quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Comunic-AÇÃO

Agora não entendo bem o motivo de ter levado um chacoalhão, mas que levei, levei. Talvez porque tenha sido tão óbvio, e a gente sabe o quanto o óbvio às vezes choca. Mas deixa de nhém-nhém-nhém e vamos direto ao assunto.

A chacoalhada veio quando assisti a uma palestra de Alejandro Formanchuk, Presidente da Associação Argentina de Comunicação Interna e especialista em comunicação corporativa. Foi no Seminário Internacional “Desafio global: comunicar-se com todo mundo em qualquer lugar”, realizado no dia 3 de agosto pela Abracom, a Associação Brasileira das Agências de Comunicação, da qual Gisele Lorenzetti, diretora-executiva aqui da LVBA, é presidente.

Acho que foi por ver tantas vezes acontecer o que Alejandro relatou que pensei: “opa, deixa eu prestar atenção nesse moço”. Se você é comunicador corporativo, vai entender. Pois veja.

“Quando peço para as empresas me mostrarem seus planos de comunicação interna, imediatamente me apresentam uma planilha Excel: campanha antitabaco em agosto, intranet com atualização diária, mural perto da máquina de café renovado semanalmente, revista mensal. Sempre digo que isso não é um plano de comunicação, é um plano de meios, e nem é preciso pagar um comunicador para fazer. Se você só me permite trabalhar com meios, não posso fazer mudanças, só posso levar informação, e isso não é comunicação interna”.

A afirmação veio acompanhada de uma provocação sobre qual herança podemos deixar para as organizações às quais servimos como comunicadores. Deixaremos apenas uma intranet bem alimentada e uma revista bem diagramada? “Comunicação interna não é uma newsletter ou uma área dentro da empresa: é a essência da organização. Comunicação é a transformação da cultura organizacional; cultura é a comunicação em movimento”, cutucou o argentino.

E antes que os comunicadores ali presentes pudessem perguntar “como hacer”, veio a resposta: “O primeiro passo para a comunicação transformadora é sair da logística para a influência: a mensagem não só precisa chegar, mas ser revertida em uma ação. Para isso, o receptor tem que entender e aceitar a mensagem. E ele só irá fazer isso se acreditar no que está sendo divulgado. O mais importante para um comunicador é ter credibilidade, esse é o único capital para ter sucesso em comunicação”.

Alejandro mencionou ainda que o desafio – e quem atua na área bem sabe - é deixar claro para os líderes da empresa que eles são o verdadeiro departamento de comunicação interna. “Da forma de liderar, passando pela maneira de atrair clientes, até as ações de recursos humanos, tudo é comunicação interna”, cravou o especialista emendando: “Como posso fazer comunicação e, portanto, transformação, se a organização não mudar? Não posso obrigar as lideranças da empresa a seguirem um caminho, mas posso alertá-las sobre o impacto que uma determinada decisão poderá causar. E não venha depois pedir para reverter no mural, porque não vou conseguir”.

E como Alejandro lia meus pensamentos sobre a missão hercúlea que é convencer as lideranças corporativas, logo acrescentou: “Esqueçam o ego e exercitem a paciência”.

Recado copiado, afinal, comunic-Ação é movimento, não duvidemos de nada. Sigamos, “pero sin perder la ternura jamás”.

Patrícia Gonçalves é jornalista com 16 anos de experiência em televisão, assessoria de imprensa e comunicação corporativa. Tem asas nos pés, pergunta muito e procura tudo, mas não sabe se vai achar.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Começando pelas férias

Entrei para o mundo das Relações Públicas, em 2009, quando ingressei na universidade. Sem conhecer a fundo a profissão, mas entendendo sua função de relacionamento com públicos, tinha a certeza de que estava fazendo a escolha certa. Depois de um ano e meio, já me identificava com o que estava estudando, mas minha frustração era não trabalhar na área ainda.

Participei de muitos processos seletivos até que surgiu a oportunidade de coordenar a assessoria de comunicação de uma Agência Experimental da Unesp, a Agência Propagação. O trabalho era fantástico! Coloquei meus conhecimentos em prática, estudei novas formas de comunicação e trabalhei por um pouco mais de um ano com pessoas incríveis de outros cursos da Unesp. Quando completei três meses nessa agência, entrei para a Empresa Júnior de Relações Públicas (RPjr). Comecei a trabalhar em dois mundos muito diferentes, porém com o mesmo objetivo de estimular o empreendedorismo no jovem universitário. Estive na RPjr por um ano e meio, trabalhando com meus veteranos e calouros, que me ensinaram muito.

Em outubro de 2011, assumi a Diretoria de Projetos e passei a gerenciar o Meeting 2012, um encontro entre estudantes e profissionais de relações públicas, promovido pela RPjr desde 2009. O Meeting aconteceu em abril e um dos convidados foi Flávio Schmidt. Utilizei o contato feito com ele para conhecer um pouco mais do mercado das Relações Públicas e pedi sua ajuda para a realização de um estágio de férias em uma agência de RP. Fui indicada para trabalhar por um mês com a equipe da LVBA e aqui estou!

A agência topou o programa e me recebeu nesse período, em que pude conhecer todas as suas áreas e processos e atuar um pouco em cada um. Ajudei com mídias sociais, eventos e aprendi um lado novo do relacionamento com públicos: as ações realizadas por meio de assessoria de imprensa. Consegui entender como essa estratégia é extremamente importante para a construção da imagem da empresa diante de seus diversos públicos e como a união desta ferramenta com outras de RP é capaz de transformar a comunicação e o relacionamento.

Não foi apenas o aprendizado profissional que me encantou durante esse mês, mas também a equipe unida e superatenciosa. Fui recebida de modo acolhedor por um time que compartilhou sua experiência e prática. O trabalho realizado foi de muito valor para a minha vida profissional e fiz contatos que nunca esquecerei.

Cursando o último semestre de Relações Públicas na Unesp de Bauru, minha passagem pela LVBA, sem dúvida nenhuma, mostrou quanto gosto e admiro minha futura profissão. Hoje tenho certeza que quero ser uma RP. Deixo a equipe da LVBA com um sentimento de saudade e respeito, além de estar muito satisfeita por ter vivido uma oportunidade que superou todas as minhas expectativas.

Mariana Carareto, mais uma no bando de loucos, ama sua família, adora estar com os amigos e, atualmente, é apenas uma estudante repleta de sonhos para o futuro.