Entre meus vários interesses, ocupa um dos primeiro lugares a Fórmula 1 e a velocidade, tema do texto que você lerá a seguir.
Parece clichê de início de temporada, mas não é: esse campeonato mostra-se um dos mais equilibrados da Fórmula 1 de todos os tempos. Massa, o líder na última prova, agora não está nem entre os cinco primeiros. Claro, como bem sabemos, muita água (sem trocadilhos) ainda vai rolar após o início da temporada na Europa “séria”, com a próxima etapa, na tradicional Barcelona. A síntese dessa primeira porção do calendário é feita por Fernando Alonso, após a China: “espero uma corrida normal de vez em quando”. Fato. Das quatro corridas que já rolaram este ano na Fórmula 1, todas tiveram fatores climáticos instáveis – alguns na corrida, outros apenas nos treinos, mas que com isso tornaram o grid de largada igualmente atípico.
O telespectador, claro, adora uma boa corrida com chuva – já brincam que os circuitos deveriam ter um sistema de irrigação no asfalto. Mas, para as equipes e pilotos, é um tormento – e isso vai muito além do óbvio fator extra de dificuldade devido às péssimas condições de visão e condução do carro. É ruim mesmo porque o carro e os pilotos não se desenvolvem. E todo o trabalho que é feito nos treinos, com pista seca e sol, de nada serve em verdadeiras loterias molhadas. Ou seja, vai por água abaixo (mais um trocadilho infeliz).
Mas a chuva potencializa duas características que se mostram predominantes este ano: o espetáculo e a eficiência. Espetáculo, que pode também ser chamado de Lewis Hamilton, como mencionei na última coluna. Não tenho os números aqui, mas não duvido que ele tenha sido o piloto que mais fez ultrapassagens até agora. De novo, para a audiência, nada melhor do que um ótimo piloto largando de trás, com um carro mais rápido que a maioria. Mas, para a McLaren, será que isso é realmente interessante? Não, certamente.
Do outro lado do grid (normalmente), Jenson Button, que chegou campeão e discreto no time para 2010, não preza pela agressividade. Prefere a discrição, sua característica mais forte. E, assim, sem provocar muitos sorrisos ou olhares espantados no público, já levou duas corridas no ano. Nas duas, fez a melhor estratégia de pneus e paradas, enquanto Hamilton trocava sopapos com o resto do circo, galgando suadas posições, uma a uma, para em seguida perdê-las de novo em uma rodada ou nova troca de calçados.
Nessa linha, podemos fazer uma comparação com nossos trabalhos: de que adianta ser o centro das atenções, mas não entregar resultados concretos? Da mesma forma, não é interessante manter-se oculto e não assumir os bons trabalhos. É necessário encontrar um balanço. E a linha que separa o gênio do genioso é muito tênue.
Para terminar: qual dos dois, Hamilton ou Button, é melhor? Impossível dizer. Quem foi melhor, Senna ou Prost? Torcedores fervorosos dirão Senna, claro. Era quem arriscava, ousava, errava, mas empolgava.
Mas, entre os dois, quem teve mais títulos na carreira?
Luís Joly é... ah, você já sabe. Ele escreve aqui de vez em quando, procura nos textos anteriores do rapaz. Na escola, ele costumava colocar no diário que era alérgico à pó, palmeirense e mofo. Ele escreve após cada corrida no site do UOL Interpress Motor e não nega uma corrida de kart. Aliás, vamos marcar?
quinta-feira, 22 de abril de 2010
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