quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Diga ‘Xiiiiiiiis’!

Juro que vai parecer batido o meu assunto de hoje. E realmente é: O poder que as fotos têm e sempre tiveram em nossas vidas. Recentemente fiz uma viagem a Búzios, RJ, e enquanto tirava uma média de uma foto por segundo, comecei a conversar sobre isso com duas amigas (Marina e Carol, parceiras de blog também) o quão bom é poder ver as fotos imediatamente depois ao momento em que algo foi registrado. E começamos a divagar sobre o assunto porque tempo era o que não nos faltava para isso.

Sentadas no píer em frente ao mar esperando o sol se pôr, lembramos das várias situações em que as fotos não são detalhes, mas protagonistas da emoção, raiva ou qualquer outro sentimento causado. Há alguns anos, quando a gente viajava com a família, as fotos eram racionadas. Tinha que fazer um minicomitê na frente de cada paisagem e decidir que ali sim, valeria a pena ‘gastar’ uma foto do filme de 12, 24, 36 ou 48 fotos. Isso para não falar daqueles que passaram sua infância ou adolescência inteira sem nenhum registro porque as máquinas eram caras e a revelação dos filmes muito mais.

Depois, a expectativa era pra buscar as fotos reveladas na ótica. Geralmente, demorava cerca de dois ou três dias para que todas ficassem prontas. Aí minha mãe ou meu pai chegava com as mãos pra trás dizendo: Adivinhem o que eu trouxe? - Minhas irmãs e eu: As foooootooooos!!!!!! E juntos, sentados no sofá, íamos passando uma por uma, revendo, apontando detalhes, lembrando do momento, criticando e rindo da cara do outro ou lamentando o olho fechado naquela foto em frente às Cataratas do Iguaçu. E apesar de ficarmos um tempão admirando as fotografias, raramente eram mais que 50. Raramente.

Hoje em dia, se eu saio com as amigas para tomar um chopp no mesmo bar que sempre vamos, facilmente tiramos mais que 50 fotos. Facilmente. Uma viagem, então, ultrapassam as dezenas com certeza. E dependendo da animação e da variedade de lugares visitados ou de momentos agradáveis, 500 fotos definitivas (digo: descontando as apagadas ou as que são jogadas para a pasta ‘private’) são arquivadas em inúmeros diretórios identificados com data/local.

Mas não só de alegria vivem as fotos. Quem nunca rasgou a foto daquele ‘amor cachorro’? Ou daquela amiga que foi sacana com você ou que foi gente boa demais com aquele seu paquera? Ou ainda aquela foto em que todas suas amigas saíram maravilhosas e você saiu com cara de moribunda? Aí o sentimento quase vira do avesso quando você pega aquela foto de você pequenininha com a turma do maternal ou carregando no colo seu irmãozinho que hoje tem dois metros de altura. Ou ainda, dá um risinho e sente um friozinho na barriga quando vê sua foto num abraço apertado com seu avô que já se foi.

Enfim, o fato é que fotos causam emoções nas pessoas. Das mais diferentes naturezas. E que o mundo seria sem graça se não pudéssemos reviver os bons momentos depois. Sem desmerecer a memória, claro.

Mayra Martins é relações-públicas e queria ter o dom de tirar fotografias em que todos sempre saem bem e em que lugares feios parecem exóticos. Mas se conforma em ser a que sempre leva a máquina fotográfica para as viagens e não demora a compartilhá-las com o grupo depois.

3 comentários:

  1. A fotografia é, sem dúvidas, uma das melhores invenções ever. A câmera digital é um daqueles itens que faz a gente agradecer imensamente por essa evolução malhuuca da tecnologia e justo no "nosso tempo"... Eu fico sem celular, fico sem computador, fico sem rímel e batom, mas não fico sem a minha câmera. rs
    Falando nisso, precisamos tirar fotos atuais, hein? ;)

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  2. Renato Lúcio Martins21 de janeiro de 2010 às 16:41

    Feliz é o pai que pode saber ter imprimido tais emoções em uma filha "cabeça" comoa minha, a autora do artigo. Eh coisa boa!!!

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  3. A espera também é algo bom. Ver as fotos logo após terem sido tiradas é mais uma das caras do imediatismo. Se não gostamos, deletamos, na hora ou depois. Se deixamos de gostar de uma das pessoas - ou se por elas não somos mais "gostados" -, deletamos sem remorço. Assim como o instantâneo, em sua fugaz existência, o deletar também é outra face do imediatismo: somos todos descartáveis, prove-se o contrário. Milton.

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