quinta-feira, 12 de julho de 2012

A vez do torcedor 2.0

Que prazer voltar a escrever neste espaço! E isso só fica melhor quando os toques no teclado são para falar sobre algo que tem feito parte da minha vida desde a maternidade.

Sempre fui um apaixonado por futebol e desde sempre fanático pelo meu time. Tanto que minha primeira ida ao estádio se deu em 1984, quando com 2 anos de idade e ainda de fraldas “assisti” o SPFC enfrentando o Coritiba pelo Campeonato Brasileiro daquele ano. Desde lá, assistir a um jogo de futebol virou hobby e o Morumbi minha segunda casa. Enquanto crescia, me deparava com os chamados “torcedores de sofá”, título dado a torcedores menos fanáticos, que não pagam para ver seu time e que preferiam o conforto de estar em casa e de fazer outras atividades se “pegassem bode” do jogo.

Mais anos se passaram e agora vejo uma nova espécie surgir e se tornar protagonista: são os que eu chamo de “torcedores de teclado” ou “torcedores 2.0”. Uma evolução dos “torcedores de sofá”, são seres que nunca foram a um estádio de futebol, acompanham apenas retas finais ou copas do mundo, não conhecem o próprio time e a única tática que parecem ter aprendido é a de criar posts criativos e tweets.

Romântico como sou, ainda acredito que o torcedor está no estádio ou hipnotizado pela na TV na hora do jogo do seu time. O torcedor grita GOOOLLLL e não deixa de lado a emoção maior do futebol para digitar “Chupa” quando sua equipe marca um tento (alguns não saberão o que é tento); o torcedor hasteia sua bandeira, compra, veste e desfila orgulhoso com sua faixa de campeão, não tem tempo para ficar criando hashtags; o torcedor, mesmo depois de velho, coleciona álbum de figurinhas e não “likes” em seu post agressivo ao adversário.

Falando nisso, sou da época em que a melhor maneira de tirar sarro do adversário era, no dia seguinte, ir para escola ou para o trabalho com a camisa do clube, com o pôster da Placar, com a faixa de campeão. Nada mais irritante do que ver o orgulho do amigo que torce para o rival. E como isso era legal. No meio da zoação, se discutia tática, melhores em campo, projetava-se futuro, quem será vendido, quem vem para a gente tentar o próximo título. Hoje tudo se esgota na madrugada seguinte ao jogo e se resume ao que chamam de bullying cibernético. Não se discute a partida, posta-se montagens; não se canta o hino do clube, cria-se musiquinhas em que se cita mais o rival do que o próprio clube; não se sabe a escalação do time, só tem na ponta da língua o autor do último gol, que é esquecido quando este gol vira o penúltimo.

Como era divertido sair do estádio dizendo: “vou para o bar, para a Av. Paulista comemorar”. Hoje, ao fim do jogo, se diz “vou xingar muito no Twitter”. E aguardem. O melindre continua este ano em mais um episódio de “Os Eleitores 2.0”.

Ah, que fique claro: liberdade a todas as formas de expressão. E isso é só um pensamento de um fanático por futebol. Que só será compreendido por um outro fanático por futebol.

Fernando Thuler, hoje na comunicação interna da Nextel, deve muito à LVBA. Foi aqui, na Rua Alvarenga 806, que conheceu a mulher da sua vida - Daniela Valsani. Tem um filho lindo, que ainda pretende levar aos estádios muito em breve. Passou cinco anos por aqui, mas sempre que pode, volta pra visitar os amigos. Thuler descobriu na LVBA que o trabalho pode, sim, ser muito gostoso e um lugar cheio de amizades.

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