quinta-feira, 3 de março de 2011

Em órbita

Vivemos em um sistema universal de atração e repulsão, de polos negativo e positivo, de preto e branco (mas não preto no branco), de yin e yang. Vivemos? É claro que há, dentro desse mecanismo delicado, uma infinita gama de nuances, uma série de caminhos que levam a destinos diversos, a mundos novos e desconhecidos, e, às vezes, até a ilusões grandiosas de poder sobre as regras imutáveis, às quais não podemos fugir, as leis divinas que nos regem silenciosamente.

Mas esse controle sobre os eventos, predominantemente masculino, não passa, mesmo, de devaneio. Em todos os microcosmos desse harmonioso universo, em um átomo, uma célula, um organismo, um planeta, um sistema solar, uma galáxia... Há um núcleo! Existe um centro, um sol, uma inabalável verdade que nos traz de volta ao eixo, ao foco, ao essencial da vida. Essa é a MULHER. Muito além desse delírio masculino de domínio sobre o mundo, há o real conhecimento da natureza das coisas, um saber que não é racional nem objetivo, é sentido, é subjetivo, é intuitivo... e ele pertence exclusivamente a tudo o que é feminino.

A figura de quem nutre e protege, verdadeira e importante, hoje é extrapolada pelo que as mulheres conquistaram para elas na contemporaneidade. Isso é um mimo, um plus, pois elas são tudo o que são e ainda por cima tiram de letra essas realizações de que os homens tanto se gabaram ao longo da história (menos abrir aquela tampa de metal da jarra de vidro, sorry!) – mas a independência delas está a anos-luz de ser apenas no vil mundinho dos negócios. E se elas encontraram seu lado masculino e o têm tratado com a ternura que lhe é devida, a missão atual dos homens é encontrar aquela feminilidade sensitiva que dá vida ao imponderável dentro de nós. Quem disse que não podemos?

A nós basta perder o medo de entrar em contato com esse lado, esse oceano, esse hemisfério maravilhoso ainda inexplorado por nós, que é o mundo feminino. Está a nosso cargo atrair ou repelir as cargas positivas que a mulher nos oferece, prótons carregados de beijos e abraços, de amor e carinho, e mesmo de uma preocupação inerente e inevitável com o bom andamento de tudo, do mundo, do lar, preocupação com a manutenção do que há de mais precioso, a vida, que às vezes pensamos ser chatice ou... TPM! É apenas uma responsabilidade imensa que aflora nesses adoráveis seres.

Homens, podem espernear o quanto quiserem, podem estufar o peito para alegar serem os desbravadores, construtores, provedores... E, afinal, não precisam deixar de sê-lo. Somos um dos polos, dos lados, de tudo o que compõe nossa frágil espécie. Mas se ainda lhes resta uma fagulha de sensibilidade no coração, parem, observem, reflitam e reconheçam: suas vidas são inteiramente geradas, desenvolvidas e orientadas em torno dessa suave, perfumada e sábia órbita, a mulher.

A minhas tataravós, bisavós, avós, mãe única e amada - e, especialmente, à minha impecável companheira de vida, Thais, futura esposa e mãe de nossa(s) filha(s) e/ou filho(s), minha órbita, meu sonho sonhado, encontrado e vivido, minha parceira de delícias e mazelas, de gargalhadas e prantos, minha flor bela e selvagem, minha paz de espírito e meu motor de mudanças, minha felicidade merecida, minha tradutora da realidade e minha fazedora de mágicas e milagres, minha ruiva; minha, sem que eu a possua, mas minha, porque a guardo, para sempre, eu meu coração - dedico esse texto.

Allan Araújo Zaarour, AllanZi, Zi, Zizo, é múltiplo em busca da unidade. Apaixonado companheiro e noivo de Thais, jornalista, neto de pintor, escrevinhador de textos blogados e musicompositor em batalha com a banda Umainda, tenta solucionar o mundo em palavras e sons, sem nunca conseguir - mas está adorando a expedição ao planeta Terra! Blog (The Passed Pawn) - ppawn.blogspot.com.

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