quinta-feira, 25 de março de 2010

Um tal Garcia

Sempre tive meus tios como excelentes mestres. Ensinar sempre foi espontâneo a eles. E durante uma fase de minha vida e de meu primo eles insistiam em citar uma tal “Mensagem a Garcia”, um conto de Helbert Hubbard que conta a história de um homem que executou majestosamente a função de levar uma importante mensagem sem criar empecilhos ou envolver pessoas desnecessárias. Durante essa fase, apelidamos a história como o “zelão do Garcia”, era nossa maneira adolescente de criticar o que nos era mostrado quase poeticamente.

Deu-se que no primeiro ano de faculdade, em uma daquelas aulas em que se pretende entender o que é Relações Públicas, lembrei-me do “zelão do Garcia”. A mim parecia muito mais simples explicar que a nós sempre irá caber levar uma mensagem ao Garcia, em todas as situações, de forma simples, estratégica e resolvendo conflitos - não criando.

Sempre acreditei que o tal do Rowan (leia o conto no link acima que você vai entender!), que achou o Zelão, teve ótimos mestres e sempre foi excelente observador, mas que, além disso, ele tinha segurança de que era capaz e então fez o que era preciso! Aprendi com o grupo do zelão, antes mesmo de saber que precisaria desse ensinamento.

O conto sempre figurou entre os meus preferidos pela excelente lição envolvida e por mostrar outras questões relativamente importantes, como a possibilidade da mensagem ter sido entregue mais rapidamente se feita em grupo, ou a possibilidade de fazer o Rowan aprender com os possíveis questionamentos – inteligentes – que ele deixou de fazer.

Durante muitos almoços, mesmo em tom de brincadeira, eu e meus tios sempre comentamos sobre as questões que envolvem esse conto e muitos outros. Aprendi coisas importantes em leituras casuais e despretensiosas de ensinar. E assim como os meus mestres de família, gosto sempre de compartilhar esses aprendizados.

Luciana Rodrigues é Relações Públicas por formação e vocação. Queria ser jornalista até que um professor do cursinho disse que ela “tinha uma natureza mais corporativa, no mundo da imprensa” e sugeriu RP. É tão grata a ele quanto é aos seus mestres de berço, Carmen e Reinaldo (os tios). Adora ler, mas está brigando com “Crime e Castigo”, pois não conseguiu tirar momentos em almoço de família onde ele possa ser comentado.

Um comentário:

  1. A gente nunca sabe quando as lições de infância vão ser úteis. Na dúvida, prefiro não descartar nenhuma do meu arsenal. risos...
    bjs

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