quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Lá em Porangaba

Há mais ou menos duas semanas, fui passar um fim de semana na casa da minha tia, que mora em Porangaba, interior de São Paulo. Antes da viagem, minha mãe já havia me adiantado que lá era bastante calmo. Aparentemente, tudo normal. Pensei: “que bom, poderei descansar”.

Fomos eu, minha mãe, minha filha e meu namorado. A viagem durou em torno de uma hora e meia. “Sem problemas, eu levo duas horas do trabalho até a minha casa”, então foi bem rápido. Chegamos à noite na cidade, minha tia já nos esperava com seu atual marido. Realmente, as ruas estavam desertas!

Sabe como é... Na primeira noite ninguém dorme, muitas novidades, conversas sobre a família, sobre a vida, e assim fomos madrugada afora. Nem minha filha dormiu. Eu ainda não conhecia meu "tio" postiço, e o mais divertido é que descobrimos que a risada dele é idêntica à do Bob Esponja! Olha, tinha horas que realmente era impossível conter o riso!

No dia seguinte, pude conhecer a cidade inteira em menos de 45 minutos: realmente bem tranquila, e o mais legal é que todo mundo se cumprimenta, homens e mulheres. Já em São Paulo, se um homem fala oi para uma mulher desconhecida, ela já se assusta... Notei que as diferenças de um lugar para outro são grandes!

Além da hospitalidade dos moradores de Porangaba e a beleza da cidade, notei que uma paz imensa reina lá, e reina mesmo. Fiquei dois dias sem conseguir dormir - um baita silêncio - e ao fundo de toda esta paz fiquei escutando o barulho das galinhas. Eu não tenho nada contra elas, mas bem que elas poderiam estar um pouquinho mais longe da janela do meu quarto...

Mesmo sem dormir, foi bastante divertido, pois estava com as pessoas que mais amo ao meu lado, curtindo tudo isso. E família para mim é tudo! Não importa o lugar onde está e sim as pessoas com quem está... Você faz o lugar. Foram dias descontraídos e com almoços bastante engraçados, com a contribuição do meu tio, e a hora de ir embora acabou sendo difícil, como sempre é. Fica aquela saudade.

Mas com essa viagem, passei a dar valor a algumas coisas que antes me incomodavam: sons de carros, motos, pessoas na rua, entre outras coisas (não galinhas!)... Isso me faz sentir que existe vida ao meu redor, e assim consigo dormir meu soninho de quatro horas por dia tranquilamente!

Mônica Assis tem 26 anos, é técnica em informática e cursa TI na faculdade. Gosta de viver a vida intensamente, ama sua família e derrete-se pela sua filha Sabrina, de 4 anos. Adora ler e é viciada em chocolate. É louca por praia e, para ela, o melhor som do mundo é o do mar

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Cordas ou flores?

Vocês já conhecem as novas cordas de salto eletrônicas? Eu não conhecia até receber um exemplar de presente do meu namorado. Confesso que foi engraçado, ao invés de flores, que aliás não seriam definitivamente o estilo dele, receber uma corda de presente.

A surpresa foi seguida por pura curiosidade. As cordas interagem com o “pulador”, querem saber o seu peso e calculam tempo, calorias gastas e velocidade. São ajustáveis à sua altura, bonitinhas e, claro, remetem à infância.

Acho que esta foi a melhor parte, me lembrar de como era divertido naquela época e muito mais simples. Hoje não vou cantar musiquinhas e nem interagir com um monte de amiguinhos na brincadeira. Exatamente, não é mais brincadeira! Agora é a neurose pela busca do corpo perfeito que nos impulsiona a sair por aí pulando corda. Os benefícios são inquestionáveis para a saúde e a diversão acaba fazendo parte do exercício, mas confesso que meu coração iria bater mais forte pelas flores. Corrigindo, meu coração bateu bem mais forte depois de pular 1 minuto de corda! Será que era esta a intenção?

A verdade é que tive que aprender a valorizar os pequenos gestos das pessoas que eu amo. Se as flores morreriam após 1 semana, as cordas serão eternas... basta trocar a bateria.

“O homem bateu em minha porta e eu abri...” quem nasceu na década de 80 sabe do que estou falando!

Luciana Braga

Filha de Suely e João, irmã da Mariana e namorada do Henrique. Já morou em BH, Aracaju e Salvador, hoje mora em São Paulo e pula corda.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Suportando escolhas

Escolhi abrir um precedente aqui, pois será um post na linha da autoajuda, isso mesmo, mas do tipo legal. Tenho lido com assiduidade alguns blogs, especialmente o zenhabits e o theminimalists, e isso tem mudado a minha vida. Diferentemente dessa literatura que (só) se vê nas vitrines de grandes redes livreiras e anúncios internéticos afins, é um tipo de texto sobre o qual, depois de lido, não se pode falar "tá tudo errado", ou "eu nunca vou fazer isso".

Não vou mandar ninguém seguir 10 passos para ficar rico ou ser um chefe fantástico, ou conquistar o seu grande amor (dica do meu grande amor, que acabou de cantar isso no meu ouvido), etc... São coisas que a gente sente estarem certas, pois fazem um sentido natural, ancestral, corporal e espiritual. E aquilo que a gente sente, como vamos descobrindo ao longo da vida, tem muito mais valor do que aquilo que a gente pensa. A intuição, inclusive, tem muito a ver com o que quero falar, e é melhor que eu comece logo.

Temos que apoiar nossas próprias escolhas. Nada vai mudar se ficarmos criticando o que nós mesmos escolhemos para nossas vidas, não importa se são decisões minúsculas ou profundas, se inócuas ou se revolucionaram alguma coisa, ou atingiram outras pessoas. Você vai se sentir muito melhor se apenas aceitar que fez essa ou aquela opção, e pronto. Além de ser muito fina e quebradiça essa linha entre o certo e o errado, que não vamos discutir aqui, o desfecho da sua escolha será sempre positivo: algo mudou a partir dela e isso fez com que sua vida avançasse.

Uma associação curiosa que podemos fazer é com a palavra usada para dizer "apoio" ou "sustentação" em inglês: support. E sim, nós temos que suportar, aturar, mesmo, tudo o que decorreu de nossas decisões. Mas assim como isso pode remeter à ideia de dever ou responsabilidade, esse negócio de suporte pode também vir carregado de coisas boas, como um desafio interessante que você colocou para si mesmo e que te motiva a seguir em frente. Pense numa coisa que você queria ter feito diferente. Pensou? Esqueça; você já fez desse jeito. E agora está aí uma solução esperando que você a escolha para agir e melhorar tudo o que quiser.

Você pode querer não ter escolhido morar no bairro onde mora, trabalhar no lugar em que trabalha, namorar ou casar com quem você está junto agora. Mas é preciso entender que algo lhe motivou a fazer todas essas escolhas; foi você quem as fez, então, por que não dar suporte a elas? Você pode escolher fazer escolhas diferentes no futuro, mas estas, você já fez.

Hoje, assim como em tantos outros dias, descobrimos mais uma maluquice de nosso cachorro, eu e minha esposa: ele gosta de tomar banho no chuveiro. O beagle mais lindo do mundo, indo tomar banho sozinho... uma coisa incrível. E a gente quase se arrependeu da escolha de ter mais um cachorro além da nossa outra linda beagle. Mas foi a melhor escolha do mundo! (Ah, o nome dele é Marley, mas antes que nos critiquem pela falta de criatividade, adotamos ele já desse tamanho, de outra família, então é mais fácil manter o nome do bichinho para ele não se sentir perdido.)

Por último, mas não menos importante: a gente também deve "bancar" as escolhas que faz em conjunto ou aceita de outra parte. Seus pais, seu cônjuge, seus colegas de trabalho... Não adianta depois pensar que foi "ideia dele"! Sou muito feliz com as escolhas que fiz, mesmo que não sejam todas muitíssimo acertadas ou planejadas à exaustão. Nossa cabeça pode ficar confusa, porque lida com o que pensamos. Nosso coração sempre vai saber o que fazer, pois sabe o que sentimos.

P.S.: O cara da imagem é Atlas, aquele homem da mitologia grega que fica carregando (suportando) o mundo a vida toda... É mais ou menos o que a gente faz, não?

Allan Araújo no trabalho, AllanZi na música, Zi em casa, virou cachorreiro por influência de sua amada esposa Thaís (homenageada em outro post deste mesmo blog) e adora ter que passear com um beagle o puxando e o outro sendo arrastado, proporcionando uma cena cômica aos felizes moradores de seu bairro. Gosta de escrever. No twitter: @allanzi.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Três séries de quinze – minha tortura na academia

Quem me conhece, sabe. Até já fiz alguns exercícios. Era de correr na infância, joguei muito futebol na adolescência, corri de kart provavelmente umas 50 vezes na vida, mas ultimamente, o sedentarismo anda forte. Meus exercícios se limitam a parcas voltas na praça do lado de casa e esporádicas caminhadas com a cachorra. Minha ainda esbelta forma só se deve a uma afortunada condição genética e alguns sacrifícios durante a semana.
Não procuro por exercícios. Admito que cheguei ao fundo do poço do ócio físico - e estou bem assim.

Não obstante, fui "raptado" por dois amigos-da-onça na última noite de segunda-feira. O objetivo: fazer com que eu me integrasse ao "Projeto Verão 2012". Os dois também são sedentários, mas mais preocupados que eu.

E uma noite que tinha tudo para ser regada a episódios já vistos de "Friends" e "Two and a Half Men" tornou-se um martírio fransciscano. Ganhamos uma semana grátis na academia perto de casa. Francamente, quem quer ganhar algo assim?! Presente de gosto duvidoso.

Fato resumido, tive que passar por todas aquelas máquinas infernais que faziam parte de um passado distante (sim, eu frequentei academias nos loucos anos 1990). O cheiro de suor nos colchões comidos, o calor do corroído metal nas mãos, o típico ambiente formado pelos ratos de pesos e moças que acham que são cobiçadas por todo mundo no local não se comparam ao infeliz sentimento de seus músculos queimando de dor em cada uma das intermináveis e já clássicas "3 séries de 15".

Três - com todo o respeito - o cacete! Elas mais pareciam uma progressão geométrica do inferno. Sádico, o bombado instrutor não fez questão alguma de diminuir as cargas. Pegou pesado mesmo, e enquanto eu cumpria o longo ritual, meus músculos pareciam se perguntar entre eles o por quê d'eu fazer aquilo. "Sério, estamos quietos no nosso canto. Por que mexer conosco?"

Ainda não sei a resposta. Ou seria o tal do "Projeto Verão 2012"? Não importa, pois a tréplica virá: esses mesmos músculos darão suas respostas no dia seguinte. E não será nada legal.

Não fizemos o alongamento no fim. Segundo o amável instrutor, há uma recente pesquisa na USP que mostrou que, em musculação, nada deve ser alongado, pois é "melhor assim." Fiz uma rápida pesquisa na web agora pouco e encontrei justamente o contrário. Como agora já é tarde para alongar, que me desculpem de novo: instrutor filho da mãe!

Cansados, suados, destruídos, saímos de lá. Em nossas mentes, a sensação de dever cumprido. A endorfina começava agir, elevando nosso espírito. Fortes como nunca, deixamos o recinto certos de que o projeto começou da maneira apropriada. No pain, no gain, diriam os gringos. O prazer de realizar um exercício conseguiu compensar toda a dor que passamos? Não sei.

Mas o chopinho no boteco que paramos do lado de casa nunca esteve tão gelado.

Luis Joly (http://jacksenna.blogspot.com) é um recorrente deste blog. Sem criatividade no momento, não sabe muito o que dizer dele, a não ser que está fazendo um curso de teatro para executivos na FAAP que está mudando muito na vida dele. Odiou “Árvore da Vida” e, desde hoje, passou a gostar de cenouras cozidas (antes, ele só as comia cruas).

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Hora de ser mais além daquilo que já conheceu

Sei que muita gente acha uma tremenda babaquice, mas eu sempre, sempre fui muito fã de astrologia. Essa tal mania de saber o signo de fulano é uma das tantas que eu carrego desde a pré-adolescência. Outra delas é saber de cor o aniversário de todos os membros da minha família (e não estou falando apenas de irmão, pai e mãe) e dos amigos da escola, desde a época do primário. E isso é algo que me caracteriza como uma pessoa estranha, segundo eles próprios quando escutam minha voz ao telefone com um sonoro “FELIZ ANIVERSÁRIO!” na data (certa) querida, desejando felicidades e muitos anos de vida.

Sou filha da minha mãe mesmo; cresci ouvindo-a pensar alto o aniversário de muitos e parabenizá-los em incontáveis ligações especiais que ela fazia questão de realizar. Com o adendo de que sou ainda mais apaixonada por datas, guardo tantas especiais e os aniversários são para mim, de fato, o maior significado do celebrar. Sinto que os astros e toda a energia propagada por eles naquele dia específico em que nascemos dizem muito sobre nós. Afinal, aniversários são o completar de um ciclo e a comemoração de um novo que está por vir.

E a tal astrologia que gosto tanto é mestre em avaliar os tais ciclos, além dos trânsitos astrológicos, percursos dos planetas e a influência dos astros e estrelas sobre os signos que nos regem pela passagem na Terra. Ufa! Tanta filosofia de bar para dizer que estou comemorando um aniversário. Em 31 de agosto de 2009, Melissa Rossi começava o seu ciclo como uma LVBAna, e hoje, completados dois anos e um dia, neste 1º de setembro de 2011, é hora de dizer “até breve”.

Foi um ciclo, e talvez o mais importante de todos eles. Foram nestes dois anos de LVBA que eu vivi também o auge do meu retorno de Saturno, um dos ciclos planetários mais famosos e estudados pela astrologia e que acontece pela primeira vez quando estamos próximos a completar os 29 anos – tempo este que Saturno leva para completar uma volta inteira em torno do Sol. Eu entrei aqui aos 28 anos, e foi durante o meu percurso profissional na LVBA que eu percorri a jornada mais complexa e intensa da minha vida pessoal.

Por definição, podemos compreender o retorno de Saturno como sendo aquele momento em que tomamos consciência de nossas limitações, daquilo que podemos ou não podemos fazer. Mas, como o momento dura cerca de dois ou três anos, eu ainda não tenho as minhas limitações definidas. Hoje, aos 30, continuo vivendo e descobrindo as diferentes faces e possibilidades de ser Melissa, pois, como já escrevi neste 806 sou várias em uma só e sempre terei a curiosidade de descobrir quantas mais ainda existem e poderão vir a ser; ou ainda: quantas já foram e não mais serão.

Apenas para concluir o texto, já que prefiro vírgulas a pontos finais, seja pela inquietude ou pela vontade de descobrir novos jeitos de ser e de fazer Melissa que eu optei por começar um novo ciclo noutro lugar. Mas faço isso do jeito que mais gosto: celebrando um aniversariar de dois anos de LVBA. Não é uma despedida, é uma festa!

Melissa Rossi é jornalista e muito mais. Na LVBA foi assessora de imprensa no primeiro ano e no segundo foi analista de mídias sociais. Foi também blogueira, repórter, pauteira. Foi aluna, tutora, artista e foi autora. Fez da experiência uma conquista e foi assim que percebeu: tá na hora, Melissa, de ser mais além daquilo que já conheceu.