quinta-feira, 27 de maio de 2010

Mega Sorriso Comunicação

Desde a hora em que acordamos, até o momento em que voltamos a dormir, quantos motivos a vida nos dá para sorrir? Um ou dois?  Às vezes nenhum. Incontáveis seriam os motivos se não fossemos tão passivos na relação em que temos com a alegria. Perceba que, por orgulho, apenas a esperamos. De tão especiais que nos sentimos, lidamos de forma arrogante com um sentimento que, por muitos de nós, senão por todos, regeria o planeta. Acreditamos ser merecedores da felicidade e esquecemos que, entre os muitos sentimentos do mundo, a alegria é o único que precisa ser encontrado.

Por sorte, ou por Deus, existem os pequenos milagres. E não é que a felicidade às vezes anda e pode ser vista a olhos nus? E não apenas isso. Vestindo roupas, de cara pintada, com um nariz vermelho, vai ao seu encontro onde menos se espera e te dá um chacoalhão e grita: SORRIA! Ah, santo senhor do mundo dos palhaços, uma salva de palmas à intervenção da felicidade!

Aposto que naquela terça-feira você levantou cedo, tirou a preguiça do rosto, tomou seu café da manhã e estava preparado para um congresso pra lá de sério.  Não, não, não!  - Digo não à aposta, porque larguei o jogo desde que fecharam a sinuca que ficava aqui perto da agência. - Mas existe em mim a certeza de que sequer havia pensado encontrar motivos para sorrir. Não sorrir como um adulto, minha criança, mas como o menino ou a menina que você foi um dia. Se abastecer de novas informações, olhar panoramicamente em que pé está o mercado em que atua, estreitar relações com o diretor e o CEO de sei lá onde tem o seu valor! E, poxa vida, como tem! Relação é tudo, principalmente quando o assunto é trabalho. Mas, fala aqui no meu ouvido: esperava encontrar a felicidade encarnada num palhaço? Em um não, em três: Teobalda, Damião e Love Is In The Air.

Ao apresentar estas criaturas que nasceram para espalhar felicidade, a LVBA tirou da cartola muito mais que um ou dois motivos para nos fazer sorrir. Talvez 806... Ou talvez, isto sim, seja imensurável.

Javier Fierro é irmão de Luciano, batizado Damião no intenso processo de lapidação do seu clown interior. Fora isso é jornalista, cujo estrabismo permite ao olho esquerdo lidar com a profissão e ao direito flertar com a arte.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

É sempre tempo de religare

Ter aulas de Antropologia da Alimentação com Jesús Contreras na Universidade de Barcelona foi um privilégio. Nos deliciávamos com seu jeito histriônico de ser e bem-humorado de viver a vida. Em sua aparente desorganização, ele pode passar por relapso, mas é dedicadíssimo e ama o que faz. É um devoto do seu trabalho. Por isso mesmo, me lembro que nos contou que ao ir à universidade costuma dizer que vai "à missa".

Como ex-católico, assim como eu – e isso não significa que esteja em vias de raspar meu cabelo, vestir tecidos laranja e vender incenso pelas ruas da cidade –, talvez para Contreras a religião não mais é o propalado meio de religare com o deus-trino-e-uno, mas uma conexão a mais que temos com o passado que teima em fazer-se presente.

Após termos aderido a uma fé quando ainda babávamos ao invés de falar, participado de missas quando mal pronunciávamos nossos nomes, ido às aulas de catecismo, feito a primeira comunhão, nos confessado de pecados inexistentes, sermos crismados, nos integrados mais crescidinhos à comunidade de jovens, seguido em frente frequentando a dita comunidade, nos confinarmos em retiros espirituais, entre otras cositas más, parece que não temos nenhuma outra escolha senão a de nos conformarmos com o fato de que uma vez católicos, somos para sempre católicos, tal qual a Igreja nos faz supor, mantendo-nos como se fóssemos uma "reserva de mercado". Isso é um determinismo atroz. Não somos e ponto.

Por razões várias, devo confessar que algumas vezes sinto um pouco de inveja de pessoas que não tiveram o longo currículo que tive como fiel. Afinal, elas não foram maculadas com o sangue que escorre pelas páginas do Deuteronômio e de tantos outros livros que integram a Bíblia e que desconhecem o pecado original e tantos outros imputados à humanidade. Isso as torna, aparentemente, menos suscetíveis à culpabilidade e à danação.

Mas também vejo com certa tristeza que relatos bíblicos mencionados por professores, como os da estátua de sal a que se converteu a mulher de Ló enquanto fugia da destruição de Sodoma e Gomorra ou dos banquetes salomônicos, havia colegas que os ignoravam solenemente e relativizavam a sua importância num mestrado de História e Cultura da Alimentação, talvez por falta da vivência que tive (que se constitui, sob certa forma, num bem para eles), por falta de oportunidade (e sempre há tempo de se aprender mais e mais) ou por simples falta de interesse (este, um mal constituído na minha opinião).

O fato é que muitas das pessoas que conheço, amigos ou não, associam cultura bíblica à falta de cultura ou o menosprezo a uma educação tida como “clássica”. Para elas, qualquer interesse ao tema religião limita ou mesmo prejudica a visão do “todo”, como se o todo fosse um novo tipo de deus em sua omnisciencia. Já para mim, a cultura – melhor seria “culturas” – das religiões faz parte deste pretenso "todo", incluindo a alimentação.

Crer na relevância de ter conhecimentos bíblicos não significa que compactuo com as "preocupações" do papa – segundo Bento XVI, a identidade e cultura cristãs são inalienáveis à Europa, um papo que esconde interesses escusos, como o antilaicismo e anti-islamismo, ainda mais em época de fundamentalismo religioso de todos os matizes, que fomentam o ódio e intolerância. Mas reconheço e propago, sim, que a Bíblia, como coleção de livros, é uma rica e vastíssima contribuição à cultura pessoal.

Nela, há de tudo: lendas, aventuras, dramas, suspense, erotismo, incestos, perversões, guerras, homicídios, fatricídios, filiocídios, futurismos etc. Não há sequer um leitor que não encontrará em suas páginas algo interessante, desde que se tenha em consideração uma análise contextualizada a partir de determinados pontos de vista, como o literário, histórico, antropológico, arqueológico etc.

Não é preciso ser cristão para lê-la e tampouco ir à missa ou a um culto, mas viver em uma sociedade de herança cristã – visível e invisível –, desconhecendo-a ou querendo ignorá-la, é uma maneira tola de relegar ao fundo de uma gaveta um dos testamentos mais importantes que temos para compreender a dita civilização ocidental. Aliás, o que chamamos de civilização ocidental é tão irremediavelmente ligada à religião que é sinônimo de outro termo, a civilização cristã – pobre Cristo!

Com suas crenças e crendices, toda religião nos explica algo, para o bem ou para o mal. Podemos não nos considerar mais católicos – ou cristãos, num senso mais amplo –, mas isso não invalida a importância dos temas religiosos. Laicos que somos e/ou nos julgamos, não nos permitamos desconectar com o conhecimento, seja ele de qualquer fonte. Crentes ou não, é sempre tempo de religare com a busca da sabedoria. E não é preciso crer para saber. Basta querer.

Milton Rizzato é jornalista e não gosta de maçã. A foto deste post foi retirada um pouco antes de sua expulsão do Éden

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Além do próprio umbigo

Mais um duelo eleitoral se aproxima. Logo após a euforia da Copa do Mundo de Futebol, passaremos a ser bombardeados por informações, vozes, rostos, pedidos, súplicas e promessas recheadas de “boas intenções”. Cuidado, porque grande parte deles virá direto do inferno!

O papel de protagonista das eleições deste ano será dividido entre duas figuras cuja simpatia, ou melhor, a ausência dela, é a principal característica em comum. Dilma Roussef, a tecnocrata braço direito do presidente Lula, entra no páreo com o respaldo daquele que é considerado um dos maiores líderes mundiais da atualidade. Já estreia no mundo da disputa político-partidária com fortes chances de sair vitoriosa, mas também com a tremenda responsabilidade de continuar o legado de Lula. Sabemos que, nem de longe, Dilma tem a alma e o conhecimento da velha raposa da política. Será uma aposta no escuro, apesar do apoio do presidente.

José Serra já é velho conhecido dos brasileiros. É mais do mesmo! De líder estudantil na juventude se transformou numa dos principais representantes da direita brasileira. Direita essa que nos anos em que Lula está no poder mostrou que nem oposição sabe fazer de forma eficiente. Fora do colégio eleitoral paulista, Serra não consegue emplacar.  No seu caso, o brasileiro não fará uma aposta no escuro. Já sabe bem o que virá pela frente.

Posições político-partidárias à parte, não custa lembrar mais uma vez que é preciso ter muito cuidado na hora de escolher quem vai ficar mais quatro anos no comando do país e dos estados. O alerta também é muito importante em relação aos que pleiteiam vagas para deputado estadual , federal e para senador.

Lembra em quem você votou na eleição passada? Pois bem, veja o que ele andou fazendo nos últimos quatro anos. Hoje, não estamos mais à mercê do que os veículos de comunicação de massa tradicionais publicam. Já se foi o tempo em que era possível antecipar um futuro político, o fim de uma era ou o começo de uma nova, como costumam fazer, movidas por interesses diversos, algumas das mais poderosas revistas brasileiras.

A velocidade de circulação de informações e o maior acesso da população a elas permite que saibamos as verdades e mentiras que antes não apareciam. Há 10 anos, um debate na TV era capaz de selar o futuro de um candidato. Hoje, felizmente, não estamos mais nas mãos dos conglomerados de comunicação.

Votar, ainda mais num país que te obriga isso (ressalto que sou contra a obrigatoriedade do voto), é uma coisa muito séria. Optar pela esquerda ou direita, ou nenhum desses dois polos, é algo que deve ser feito com muito cuidado, pensando em políticas de longo prazo, sustentáveis, inclusivas, distribuidoras de renda, e não apenas no viaduto que facilita o seu caminho para o trabalho ou no mendigo que foi tirado da sua calçada e enviado Deus sabe para onde. Eu torço para que um dia o brasileiro, principalmente a classe média, vote pensando mais na coletividade do que no próprio umbigo!

Benedito Teixeira (Benito), jornalista com diploma, ex-sindicalista e mais um desiludido com a política, incluindo os eleitores. Ao longo dos anos, tem tentado pensar além do próprio umbigo!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Muito bom estar de volta

Parece que a minha vida profissional, nos últimos anos, foi feita de ciclos, que duram de três a quatro anos. Era desta forma que eu pensava. Vamos explicar: foi assim nas últimas duas agências que passei. Em uma fiquei três anos e aí surgiu a oportunidade de ir trabalhar em uma das maiores, melhores e pioneira no setor de Relações Públicas. Pensei: “bom, já estou aqui há três anos, é uma agência menor, é hora de conhecer uma das gigantes e mais respeitadas do mercado: a LVBA. Por que não?” Senti muito frio na barriga em encarar essa mudança, tive noites que mal conseguia dormir. “Será que eu seria capaz?”, pensava. Saía de atendimentos da área industrial e de entidades de classe para um setor que, até então, era totalmente desconhecido por mim: TV por assinatura. O máximo que eu sabia era ligar e desligar o controle remoto, como uma boa meia portuga que sou.

O desafio foi lançado. Fui fazer os testes, passei e lá fui eu atender uma empresa do setor de TV por assinatura e tudo mais que envolvia este segmento. Eu nem imaginava o que poderia acontecer, mas os quatro anos em que fiquei no atendimento foram de muitas emoções. O mercado de TV por assinatura estava em uma tremenda ebulição: compra e venda de empresas e companhias de telecomunicações entrando no segmento. Além disso, meu dia a dia passou a incorporar muitas letrinhas novas: MMDS, WiMAx, VoIP, HD, Full HD, entre outras. Enfim, o que não faltou foram assunto e adrenalina para trabalhar a divulgação do cliente na mídia. E quanto mais eu estudava, mais me envolvia nesse segmento.

E lá se foram quatro anos na LVBA. Até que recebi uma proposta de uma grande e importante agência de Comunicação empresarial para atender um cliente internacional e, finalmente, usar o idioma inglês, que tanto amo falar. Pensei: “putz, lá vem o ciclo de quatro anos, um ciclo se fechando e outro para começar”. Frio na barriga, noites sem dormir e, de novo, o que faço? Vou encarar mais essa? Esse número quatro me persegue!”. E olha que não sou supersticiosa. Até aprecio um pouco a numerologia e leio horóscopo de vez em quando, mas nada que me tome mais do que cinco minutos no dia. Aliás, verdade seja dita, a vida andou bem melhor depois que deixei de ler horóscopo e fazer mapas astrais.

Saí e passei um ano e três meses fora da LVBA. Nesse período resolvi conhecer novos horizontes, novos temas, novas agências. Outras propostas surgiram e eu segui o caminho, mas graças ao Universo este ciclo foi apenas de um ano e três meses. Durante esse período passei por momentos em que pensava, mas não queria acreditar, que o mundo é cruel. Mas foram grandes experiências pessoais e profissionais que me fizeram, assim espero, amadurecer um pouco mais. Meus cabelos brancos que o digam e agora tenho de pintar o cabelo todo mês. Que trabalho!

Felizmente, este novo ciclo não durou quatro anos. A vida conspirou a favor e eu voltei para um ambiente onde somos respeitados como pessoa e como profissional, onde realmente existe Ética, trabalhamos com espírito de equipe, existe um ambiente saudável para se trabalhar, as pessoas dizem e respondem ao nosso “bom dia”, podemos dar boas risadas, além de ser uma referência de mercado, principalmente no quesito Ética. Pode parecer meio Poliana tudo isso, mas é assim que encaro e essa é a minha realidade.

Então, agora, espero multiplar os próximos quatro anos por mais quatro, mais quatro, mais quatro e, quem sabe, mais quatro porque aqui encontrei Ética, respeitos profissional e pessoal, educação, gente humana (é assim mesmo, com eufemismo, aqui eu me permito), gente profissional, liberdade para expressar o que penso, paz de espírito para trabalhar, tranquilidade ao ir dormir e ao acordar e saber que existe um meio ambiente onde posso desenvolver o meu trabalho. Não quero parecer exagerada, mas essas situações e a maneira como somos tratados contam muito no dia a dia. Estou convicta disto! Por isso, somente aqui, deixo que me chamem carinhosamente de portuga!

Será que o ciclo de quatro anos terminou? Não sei. Só sei que é muito bom estar de volta e, guardadas as devidas proporções, de estar em casa. E feliz!

Cristiane Pinheiro é jornalista, mas se apaixonou pelas demais ferramentas da Comunicação e pelas Relações Públicas, depois que entrou na LVBA ampliou, em muito, os horizontes profissional e pessoal, passou a ler e a implementar tudo sobre essa profissão no seu dia a dia. É amante da vida, da música, do bom relacionamento e “nada supersticiosa”. Só não gosta de passar embaixo de escadas, vai que dá azar. E vai continuar rezando para Nossa Senhora Aparecida quando tiver de organizar uma coletiva de imprensa. Melhor prevenir do que remediar e, assim, garantir um bom número de participantes no evento. Olha que tem dado certo!