janela quando começa a chorar, mas apenas queremos descobrir o que lhe aflige e deixá-lo satisfeito e feliz.
Ironia do destino, talvez, não deixar os dois Gastões se cruzarem. Aposto que meu pai, sempre reticente a netos, seria o primeiro da fila para deixar o serzinho contente e estaria emanando seu amor torto, porém genuíno, à pessoinha com seu nome.
Certamente a presença do meu sobrinho na minha casa, no quarto ao lado, distancia a ausência dessa figura tão importante. A esperança de o novo Gastão ser mais completo que o primeiro está presente, a angústia de saber que o meu pai nunca mais estará no sofá de couro para dar umas “bronquinhas” e a segurança paterna volta e meia aparece. O equívoco da minha irmã de engravidar de uma forma não convencional gerou o melhor acerto de todos: dar-nos o prazer de podermos amar mais um Novaes.
Realmente, a vida se renova, a vida tem um prazo de validade. Quando dizem para aproveitarmos cada pedacinho, é de fato um dos maiores clichês existentes, mas também uma verdade. Um dia você acorda e tudo mudou. Ninguém lhe perguntou se podia trocar o seu papel representado na história. Ontem filha, hoje tia e amanhã, quem sabe? Quando você vê, em apenas oito meses, sua vida muda e não há mais como voltar atrás. Apenas continuar apreciando cada momento e sempre que dá saudades, rever os melhores capítulos...
Veridiana Novaes é uma das caras da nova geração da LVBA, tem dois meses de agência, tempo que seu sobrinho tem de vida. Adora comida japonesa, discute com a irmã Carol, mãe do Arthur, quase todo dia. É uma apaixonada pela vida, pelos amigos e pela família.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
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nada como uma nova vida para trazer mais vida às nossas vidas.
ResponderExcluirE quem resiste ao cheirinho e o pezinho?
ResponderExcluirVeri, que texto lindo e emocionante... é pura sensibilidade.
ResponderExcluirVeridiana, você me emocionou logo cedo...texto lindo, especial como você!
ResponderExcluirSua história é muito linda e você escreve muito bem. adorei
ResponderExcluirUm texto que desarma qualquer um logo no início. Sentimental, pura emoção. Confesso que li e fiquei com os olhos cheios d'água. Sinto por sua perda, torço pela saúde do novo Gastão.
ResponderExcluirVeridiana,
ResponderExcluirO pequeno Arthur tem muita sorte por estar cercado de pessoas sensíveis e dedicadas como você. Parabéns. Lindo texto.
:-) lindo o texto e verdadeira a mensagem
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