quinta-feira, 13 de maio de 2010

Além do próprio umbigo

Mais um duelo eleitoral se aproxima. Logo após a euforia da Copa do Mundo de Futebol, passaremos a ser bombardeados por informações, vozes, rostos, pedidos, súplicas e promessas recheadas de “boas intenções”. Cuidado, porque grande parte deles virá direto do inferno!

O papel de protagonista das eleições deste ano será dividido entre duas figuras cuja simpatia, ou melhor, a ausência dela, é a principal característica em comum. Dilma Roussef, a tecnocrata braço direito do presidente Lula, entra no páreo com o respaldo daquele que é considerado um dos maiores líderes mundiais da atualidade. Já estreia no mundo da disputa político-partidária com fortes chances de sair vitoriosa, mas também com a tremenda responsabilidade de continuar o legado de Lula. Sabemos que, nem de longe, Dilma tem a alma e o conhecimento da velha raposa da política. Será uma aposta no escuro, apesar do apoio do presidente.

José Serra já é velho conhecido dos brasileiros. É mais do mesmo! De líder estudantil na juventude se transformou numa dos principais representantes da direita brasileira. Direita essa que nos anos em que Lula está no poder mostrou que nem oposição sabe fazer de forma eficiente. Fora do colégio eleitoral paulista, Serra não consegue emplacar.  No seu caso, o brasileiro não fará uma aposta no escuro. Já sabe bem o que virá pela frente.

Posições político-partidárias à parte, não custa lembrar mais uma vez que é preciso ter muito cuidado na hora de escolher quem vai ficar mais quatro anos no comando do país e dos estados. O alerta também é muito importante em relação aos que pleiteiam vagas para deputado estadual , federal e para senador.

Lembra em quem você votou na eleição passada? Pois bem, veja o que ele andou fazendo nos últimos quatro anos. Hoje, não estamos mais à mercê do que os veículos de comunicação de massa tradicionais publicam. Já se foi o tempo em que era possível antecipar um futuro político, o fim de uma era ou o começo de uma nova, como costumam fazer, movidas por interesses diversos, algumas das mais poderosas revistas brasileiras.

A velocidade de circulação de informações e o maior acesso da população a elas permite que saibamos as verdades e mentiras que antes não apareciam. Há 10 anos, um debate na TV era capaz de selar o futuro de um candidato. Hoje, felizmente, não estamos mais nas mãos dos conglomerados de comunicação.

Votar, ainda mais num país que te obriga isso (ressalto que sou contra a obrigatoriedade do voto), é uma coisa muito séria. Optar pela esquerda ou direita, ou nenhum desses dois polos, é algo que deve ser feito com muito cuidado, pensando em políticas de longo prazo, sustentáveis, inclusivas, distribuidoras de renda, e não apenas no viaduto que facilita o seu caminho para o trabalho ou no mendigo que foi tirado da sua calçada e enviado Deus sabe para onde. Eu torço para que um dia o brasileiro, principalmente a classe média, vote pensando mais na coletividade do que no próprio umbigo!

Benedito Teixeira (Benito), jornalista com diploma, ex-sindicalista e mais um desiludido com a política, incluindo os eleitores. Ao longo dos anos, tem tentado pensar além do próprio umbigo!

3 comentários:

  1. Concordo! O brasileiro tem que deixar de pensar no próprio umbigo...

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  2. Boa! Cidadania, eu quero uma pra viver!

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  3. Ótimo texto, Benê! Se todos pensassem assim, nosso País não estaria do jeito que está, infelizmente!

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