quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

(Sem) Os prazeres da carne

No dia 29 de novembro, tomei a decisão de aderir à dieta vegetariana. Era algo que eu vinha pensando há bastante tempo, principalmente por ser uma amante de animais desde que me conheço por gente. Só não sabia por onde começar. Na verdade, já tinha colocado a ideia em ação no ano passado, quando passei uns nove meses sem comer carne vermelha, porque achava que largar tudo de uma só vez seria muito mais difícil. Afinal, comer um filezinho de frango de vez em quando ameniza a falta da picanha, certo? Errado.

Para mim, pelo menos, não deu certo, tanto que faz mais de um ano que voltei a comer todos os tipos de carne, simplesmente por fraqueza. É isso mesmo, não me mantive fiel aos meus objetivos porque não aguentei. A carne deve ser um dos piores vícios que existe! Se você fuma, tenho certeza que você come carne há muito mais tempo, mas ainda não percebeu que é tão viciante quanto, porque você está muito mais acostumado! Parece que não, mas é muito difícil. E eu, como prova (e não devo ser a única), cedi aos prazeres do churrasco & amigos.

E é nesse ponto que você me pergunta: se não aguentou, vai tentar de novo por quê? Porque me senti muito bem durante todo o período do ano passado que passei sem comer carne. Meu irmão influenciou muito essa decisão, mesmo sem saber. Para esclarecer, vamos dar uma volta no túnel do tempo: por mais de seis anos, ele foi vegetariano e todo mundo da família sofreu por consequência. Minha casa, onde antes reinava picanha e filé mignon, passou a ser dominada por soja e tofu. E eu, no auge dos meus 11 anos, não entendia a necessidade dessa mudança na minha alimentação. Claro, minha mãe não cortou toda a carne do cardápio, mas a mudança foi drástica o bastante para mim e meu pai, grandes carnívoros. Depois, acabei me acostumando – meu pai não.

Mas vamos voltar a 2009. Diferentemente do meu irmão, deixei de comer carne vermelha por compaixão. Não, não vi nenhum documentário chocante de ONGs que defendem os direitos dos animais, como o famoso "A Carne É Fraca", do Instituto Nina Rosa, mas muito pelo contrário. Muitos acontecimentos na minha vida pareceram se encaixar com as minhas ideias. Em janeiro, uma amiga aderiu ao vegetarianismo e, por causa da minha experiência do ano anterior, sempre trocamos informações sobre o assunto, o que despertava ainda mais minha vontade de também fazer parte desse grupo. Uma das dicas dela foi justamente essa: largar de uma vez, porque senão é mais fácil ter uma recaída (se você já tentou parar de fumar, deve ter a mesma sensação, não é?).

Mais tarde, fiz um trabalho para a faculdade sobre a PEA, ONG que trabalha, entre outras coisas, com a conscientização da importância dos animais para o equilíbrio ambiental. Eles não pregam, necessariamente, o vegetarianismo, mas quase todos os outros materiais que utilizei para complementar o trabalho falam sobre isso, o que me deixou com ainda mais vontade de adotar a dieta. E, de qualquer forma, eu já era apaixonada por animais, e isso é completamente irreversível.

Quando me dei conta, já estava pesquisando na Web várias informações sobre o tema, diferentes tipos de dietas vegetarianas (a que adotei, por exemplo, é a ovolactovegetariana), marcando consulta com nutricionista para saber quais substituições terei que fazer, conferindo experiências de pessoas e casos bastante polêmicos relacionados a direitos animais, como um dos posts na coluna do André Forastieri – admita, não é preciso ser vegetariano para ter uma pontada de raiva desse promissor comedor de cachorrinhos.

Dentre essas e outras que percebi que a carne não é um item indispensável na minha alimentação e, ignorando Paul McCartney e seu Meatless Monday, parei radicalmente com o consumo desse alimento. Mesmo estando só há duas semanas e meia seguindo rigorosamente essa dieta, acredito que vou conseguir me livrar desse vício de vez por um bem muito maior do que os momentos prazerosos à mesa. Então, para mim e todos os outros viciados em carne que se abstiveram de suas vontades, não importa qual seja o motivo, mais 24 horas!

Natalia Máximo é estagiária da LVBA e vai para o terceiro ano de Relações Públicas nas Faculdades Integradas Rio Branco. Quando era criança, queria ser veterinária, mas, como não consegue ver sangue sem passar mal, viu que seu amor por animais não teria comprovação acadêmica. Acredita que, se sobreviver à abundância de carne das festas de fim de ano, sua dieta vegetariana estará a salvo. Está procurando um jeito de convencer seus pais de que essa mudança na alimentação não vai afetar sua saúde. Se você souber como, fale com ela aqui.

2 comentários:

  1. Caramba meu, que lindo, eu to na fase de sonhar que tá comendo carne --' Pior é que eu sou tão viciada que eu como carne crua. Mas eu cortei de vez também, da outra vez que eu tentei eu comia o frango e etc, e não adianta MESMO. Estou começando ovolacto e quando eu ver que to tirando de letra ai vou largar também. Só falta minha familia colaborar xD

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