quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

For Those About To Rock - AC/DC no Morumbi

Não pesquisei para fazer esse texto. Não me preparei. Apenas escreverei o que sinto, o que senti, o que vivi. Só sei que nada sei de AC/DC. Na verdade, quase nada. Até pouco tempo, ainda confundia canções do Kiss com as deles. Sim, apesar de adorar música e rock, não estou nessa praia. Antes do show, só conhecia duas faixas da banda: "Back in Black" (que a propaganda da Ford está destruindo) e "Highway to Hell". Coisas do destino, ganhei ingressos para a apresentação única deles no Brasil, no Estádio do Morumbi, sexta passada. E aí começou a história desse show incrível.

Em dezembro último, também tive a oportunidade de ir a um megashow de graça. Foi o da Madonna (o post, inclusive, está aqui). Como a cantora, AC/DC é um nome clássico no meio musical em todo o mundo. Estão por aí há um tempaço e, por todos os lugares que tocam, é sempre garantia de lotação máxima. Mas acho que qualquer tentativa de comparação acaba aí.

AC/DC, como falei no começo do texto, não está no meu vocabulário musical. (aliás, até hoje nem sei o que esse nome significa). É uma banda muito popular entre fãs de rock - assim como Kiss, Led Zepellin, Black Sabbath e outros similares. Basicamente, o fã perfil "Escola do Rock".

Mas esse tipo de rock, por alguns chamado de metal, não faz parte das músicas que escuto diariamente no carro ou no computador. Não curto vocalistas de voz aguda e que em alguns momentos parecem mais gritar que cantar (é a minha opinião, fazer o quê?).

Quem me conhece sabe que minha vertente do rock vai mais nas origens (Elvis, Jerry Lee Lewis, Johnny Cash) e/ou para um rock com levadas blues/funk/soul (Blues Travelers, Marvin Gaye, J.J. Cale), sulista (Allmann Brothers, Lynyrd Skynyrd, Tony Joe White) ou britânicas (Rolling Stone, The Beatles), entre algumas outras. Mesmo em bandas com uma pegada soft metal, como Bon Jovi, eu curto mais quando é um esquema acústico ou mais leve.

Mas isso jamais me impediria de ir a um show do AC/DC. Fui sem preconceitos, esperando alguma coisa boa. Claro que o famoso esquenta, à base de Jim Beam, ajudou muito. O próprio AC/DC, tocando no volume máximo no som do quarto, também. Chegamos para o show 22h (sem filas, sem confusão, tudo tranquilo) e, pouco depois, os cara já começaram. E, para resumir: curti demais. Os caras do AC/DC já estão velhões. Mas tocam muito. Mandam muito bem. O guitarrista dos caras fez um solo de uns 15 minutos. A banda mostra porque está na estrada há tantos anos. Domina a plateia e faz dela o que quer. Setenta mil pessoas foram comandadas pelo grupo australiano. Foram à loucura, gritaram, perderam as vozes. E comigo não foi diferente. Cantei as poucas que conhecia. Aprendi na hora as várias que não sabia. E pulei até cair, literalmente.

Em meu currículo de shows que já fui, o AC/DC não ocupa o primeiro lugar da lista. Mas certamente fica entre os cinco mais, talvez entre os três. A presença no show deles também não vai mudar muita coisa. Não vou comprar CDs ou começar a ouvir mais do que antes. Até porque a diferença entre o que se ouve em um CD e no estádio é colossal, abismática, discrepante.

Colocando à parte toda a importância que eles têm para o rock, eu digo tranquilamente: AC/DC, eu os saúdo.

Luís Joly é músico de ouvido. Adora não conhecer tudo de música e descobrir assim, aos poucos. Começou sem querer, com Elvis, e aumenta a cada dia, a cada hora. Veja o que mais ele tem a falar sobre música e outros assuntos em http://jacksenna.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário