quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O que o centro de São Paulo tem de bom?


Já dizia a música São Paulo, São Paulo, que é “sempre lindo andar na cidade de São Paulo” e posso confirmar. Amante das artes e da cultura, vivo fazendo passeios incríveis pela cidade. Adoro o centro e sua bela arquitetura e acho que ele não deixa nada a desejar para outros lugares do mundo. Pena estar tão descuidado.

Passei a notar mais as belezas do centro por meio das pinturas de um artista plástico e amigo, Vincenzo Scarpellini, que conseguia ilustrar em suas telas o lado bonito da tão degradada região. Ele tinha outra visão da cidade, um olhar estrangeiro e apaixonado.


Envolvida em muita história, a região central de São Paulo abriga admiráveis prédios antigos, importantes museus, teatros, parques, praças, cinemas e diversos roteiros culturais e gastronômicos. Ou seja, possui muitas opções de lazer e entretenimento para qualquer gosto ou idade.


Para enxergar tudo isso, é preciso, no entanto, olhar com atenção e apreciar. E foi isso que passei a fazer a partir dos lindos traços em giz de cera de Scarpellini. Consegui também escolher meus lugares preferidos na região central: o Museu da Língua Portuguesa, o Centro Cultural Banco do Brasil, o Parque Trianon, o Cine Belas Artes, o teatro do Sesc Consolação e a Praça Roosevelt. É claro que tem ainda muita coisa de gosto bastante, mas não caberia aqui.

Curiosa e antenada que sou, vivo à procura de coisas interessantes para fazer. E é no centro que encontro boa parte delas. Há sempre uma programação bacana por lá, muitas vezes de graça e não só aos finais de semana. Isso me ajuda também a dar dicas de lugares legais para conhecer.

Uma sugestão de passeio pelo centro pode começar pelo Museu da Língua Portuguesa, uma boa parada para quem gosta de arte. Lá, há vários ambientes, que te proporcionam uma viagem através das palavras, como a Praça da Língua, Linha do Tempo, Mapa dos Falares, Palavras Cruzadas e Beco das Palavras. Outro destaque é um telão de 106 metros de comprimento que, como num túnel, corta o edifício de uma ponta a outra e na parede, que parece não ter fim, onde são projetados 11 filmes simultaneamente.

Sempre com exposição itinerante e programação fixa, o museu é um lugar fantástico, que merece uma visita com tempo e calma. A mostra da vez é sobre o poeta português Fernando Pessoa. Já tive boas recomendações e estou bastante ansiosa para passar algumas horas do meu dia viajando pela história e belas poesias de Pessoa.


A parada para almoço pode ser no bar Salve Jorge, pertinho do prédio da BMF, que, aos sábados, serve uma deliciosa feijoada, com diretinho a chorinho.


A sugestão para depois do delicioso rango e da boa música, é mais música, na Praça Dom José Gaspar. Outro dia assisti lá a uma encantadora apresentação musical. Um piano, no meio da praça, recebe todos os sábados novos talentos. O projeto, gratuito, é uma ótima oportunidade para apreciar música de qualidade, ao ar livre, num lindo cartão postal da cidade. Vale depois dar uma passadinha na Biblioteca Mario de Andrade, que passou por uma reforma e fica à frente da praça.


E para fechar o passeio, nada melhor do que teatro, seguido é claro, da famosa cervejinha. A dica é dar uma chegada à Praça Roosevelt ou ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), que sempre têm ótimas opções e, o melhor, com bons preços. Reduto de talentosos artistas, a Praça Roosevelt tem ainda bares agradáveis, que rendem um bom papo regado a gostosos petiscos e cervejinha gelada.


No entanto, para o roteiro ficar completo e vermos a cidade de São Paulo ainda mais bonita, fica aqui um apelo para que o projeto de revitalização do centro saia do papel. E este é um trabalho que todos nós, que amamos nossa cidade, podemos fazer e cabe bem no período eleitoral.


Porque, com tantas atrações interessantes, melhor seria poder andar sem medo pela região sem medo e aproveitar tranquilamente todas as opções que a região central da cidade oferece. #ficaadica

Lilian Ambar é apaixonada pela cidade onde vive, apesar dos diversos problemas. Jornalista e executiva de atendimento da LVBA, adora particularmente o centro de São Paulo e a Vila Madalena. Escolheu neste post falar sobre a região central por descobrir a cada dia mais opções de arte, cultura e lazer por lá. Seu encantamento com o centro ficou mais forte a partir das telas do amigo Vincenzo Scarpellini, que partiu cedo, mas deixou um belo legado e recebe aqui uma homenagem. A foto acima é um registro de um desses passeios pelo centro que tanto gosta de fazer.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Eu, tu e eles

“Oi, prazer, meu nome é Alexandro”: frase acompanhada por um sentimento de freezer na barriga e aquecedor no rosto. Isso sempre acontece no primeiro dia de aula, na apresentação para a família da namorada e, meu Deus (!), início em um novo emprego. Para não fugir da rotina, minhas primeiras horas na LVBA foram assim com aquele tradicional passeio de apresentação, que, coordenado pelo novo chefe, parece que o tamanho da empresa e a quantidade das pessoas se duplicam e pra você, o relógio não anda.

No entanto, desta vez, terei duas situações de “vergonha” (sei muito bem disso), porque já entrei com as horas contadas para minha saída já que fui contratado para um serviço temporário. Apesar de ser interessante, desafiador e, pelo pouco tempo que deverei ficar, bastante motivador, esse tipo de contratação, às vezes ou quase sempre, é frustrante, porque você fica com medo - palavra forte(!) – e apreensivo em fazer amizades ou ter alguma intimidade com os colegas. E sabe por que, querido cérebro e espírito? Porque é complicado mostrar quem você é de verdade e o que possa fazer em tão pouco tempo de estadia profissional.

Esse sentimento me faz recordar o personagem McMurphy (Um Estranho no Ninho) que se finge de louco para sair do presídio e ficar com os loucos, modificando sua pena. Opa! Só que o louco nesta história real é quem vos escreve. Isso porque você acaba se sentindo preso por saber da rotatividade dos ponteiros e dos dias que estão reduzindo. Quando a súbita agonia vem à cabeça, as palavras do poeta Carlos Drummond de Andrade martelam mais forte: “Quem me acode à cabeça e ao coração; neste fim de ano, entre alegria e dor?”.

Na realidade, cada vez mais a nossa profissão nos ensina a ter menos apego a esses “bens materiais” e saber que o mercado da comunicação é rotativo e com prazo curto. Por outro lado, minha mãe me ensinou que o bom profissional, independentemente sobre o que ele atue, é aquele que sabe manter a sua rede de novas e eternas amizades. Bem, estamos em setembro e o que sei é que o meu próximo trabalho será no novíssimo continente. Com o quê? Só Deus sabe!

Agora, deixemos os devaneios e bordões de lado, para entender - de fato - que a nossa vida é assim: entramos e saímos em todo momento e de todos os lugares, e conhecemos diversas pessoas (continuo a divagar). Mas, que todas elas – experiências e/ou pessoas – deixam alguma lembrança ou aprendizado bom.
Putz, qual será a minha frase de despedida? Lá vem mais um momento de vergonha...

Alexandro Cruz é palmeirense fanático, pai de duas belas filhas e, claro, jornalista com atuações em redação, assessoria de imprensa e rádio.  Além de trabalhar como comunicólogo, tem a mania de promover festas (outra paixão) como DJ no seu projeto paulista Cubo Mágico (80s) com mais dois amigos “discotecários”. Atualmente prepara sua mudança para a Austrália, onde ficará por sete meses morando, estudando, trabalhando e muitos outros “andos” que virão pela frente.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Um dia de fúria

Sexta-feira, dia 3 de setembro, véspera de final de semana prolongado por conta de um feriado na terça-feira, 16 horas. Estou saindo de uma reunião num hotel na região da Av. Paulista, em São Paulo. Pago o estacionamento, pego o ticket e, enquanto aguardo a chegada do carro, graças ao meu Nokia N97, leio meus e-mails, faço duas ligações e troco SMSs com uma cliente que saiu da mesma reunião que eu e estava a caminho do Aeroporto de Congonhas. Tantas atividades não permitiram que eu percebesse que acabaram se passando vinte minutos e nada do meu carro chegar. Perguntei à recepcionista do estacionamento o que estava acontecendo e ela respondeu de forma bem assertiva “já pedi o carro. Não posso fazer mais nada”. Tentei dialogar, comentando que eu já estava esperando pelo carro há mais de vinte minutos e ela, então, esclareceu “Honda fica no último andar”. Fiz cara de concordância e pensei “ah, tá!!!”.

Voltei ao meu escritório virtual. Mais e-mails e duas ligações. Chegamos aos trinta minutos e nada do carro. Até que vi um Honda Fit sendo entregue a uma pessoa que chegou bem depois de mim. Me virei à nada atenciosa recepcionista e disse “e agora? A dona desse Honda chegou bem depois de mim?”. E, novamente, a resposta “já pedi o carro. Não posso fazer nada”. Comecei a pensar no que fazer. A administradora do estacionamento não era nenhuma grande rede. No balcão de atendimento e no ticket não havia o telefone da empresa caso eu quisesse entrar em contato. Imaginei que se eu pedisse o telefone para a amiga recepcionista, encontraria do outro lado da linha outra simpática atendente que diria “eu não posso fazer nada”. Talvez esse fosse o slogan da empresa.

Ir à gerência do hotel e reclamar? A chance de escutar que o serviço era terceirizado e eles não poderiam fazer nada era bem grande. Enquanto analisava o que eu poderia fazer, recebo um SMS da cliente avisando que já estava em Congonhas. Véspera de feriado, a certeza de um enorme congestionamento e ela já estava em Congonhas enquanto eu permanecia estacionada aguardando meu carro! Foi a gota d’água.

Um homem se aproxima do balcão e pergunta se é lá que ele pede o carro. Antes que a solícita recepcionista se manifestasse, peguei o ticket das mãos do homem e respondi que era lá sim. Mas que eu pediria que ele fosse solidário à mim. Contei que eu estava aguardando o carro há mais de quarenta minutos e que eu precisava que houvesse uma mobilização geral de todos os manobristas na busca pelo meu carro. Assim, pediria que ele deixasse o ticket comigo por, no máximo, cinco minutos. Era esse o tempo que eles teriam para trazer o meu carro e, passado este tempo eu ligaria para a polícia dizendo que meu carro tinha sido roubado e que a recepcionista era a chefe da quadrilha.

O homem, de pronto, aceitou. Assim como a mulher que estava atrás dele. A recepcionista começou a chorar “eu não tenho nada a ver com isso. Já pedi o carro!”. Respondi à ela que as lágrimas não estavam me emocionando e que se alguém poderia fazer alguma coisa, esse alguém era ela. E foi chegando mais gente para retirar o carro e a todos eu pedia a compreensão, contava a história toda, apresentava a chefe da quadrilha e segurava o ticket. Para não prejudicar ninguém, numerei os tickets pela ordem de chegada. Passados três minutos e já segurando sete tickets, vejo meu carro dirigido por um funcionário com uniforme de cor diferente. Provavelmente, um supervisor do local.

Agradeci a todos que foram solidários. Chamo o tal supervisor e entrego os tickets para que fossem processados seguindo a ordem de chegada. E que nenhum carro demorasse mais que cinco minutos pois todos foram testemunhas de que, quando eles querem, em três minutos o carro aparece.

Moral da história? Vejo pelo menos três (e aceito mais versões nos comentários aqui do blog). Primeira: como é difícil lidar com pessoas despreparadas para lidar com o público. Segunda: impressionante como é o personagem de Michel Douglas, em “Um dia de fúria” é um pouco o alterego de qualquer cidadão de uma grande metrópole. E, por último, em tempos de redes sociais, as palavras de ordem são engajamento e mobilização. E vale tanto para o mundo virtual como para o mundo real. Minha avó já dizia “uma andorinha não faz verão”.

Gisele Lorenzetti, diretora executiva da LVBA, paulistana que às vezes questiona “num to intendênnndo o qui tá acontecênnndo” , adora cinema e já assistiu “Um dia de fúria” uma dezena de vezes e sempre se pergunta se o filme é ficção ou documentário.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Pelo direito de ser vários em um só

 “Jornalistas trabalham para que as perguntas que todo cidadão tem o direito de fazer sejam respondidas, enquanto assessores trabalham para que as mensagens que seus empregadores ou clientes gostariam de difundir sejam divulgadas”.
Eugênio Bucci

Desde que sopraram (mais de uma vez) aos meus ouvidos que eu devia investir na Comunicação como profissão, eu instantaneamente me imaginei jornalista. Cresci ouvindo da família, amigos e professores que as minhas redações, cartas e dissertações em provas eram bastante espirituosas e envolventes. Sempre disseram que eu sabia escrever. Ok. Só isso não bastaria para me fazer jornalista, mas é fato que a minha personalidade curiosa e inquieta, somadas justamente ao meu temor pelas escolhas – estas que exigem sempre que se abra mão de outras tantas coisas, caminhos e, por que não novamente, escolhas – acabou me fazendo enxergar que era o melhor dos mundos.

Escolher o Jornalismo, dentro da Comunicação Social, foi sim menos sofrido quando percebi que nesta profissão eu teria contato com todo tipo de informação, que eu poderia vivenciar diferentes experiências, falar, pensar e escrever sobre qualquer assunto, inclusive sobre qualquer outra profissão que eu deixei de escolher. Era o melhor dos mundos: poder viver um pouco de cada coisa, a cada dia, sem achar que pudesse estar perdendo ou deixando de ser ou fazer algo interessante também. Nesse raciocínio particular que eu sempre me percebi totalmente, compreendo e reconheço minha essência: ser e viver muitas em uma só.

De fato essa “definição” veio novamente à tona após a leitura do ótimo artigo do Eugênio Bucci que saiu hoje no Estadão, no qual provoca – com ótimos argumentos – as indefinições e confusões sobre as reais funções de um jornalista e de um assessor de imprensa. E, claro, não pude evitar a pergunta título do artigo: Assessor de imprensa é jornalista?. Ouso responder que sou uma jornalista que no momento está assessora de imprensa. Concordo que há uma série de definições equivocadas que histórica e culturalmente o Brasil carrega há anos, mas ainda assim defendo a possibilidade de que um jornalista pode ser também assessor, assim como um assessor pode ser também jornalista.

Conforme aprendi com o próprio Bucci por meio de aulas e mais aulas de Ética na faculdade, regadas com textos e mais textos de sua autoria, uma vez que se conhece exatamente suas funções, seus direitos e deveres, seja como assessor ou jornalista, é possível sim desempenhar ambas funções com integridade e sem desvios ou incoerências éticas.  Em tempo, acrescento: por sempre acreditar na minha essência e por não saber ser uma só – onde cabem tantas, eu fico com a opinião de que vale conhecer e respeitar os limites que nos posicionam numa ou noutra função. Sou comunicadora, sou jornalista e também assessora de imprensa. Definidas as regras, “let’s play it by the book”.

Melissa Rossi é jornalista, que migrou da redação para o “outro lado do balcão”. Como assessora continua provocando seu olhar mais jornalístico e está sempre disposta a ouvir diferentes versões de uma mesma história. Pelo menos é assim, com multifaces, que ela pretende escrever a sua própria.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

The talk of the town

Vocês se lembram de O que será, que será, de Chico Buarque?

Pois é... Vivemos um tempo em que isto acaba por ser uma verdade indiscutível – embora sem tanta poesia, infelizmente. A palavra de ordem é gerar comments, trends, retwitar, transformar qualquer assunto no talk of the town.

É assim? De fato, é, mas em termos. De nada adianta gerar barulho, interesse, buscar seguidores, se não existe um planejamento por trás disso tudo – como também certas ações não necessitam atingir milhares de pessoas, mas aquelas 150 que fazem a diferença.

O que eu quero dizer, é que vivemos em tempos de PR Mobility©, da ação voltada para o indivíduo – mais, para um novo indivíduo. Este indivíduo deixou de ser o representante de um público estático – se é que alguma vez o tenha sido – para ser um target móvel. Ele não é mais leitor, somente. É gerador de conteúdo, compartilha informações, necessidades; ouve e é ouvido.

A meu ver, a maior contribuição da WEB tem sido a questão da interatividade, a possibilidade de estreitar relações e transformá-las em processos muito mais ricos do que nas ações tradicionais, apesar, claro, dos problemas, dos abusos, dos desastres...

É nossa função, portanto, mudar nossos conceitos. O timing das ações mudou, as estratégias mudaram. Há inúmeras novas ferramentas a considerar e igual profusão de alternativas para monitorar e aprofundar nosso conhecimento a respeito delas. 

Isso é PR Mobility©, esse dinamismo, essa busca por alternativas criativas, a experimentação consciente, sempre fundamentadas tecnicamente, planejadas e avaliadas.

Quem viver, verá...

Flavio Valsani é Diretor Executivo da LVBA, fã de Milton e Chico e aposta em PR Mobility.