quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Meu nome não é Tony

Muita gente acha que meu nome é Antônio, mas não é. Tampouco é Tony. Eu mesmo levei um longo tempo para descobrir como era o meu nome. Sim, isso mesmo. Acho que só lá pelos cinco anos eu comecei a assimilar o nome. Culpa da minha avó materna. A querida Angelina não parecia apreciar o nome ou achava mais fácil, como o resto da família, a chamar o filho do Henrique pelo diminutivo Henriquinho. Não demorou e virou Riquinho para alguns e assim eu cresci, entre dois apelidos. Lembro que me chamavam assim na escolinha em Moema. Até o Rivelino me autografou uma camisa com o nome Riquinho (Para a geração Y que não deve lembrar quem é Roberto Rivelino, ele seria como um Ronaldinho Gaúcho se jogasse nos dias de hoje).

A vida continuou e um dia Riquinho descobriu que seu nome era Suetônio. Um choque. Ainda mais porque veio acompanhado de todo um “currículo”. Suetônio, ou Gaius Suetonius Tranquilus, era um romano, que viveu na época dos cinco bons imperadores. Escreveu livros e uma de suas obras mais famosas foi “Os Doze Césares”. Ainda na história, outro Suetônio destacou-se, um general romano que conteve a rebelião de Boadicéia. O nome foi uma homenagem a meu avô. Aí na escola começaram as brincadeiras, “Seu Antônio” e aqueles que achavam que o nome era uma mistura de Sueli com Antônio. O tempo fez com que o que era inconveniente virasse divertido.

Ainda hoje quando eu me apresento numa recepção ou o nome está registrado é comum que digam “Seu Antônio” ou apenas “Antônio”, achando que o “seu” foi colocado como alguém que usa um doutor ou conde na frente. Vai saber o que se passa na cabeça das pessoas. Eu me divirto. Muitas vezes nem faço a correção e perdi o número de vezes que disse que meu nome na verdade era Eduardo ou que meu nome é pelo fato que meu pai era Sueli e minha mãe, Antônio.

Foi numa viagem a Disney, quando eu tinha doze ou treze anos, que Tony nasceu. Silvia Sukita, que ganhou esse apelido no primeiro dia nos EUA, por usar uma camiseta que tinha a cor do refrigerante, que começou a me chamar pelo novo apelido. Riquinho e Cia eram restritos ao ambiente familiar. Nessa época eu achava estranho, porque Tony era coisa de Antônio. Na minha cabeça, Suetônio devia ser Sony. Afinal, era tudo com “S”. O fato é que talvez tenha me poupado de algum processo ou no mínimo, advogados. Os anos passaram e Tony foi ficando mais conhecido e era mais fácil mesmo. Tem gente que me conhece há anos e até hoje não faz a menor idéia do meu nome real.

Embora pareça raro, o nome é mais normal do que se pensa, basta dar um google para conferir ou checar o Oldkut, que possui inúmeros participantes e 39 comunidades, enquanto o Facebook também possui um número grande de inscritos com o nome.

Tony Tramell já se incomodou mais com o nome. É cinéfilo e viciado em séries de TV. Está escrevendo um romance, mas é um escrito baiano, com todo ritmo que se imagina. Resolveu revelar seu nome com medo que o Wikileaks fosse mais rápido. Seu sonho é fazer um duo, “Seu Jorge” e “Seu Tony”, mesmo que seja para uma única apresentação.

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