
Nasci em São Paulo, sou paulistana da gema e, mais do que isso, vivo em um ritmo acelerado, em constante transformação e inovação por pura opção! Só estou aprendendo, e sem vergonha de fazer tal afirmação, a ter mais equilíbrio em tudo o que faço, gerando uma mudança comportamental importante em meu estilo de vida. Cada dia mais compartilho da opinião do filósofo grego Epicuro, que acreditava no prazer como estado de espírito baseado na harmonia e simplicidade.
São pequenas poções diárias de magia – como assim chamo - como sentar no terraço ao fim do dia, sentir a brisa fresca da noite batendo no rosto, olhando as estrelas (sim ainda consigo enxergá-las em diversas noites de São Paulo) e dar um imenso suspiro! Um pensar diferente de como o dia foi maravilhoso e o que parecia impossível não foi, porque sempre encontramos a melhor solução e quanto maior o desafio, maior a motivação.
Ou vivenciar, a partir dos diferentes sentidos, novas fontes de prazer. Lembro-me bem quando li “O Perfume”, de Patrick Süskind, na década de 80 e já reli outras vezes. A cada parágrafo do romance, respiro e sinto os diferentes odores, mergulhando – é claro – nos cheiros que mais me agradam.
Os aromas nos remetem a diversos momentos de nossas vidas: o verde com cheiro de mato da infância, férias, fazenda, plantações de eucaliptos. Ou uma degustação de vinhos na qual podemos desfrutar de uma explosão de sensações tão significativas. Amadeirado, frutal, canela, café, chocolate...Recentemente tive uma experiência inesquecível em uma vinícola. Durante uma hora percorri as videiras, entre muitas lembranças, culminando nas reuniões típicas de domingo, com as avós cozinhando e toda a família reunida. Puro prazer!
Mas reaprender a simplificar dá trabalho. E como dá! Colocar de lado uma série de atitudes que antes pareciam ter tanto valor e de fato não têm. Tudo o que gera sabedoria, e envolve processo de mudança, exige tempo e vontade. E quem vai querer esperar a vida passar distraidamente, desperdiçando oportunidades que poderiam gerar momentos tão prazerosos?
Termino, compartilhando algumas reflexões sobre a simplicidade que li nestes últimos tempos.
"No caráter, na conduta, no estilo, em todas as coisas, a simplicidade é a suprema virtude." (Henry Wadsworth Longfellow)
"A simplicidade não nasce espontaneamente, mas é alcançada através de um processo de desenvolvimento extenso e complicado." (Lohse)
“A simplicidade é o último degrau da sabedoria” (Khalil Gibran)
"Simplicidade, simplicidade, simplicidade! Tenha dois ou três afazeres e não cem ou mil; em vez de um milhão, conte meia dúzia... No meio desse mar agitado da vida civilizada há tantas nuvens, tempestades, areias movediças e mil e um itens a considerar, que o ser humano tem que se orientar - se ele não afundar e definitivamente acabar não fazendo sua parte - por uma técnica simples de previsão, além de ser um grande calculista para ter sucesso. Simplifique, simplifique." (Henry Thoreau)
"Simplicidade é a realização máxima." (Chopin)
Valéria Allegrini, diretora de Atendimento, em processo constante de mudança e descobrindo, a cada dia, o prazer da simplicidade.
Valéria.
ResponderExcluirParabéns pela reflexão e sucesso no seu empreendimento pela busca da simplicidade. Uma outra leitura que já em fins do século XIX questionava as "correrias urbanas em nome da modernidade" está na obra "A Cidade e a Serras" de Eça de Queiroz. No final o autor opta na dicotomia colocada pela vida simples do campo em Tormes!
grande abraço.
Adilson R
Muito bonito isso! Fico feliz por perceber essa busca simples para estarmos bem e sermos felizes!
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